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As mil e uma versões da Arábia Saudita. De morte acidental a crime premeditado

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Erdem Sahin / EPA

A Procuradoria Geral da Arábia Saudita admitiu pela primeira vez, na madrugada desta quinta-feira, que o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi foi premeditado. 

“As informações recebidas da Turquia através do grupo de trabalho conjunto ente a Turquia e a Arábia, indicam que os suspeitos do incidente realizaram a operação com uma intenção prévia“, revelou o promotor geral, citado pela agência estatal saudita SPA.

A conclusão das autoridades do Reino, entretanto também confirmada pela Reuters, deve-se às informações que agora chegaram por parte dos investigadores turcos.

Esta é mais uma das versões apresentadas pela Arábia Saudita, que inicialmente negou qualquer envolvimento no desaparecimento do jornalista, afirmando que Jamal Khashoggi teria saído do consulado da Arábia Saudita, em Instambul, ainda com vida.

Mais tarde, e depois de as autoridades terem corrigido a versão inicial, dando conta que o jornalista morreu no edifício, revelaram que a morte tinha ocorrido na sequência de uma “luta” corpo a corpo, entre agentes sauditas e Khashoggi – teria sido um acidente.

Agora, e depois de a Sky News avançar que os restos mortais do jornalista terão sido encontrados esta terça-feira no jardim da casa do cônsul da Arábia Saudita em Istambul, o Reino tem uma nova versão dos acontecimentos – um crime premeditado.

Esta versão vai ao encontro do que defendeu o Presidente turco. Erdogan foi perentório, afirmando não ter dúvidas: “Jamal Khashoggi foi assassinado de forma atroz e violenta”.

Ainda no dia ontem, o príncipe herdeiro saudita, Mohammad bin Salman, assegurou que a Arábia e Turquia estão a tomar todas as medidas para levar à Justiça os responsáveis pelo “crime hediondo” contra o jornalista saudita.

Desde de que Khashoggi desapareceu, a 2 de outubro, a Arábia tem apresentado diversas justificações para a sua morte. Vários líderes europeus já pediram justificações credíveis, tendo a Alemanha ido mais longe, suspendendo a venda de armas para o Reino.

ZAP // EFE / RT

5 Comments

  1. A notícia diz: “Ainda no dia DE ontem, o príncipe herdeiro saudita, Mohammad bin Salman, assegurou que a Arábia e Turquia estão a tomar todas as medidas para levar à Justiça os responsáveis pelo “crime hediondo” contra o jornalista saudita.”

    Isto lê-se: “o príncipe herdeiro saudita, Mohammad bin Salman, assegurou que a Arábia e Turquia estão a tomar todas as medidas para o levar à Justiça a ele mesmo…” – quem não percebe que isto cheira a fantochada, não percebe nada. O gajo anda é a ver como é que culpa outros sauditas quaisquer pelo crime dele. Vai sobrar para algum bode espiatório.

    • Não tenhas duvidas que a Arábia Saudita já escolheu (e até já prendeu!) uma dúzia de desgraçados para pagarem as favas pelo serviço que os súbditos do principie executaram!!

  2. É pá…. tanta confusão… O homem foi ao consulado e enquanto esperava para ser atendido foi ao wc fazer a barba. Entretanto, chamaram-no… e no meio da pressa desmembrou-se todo. São coisas que podem acontecer.
    A outra também não disse que tinham sido os angolanos… dos diamantes a despachar o triatleta.
    Como dizem os americanos… Shit Happens!

  3. Não há solução e o bode espiatório vai ser mesmo o Príncipe Mohammed Bin Salman, não tem onde escapar. Será essa a decisão do Conselho dos Anciãos e ficam assim salvaguardadas as relações com a Turquia, os USA e os Europeus, incluindo a venda de bilhões de USD de armas pelos USA ao reino saudita, não esquecendo aquilo que a Alemanha, a França e outros vão vender. Quem não se mete nisso e venderia sempre alguma coisa, se fosse possível, é a Rússia. E, de facto, o que tem a ver com isso? Isso é assunto dos sauditas e dos seus aliados ocidentais que lhe perdoam tudo, até o financiamento dos terroristas do 11/9 e outros que matam por aí, às tortas e às direitas. Allah u Akbar! Allah u Akbar! Castigo para os assassinos do jornalista Khadoggi, e seus mandantes!

  4. Mas alguém duvidará quem é o responsável, o problema é que o homem é dono daquilo tudo e portanto está tudo dito e resolvido!.

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