Ministério dos negócios Estrangeiros da Rússia

Sergey Lavrov em conferência de imprensa sobre a Intervisão
Não há “homens barbudos de vestido” na Intervisão. Há vários regimes comunistas, diversidade continental e, ao que se indica, música em português, espanhol, árabe, hindi e até inglês com ‘american accent’.
Não é novidade que a Rússia quer reavivar o Intervisão, um concurso musical criado na década de 60 na antiga Checoslováquia, aquando da existência da URSS, que juntava vários países alinhados com o bloco oriental.
Só que desta vez a experiência será diferente, e contará mesmo com alguns visitantes do lado ocidental do mundo. Entre eles, os EUA.
O cantor B. Howard é o escolhido pelos norte-americanos para representar os EUA junto de alguns dos regimes mais autoritários do mundo, como a Venezuela, Cuba, China ou Bielorrússia.
À lista de participantes juntam-se ainda, perfazendo um total de 23 concorrentes, Quirguistão, Egipto, Quénia, Cazaquistão, Rússia, Brasil, Tajiquistão, Qatar, Madagáscar, Arábia Saudita, África do Sul, Colômbia, Sérvia, Vietname, Uzbequistão e Índia.
E há data marcada: é já este fim de semana, a 20 de setembro.
De acordo com o Politico, o ministério dos Negócios Estrangeiros Ucrânia já contestou a existência do evento, que considera”um instrumento de propaganda hostil e um meio de branqueamento da política agressiva da Federação Russa”.
Mas o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, não partilha da mesma opinião: “Se alguém gosta de ver a Eurovisão, pode fazê-lo no nosso país. Não proibimos ninguém de ver. No entanto, isso não significa que abordagens alternativas para preservar tradições e culturas nacionais, bem como construções religiosas, espirituais e morais que herdamos dos nossos ancestrais ao longo de muitos séculos, não tenham lugar”, afirmou em conferência de imprensa.
Deixou ainda críticas a Conchita Wurst, ex-vencedora austríaca que se tornou um símbolo do festival europeu. “Não contestamos o direito do júri ou dos telespectadores da Eurovisão de votarem num homem com barba em vestido, ou com outras modificações corporais”, disse Lavrov.