O Governo chinês está a divulgar alegações infundadas que ligam um laboratório militar norte-americano à pandemia de covid-19, numa altura em que especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) estão a investigar as origens do vírus na China.
De acordo com a Vice, Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, pediu esta terça-feira a Washington que abrisse o seu biolaboratório de Fort Detrick para investigação, aludindo a uma teoria da conspiração que ajudou a promover em maio – de que a instalação de Maryland estaria ligada ao surgimento da covid-19.
Pequim e Washington têm-se culpado mutuamente por causar a pandemia de covid-19, que já matou mais de dois milhões de pessoas em todo o mundo. Apesar das fortes evidências científicas de que o coronavírus surgiu naturalmente, os dois Governos levantaram suspeitas de que o vírus poderia ter escapado de laboratórios um do outro.
Na quarta-feira, o “laboratório de Fort Detrick da América” tornou-se o assunto de maior tendência na rede social chinesa Weibo, amplificado por contas controladas pelo Partido Comunista no poder.
“A epidemia de covid atingiu a América em abril de 2020 e Nova Iorque tornou-se o epicentro”, escreveu a Liga da Juventude Comunista. “Em Fort Detrick, a cerca de 240 quilómetros de distância, o Governo dos EUA estava a conduzir experiências com patógenos perigosos.”
Titus Chen, professor da National Sun Yat-sen University, em Taiwan, que estudou a propaganda chinesa, chamou a campanha de informação de Pequim de “uma narrativa de contrapeso”. “Quando a atenção do mundo está mais uma vez voltada para Wuhan, é a tentativa do Governo chinês de desviar o foco, de mover a bola de volta para os Estados Unidos”, explicou.
A última campanha de desinformação foi deflagrada depois de Hua, do Ministério das Relações Exteriores, ter atacado o Departamento de Estado dos Estados Unidos por sugerir uma investigação num laboratório de virologia em Wuhan.
A administração Trump tentou ligar as instalações de investigação chinesas à origem da covid-19 já em abril do ano passado, pressionando as agências de espionagem dos Estados Unidos a encontrar informações para apoiar a teoria da libertação do laboratório.
Especialistas dizem que isto ajuda a distrair o povo de questionar as autoridades, uma vez que que a investigação da OMS em Wuhan e novos surtos no norte da China voltaram a atenção para Pequim.
Embora a China tenha contido amplamente a pandemia, muitas pessoas no país guardam memórias dolorosas dos primeiros dias da epidemia. Depois de o Governo ter demorado a alertar o público sobre um possível surto, os casos de covid-19 sobrecarregaram o sistema de saúde em Wuhan e forçaram os pacientes a implorar por camas hospitalares.
O renovado impulso de desinformação coincidiu com o primeiro aniversário do surto na cidade. Há um ano, Wuhan entrou num confiamento restrito que deixou a maioria dos residentes confinados nas suas casas durante 76 dias.
As redes sociais suprimiram as discussões sobre a gestão da crise pelo Governo e, em vez disso, promoveram publicações infundadas que culpavam os Estados Unidos pela pandemia.
Rumores obscuros do Facebook e Twitter, sites que são bloqueados na China, chegaram à lista de tendências do Weibo, que rotineiramente direciona centenas de milhões de pessoas para tópicos populares aprovados pela China.
Por exemplo, uma hashtag de tendência #Hill levava a uma publicação que afirmava que uma ex-funcionária de Fort Detrick chamada Samantha Hill identificou o coronavírus como proveniente de uma fuga do laboratório.
“O objetivo principal é evocar o sentimento nacionalista”, disse Fang Kecheng, professor de comunicação da Universidade Chinesa de Hong Kong. “A forma como o Governo chinês lidou com o surto inicial foi problemática e essas histórias provavelmente têm como objetivo distrair as pessoas”.
Uma equipa de especialistas da OMS chegou na quinta-feira da semana passada a Wuhan, onde ficará em quarentena durante duas semanas antes de começar a investigar locais onde possam existir pistas de como a pandemia começou.
Não sei se é verdade se é mentira, a noticia também é tendenciosa ao escolher um dos lados, mas a verdade é que quem ganhou com esta guerra biológica…. foi a China.ponto.
Escapou de um laboratório dos eua e aterrou certinho em wuhan onde estava a ser estudado à décadas!
Pois…
Ya!
Bué…
O virus circulava na California, en Dezembro de 2020. E foi encontrado em amostras de água do mês de Janeiro de uma depuradora de Barcelona.
A história está mal contada, ao que parece.
Queria dizer em Dezembro de 2019 e em Barcelona em Janeiro de 2020. Perdão
Como já não têm o Tramp como braço de ferro, estão já a contar com a benevolência do Biden para continuarem nas jogadas habituais, mas eu nem os culpo a eles chineses por serem mais espertos que os ocidentais que se submeteram aos seus interesses há bastante tempo.
Pacóvios.
E porque nao??? A china pode ter dados para falar acerca do tal fort detrick. Vocês esquecem-se que a nova moda na politica internacional é acusar sem provas, e este foi um modelo que os eua utilizaram muitas vezes com trump, e nao é preciso mostrar qualquer prova. Mesmo que a china esteja a mentir, está somente a seguir o exemplo dos eua. E sobre as acusações mentirosas de trump temos dezenas de casos em que isso aconteceu. Vai ser preciso enviar uma delegaçao da OMS para esse tal fort.
Também concordo Jorge, a OMS tem que averiguar este laboratório norte americano.