O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, assumiu a responsabilidade pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, por ter acontecido “sob a minha supervisão”.
É a primeira vez que o filho do Rei saudita Salman se refere ao crime, ocorrido em outubro de 2018 no interior do consulado do seu país em Istambul, e fê-lo em declarações prestadas à estação norte-americana PBS, no âmbito de um documentário prestes a estrear – a 1 de outubro.
Quase um ano após a macabra morte de Khashoggi às mãos de agentes sauditas, o príncipe admite ser responsável atendendo a que é ele o homem forte do governo saudita, há já vários anos, depois de o pai o ter nomeado seu herdeiro.
A CIA e vários Governos ocidentais apontam o dedo a Mohammed bin Salman como mandante do crime, que a Turquia classificou como “assassínio premeditado” orquestrado pelo Governo saudita.
Já as autoridades de Riade, foram apresentando distintas versões. Começaram por nagar a existência do próprio crime, garantindo que o jornalista abandonara o consulado antes de desaparecer, para mais tarde afirmarem que Khashoggi foi morto numa operação não autorizada.
Um total de 11 suspeitos foram acusados, incluindo cinco que podem ser condenados à morte por terem “ordenado e cometido o crime”. As autoridades sauditas afastaram, de acordo com o semanário Expresso, qualquer ligação do príncipe herdeiro ao caso.
Recentemente,um jornal turco próximo de Erdogan publicou transcrições do diálogo entre o jornalista Jamal Khashoggi e o esquadrão da morte que o assassinou no interior do consulado saudita em Istambul.
O jornalista, que trabalhava para o jornal The Washington Post e estava a viver nos EUA, foi ao consulado da Arábia Saudita para recolher os documentos para o casamento com a sua noiva turca.
Quando entrou no consulado, Khashoggi foi recebido por um rosto familiar antes de ser puxado para uma sala. “Por favor, sente-se. Temos de o levar de volta [para Riade]”, disse-lhe Maher Abdulaziz Mutreb, identificado como oficial sénior dos serviços secretos sauditas e guarda-costas do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. “Há uma ordem da Interpol para que seja devolvido. Estamos aqui para o levar”, explicou.
De acordo com as gravações, Khashoggi respondeu: “Não há processos contra mim. A minha noiva está à minha espera lá fora.”
Nos últimos 10 minutos antes de o jornalista ser morto, Mutreb pediu-lhe para “deixar uma mensagem” para o filho. Quando Khashoggi se recusou a fazê-lo, o responsável da secreta saudita sugeriu: “Escreva, senhor Jamal. Apresse-se! Ajude-nos a ajudá-lo porque no final levá-lo-emos de volta para a Arábia Saudita e, se não nos ajudar, sabe o que poderá acontecer eventualmente.”
Em seguida, Khashoggi foi drogado e as últimas palavras audíveis antes de perder a consciência são: “Tenho asma. Não façam isso! Vão sufocar-me…”.
Na gravação ouve-se um médico forense saudita, minutos antes da entrada de Khashoggi: “Nunca trabalhei num corpo quente, mas vou resolver facilmente o assunto. Depois ouve-se o som de uma serra alegadamente a desmembrar o corpo do jornalista de 59 anos, um procedimento que durou 30 minutos. O seu corpo ainda não foi recuperado.
Khashoggi morreu dentro do consulado saudita em Istambul, a 2 de outubro de 2018, numa tentativa de ir mantendo a pressão sobre Riade. A estratégia, aparentemente, ainda tem mais mais gotas para preencher no mar de dúvidas sobre a morte do jornalista saudita, a avaliar pelas mais recentes declarações do presidente turco sobre esta matéria.
Depois de num primeiro momento terem negado o envolvimento no assassinato de Khashoggi, as autoridades de Riade avançaram posteriormente várias versões contraditórias. Agora, sustentam que Khashoggi foi assassinado durante uma operação não autorizada pelo poder saudita.
Esta segunda-feira, foi noticiado que o jornalista terá dito que não conseguia respirar, o que evidencia que Khashoggi foi torturado dentro do consulado.
Erdogan tem dito várias vezes que não vai largar o caso, embora o presidente norte-americano Donald Trump tenha estado do lado da Arábia Saudita. Porém, o relatório da CIA aponta para a alta probabilidade de ter sido o príncipe a ordenar a morte do jornalista.
Em abril, o The Washington Post noticiava que as autoridades sauditas tinham dado aos quatro filhos de Khashoggi “casas de um milhão de dólares” e “pagamentos mensais de cinco dígitos” como compensação pela morte do pai.
E são estes os maiores aliados dos americanos no médio-oriente!…
É preciso ter lata!
Imaginem o que vai acontecer agora a este indivíduo, como consequência dos atos levados a cabo: zero! Bola!
E certamente que teremos a oportunidade de o ver ainda em 2019 ou em 2020, a passear-se e a confraternizar com os poderosos numa dessas cimeiras internacionais a sorrir e a levar palmadinhas nas costas por parte dos trumpistas e afins…
Todos os porcos são iguais mas alguns são mais iguais que outros, como dizia o G.Orwell no século passado. Aparentemente, nada mudou desde então.
E o que é que vai acontecer a este indivíduo? Nada! Qualquer das maneiras há que ter em conta que toda aquela região está minada de países com outras crenças e hábitos bem distintos dos nossos, quanto a amigos pois têm-nos quer seja na Europa, América ou qualquer outro local porque o peso do petróleo e das armas fala mais alto do que qualquer acção moral ou desumana, não vale a pena estar à procura de bodes expiatórios pois vão todos pelos mesmos métodos. e interesses.
Não vai acontecer nada, os Estados Unidos, Grã-Bretanha e França continuarão a fornecer armamento sofisticado a esta monarquia feudal para aniquilar populações no Iemen e na Síria.
Observa-se que em prol de seus interesses, o ocidente não considera as violações de direitos humanos neste reino feudal da Arábia Saudita.