A morte não casa bem com a marca Disney World. As atrações podem avariar. Pode haver filas enormes. Um snack pode custar 13 euros. Mas um visitante ter uma paragem cardíaca em frente ao Castelo da Cinderela? Nunca aconteceu, e nunca vai acontecer.
Segundo dados da Forbes, os doze parques temáticos da Disney recebem anualmente cerca de 140 milhões de visitantes, que ali passam largas horas de felicidade e diversão pura. Mas não há registo de algum dia ter sido declarado um óbito em qualquer um destes parques.
Recentemente, um antigo funcionário do Disney World explicou porquê, num vídeo no TikTok onde confirma um dos rumores mais persistentes acerca deste mundo mágico: ninguém morre em propriedade da Disney.
Pelo menos não oficialmente.
No seu vídeo, Tom Cruz descreve o dia em que um visitante idoso colapsou no Magic Kingdom. Um médico que estava na fila começou a fazer reanimação cardiopulmonar, e os paramédicos chegaram em poucos minutos, mas o homem nunca recuperou a consciência.
Cruz diz que não conseguia entender porque é que a equipa de emergência continuava a tentar reanimar o visitante muito tempo depois de este ter deixado de respirar. “Durante todo este tempo, o homem não estava a respirar, e pensei: porque é que ainda estão a tentar ressuscitá-lo?”
O seu supervisor deu-lhe a resposta: “Ninguém morre no Disney World“.
Segundo Cruz, a política da empresa é continuar os esforços de ressuscitação até que a pessoa seja removida das instalações. Desta forma, a declaração oficial de morte nunca acontece no local, e o Lugar Mais Feliz da Terra mantém-se feliz: a documentação oficial diz que o visitante morreu noutro lugar.
Não é difícil perceber porque é que o rumor não morre, diz a Vice. Durante anos, antigos funcionários e pessoal de emergência deram-lhe lastro, confirmando que o protocolo não oficial da empresa é continuar a tentar ressuscitar o visitante até que o seu corpo saia do local.
Fica mal na fotografia ter um médico legista na Fantasyland.
A Disney não confirma oficialmente esta política, mas também nunca a negou realmente. O que é público é que gere cuidadosamente a sua imagem — de regras de conduta das personagens até como são reportados incidentes de segurança, e provavelmente como são tratadas as emergências médicas.
A Disney não é a única grande empresa a ter este tipo de preocupações. Grandes resorts, parques temáticos e até hotéis tendem a dar prioridade à perceção pública sobre a transparência, especialmente quando algo corre mal.
Assim, se o seu coração parar na Tomorrowland, não espere que o seu certificado de óbito diga “Reino da Magia”. A sua morte será provavelmente declarada no hospital mais próximo, ou na parte de trás de uma ambulância estacionada mesmo ao lado do parque Disney.
É aí que a magia acaba.
