63 crianças mortas em casa desde 2010. A maioria por mães

Elza Fiúza / ABr

As mães foram as principais responsáveis por mortes dos filhos, na última década e meia. 48 das 63 vítimas tinham menos de 3 anos.

Em colaboração com o Instituto de Apoio à Criança, entre 2010 e 2024, a Polícia Judiciária (PJ) contabilizou 63 menores de 14 anos assassinados, em contexto familiar.

Segundo os números, detalhados pelo Correio da Manhã (CM), a maioria dos crimes foi cometida pelas mães.

“Quando os laços familiares devem proteger, parte da realidade mostra-nos o contrário”, lamenta a PJ citada pelo matutino.

48 vítimas tinham menos de 3 anos; nove tinham entre 4 e 7; e seis entre 8 e 13.

Sem especificar com números, a PJ adiantou a Correio da Manhã que a maioria dos crimes foi cometida pela mãe; seguindo-se o pai; os pais em conjunto; e, por fim, padrastos e avós.

O pior ano foi mesmo em 2010, quando morreram 10 crianças às mãos de familiares. O segundo pior foi 2022, com sete crianças motas, ano em que o país ficou chocado com o caso de Jéssica, que foi morta pela família.

Em agosto de 2023, o tribunal de Setúbal condenou os quatro principais arguidos – a mãe de Jéssica, Inês Sanches, para a suposta ama da menina, Ana Pinto, o seu marido, Justo Montes, e a filha deste – a 25 anos de prisão — a pena máxima prevista por lei em Portugal.

O caso remonta a junho de 2022, quando Jéssica, de 3 anos, morreu devido aos maus-tratos que lhe foram infligidos durante os vários dias que esteve ao cuidado de uma suposta ama.

Os resultados da autópsia entretanto realizada revelam que Jéssica morreu por ter sido “abanada violentamente contra uma superfície dura”. “Foi o caso mais grave que vi nos últimos anos”, disse o diretor do Instituto de Medicina Legal de Setúbal, João dos Santos, ouvido pelo tribunal de Setúbal.

ZAP //

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