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Tancos. António Costa faz novo depoimento por escrito

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Paulo Cunha / Lusa

O primeiro-ministro António Costa vai voltar a prestar depoimento por escrito na fase de julgamento do caso Tancos, que arranca a 2 de novembro. 

De acordo com o Observador, o Tribunal de Santarém, onde o julgamento do caso Tancos arranca a 2 de novembro, pediu esta terça-feira que o Conselho de Estado autorize o primeiro-ministro a testemunhar por escrito, à semelhança daquilo que sucedeu durante a fase de instrução.

Após ter sido acusado pelo Ministério Público (MP), Azeredo Lopes, ex-ministro da Defesa, chamou António Costa como testemunha de defesa, o que deu origem a um conflito com o juiz Carlos Alexandre.

O magistrado insistiu na importância de ouvir presencialmente o primeiro-ministro António Costa, mas o governante acabou por ser interrogado por escrito depois de o Conselho de Estado não ter autorizado o primeiro-ministro a fazê-lo presencialmente.

Costa respondeu por escrito às 100 perguntas formuladas pelo juiz que dirige a fase de instrução do processo sobre o furto e a recuperação das armas dos paióis de Tancos. Em 100 perguntas, o primeiro-ministro respondeu com “não” a 32. “Considero que o professor doutor Azeredo Lopes sempre desempenhou com lealdade as funções de ministro da Defesa Nacional”, garantiu.

O processo de Tancos tem 23 acusados, incluindo o ex-ministro da Defesa, o diretor nacional da Polícia Judiciária Militar (PJM) Luís Vieira, o ex-porta-voz da PJM Vasco Brazão e o ex-fuzileiro João Paulino, que segundo o Ministério Público foi o mentor do furto, os quais respondem por um conjunto de crimes que vão desde terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça e prevaricação até falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.

Nove dos arguidos são acusados de planear e executar o furto do material militar dos paióis nacionais e os restantes 14, entre os quais Azeredo Lopes, que se demitiu do cargo político no seguimento do processo, e os dois elementos da PJM, da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento.

O Ministério Público (MP) tinha pedido que todos os arguidos fossem a julgamento nos exatos termos em que foram acusados e o juiz concordou.

Por sua vez, a defesa do antigo ministro da Defesa considerou que a acusação do Ministério Público era um caso político e um “exercício de ficção”.

O caso do furto das armas foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017 com a indicação de que ocorrera no dia anterior, tendo a alegada recuperação do material de guerra furtado ocorrido na região da Chamusca, Santarém, em outubro de 2017, numa operação que envolveu a PJM, em colaboração com elementos da GNR de Loulé.

ZAP //

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