Condenado no caso de Tancos faz crowdfunding para pagar a defesa

António Cotrim / Lusa

O major Vasco Brazão da Polícia Judiciária (PJ) durante a sua audição na Comissão Parlamentar de Inquérito

Vasco Brazão está a pedir ajuda financeira aos portugueses para pagar a defesa no caso de Tancos, que diz ser “monstruoso, cheio de equívocos e com abusiva manipulação de factos”.

Vasco Brazão tem 53 anos e é o ex-porta voz e investigador-chefe da Polícia Judiciária Militar (PJM). Foi um dos 11 condenados do assalto em Tancos, que ocorreu em 2017 e cujo julgamento teve início em 2020.

O ex-militar foi um dos envolvidos no caso do roubo das armas de guerra no paiol de Tancos e posterior devolução num baldio na Chamusca em 2017.

Voltou a ser condenado há dez dias a cinco anos de prisão com pena suspensa pelos crimes de falsificação e favorecimento, e está impedido de exercer cargos públicos por dois anos e meio, conta o Expresso.

Agora, está a fazer um crowdfunding (traduzido à letra, uma recolha de fundos coletiva) para poder pagar a sua defesa. No site Go Fund Me, criou o objetivo de receber dos portugueses 50 mil euros. Até ao momento de publicação desta notícia, já angariou 6% — 2,765 euros.

“A investigação resultou numa acusação monstruosa, cheia de equívocos e com abusiva manipulação de factos“, comenta na descrição da página o oficial do Exército.

Relembra que o caso já tem 6 anos: “É demasiado tempo para que se consiga justiça, seja ela qual for, no entanto há uma coisa que não pára que são as custas associadas com a defesa, as consequências financeiras de não ter sido promovido, a interrupção abrupta das funções que desempenhava e o enorme desgaste psicológico e familiar que toda esta situação acarreta”, justifica assim o crowdfunding.

Não abdico da verdade e da consequente minha inocência, mas, neste momento, os fundos esgotaram-se e é por isso que venho, humildemente, apelar à vossa solidariedade e generosidade para que consiga manter a minha defesa e a do meu sargento com dignidade”, escreve ainda.

Ao Expresso, o ex-militar disse ainda: “Como não tive direito ao apoio judiciário por parte do Exército, decidi criar este crowdfunding para financiar a minha defesa e a do meu sargento que, tal como eu, cumpriu a sua missão.”

O Tribunal Judicial de Santarém manteve no dia 10 de novembro as condenações de 11 dos 23 arguidos, com pena de prisão efetiva para autores materiais do assalto.

ZAP //

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