Secretário de Estado investigado: Montenegro nada sabe. “Não faz sentido” falar em manter a confiança

Miguel Pereira da Silva / LUSA

O primeiro-ministro, Luis Montenegro

“Não podemos viver num regime em que uma queixa anónima dá origem a um processo, e só por isso a pessoa visada fica sem condições”.

O secretário de Estado da Agricultura, João Moura, está a ser investigado por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais, avançou o Correio da Manhã.

Há suspeitas de alegadas transferências financeiras entre empresas detidas pelo governante e pela sua mulher.

Mas esta notícia não foi confirmada pelo primeiro-ministro: “Não temos nenhuma informação sobre isso. O Governo vai acompanhar a situação com sentido de responsabilidade. Honestamente não sei nada sobre isso e, portanto, não posso adiantar mais nada”.

“O que queremos é que as instituições funcionem e, se houver algo a investigar, que seja devidamente investigado”, afirmou Luís Montenegro nesta segunda-feira.

Por isso, defende, é precipitado falar em retirar a confiança ao elemento do Governo: “Não faz sentido”.

No entanto, deixou a sua perspetiva: “Não podemos viver num regime em que uma queixa anónima dá origem a um processo, e só por isso a pessoa visada fica sem condições para exercer o cargo. Isso não é sistema“.

Incêndios

O primeiro-ministro falava no decorrer de uma cerimónia realizada na Câmara de Sernancelhe, distrito de Viseu, de entrega simbólica do apoio financeiro de até 10 mil euros para os agricultores afetados pelos incêndios.

Luís Montenegro alertou para o elevado risco de incêndio existente, tendo em conta as altas temperaturas, pedindo um esforço para evitar ocorrências.

“Hoje, dia 15 de setembro, quero alertar o país para não baixarmos a guarda, para podermos ter nas próximas semanas, atitudes de responsabilidade, atitudes de respeito” pelas orientações que as autoridades competentes possam vir a dar, alertou Luis Montenegro.

“Ainda temos diante de nós a possibilidade de termos, novamente, alguma adversidade meteorológica e a colaboração de fatores que poderá fazer aumentar e elevar o nível de risco” de incêndio, alertou.

Nesse sentido, pediu “a todos, que façam um esforço” para que todos possam “ser ainda mais eficientes, no futuro, evitar a ocorrência de grandes incêndios como aqueles que ocorreram no passado mês de agosto”.

Durante a cerimónia, o primeiro-ministro já tinha lançado o mesmo alerta, indicando que “as temperaturas altas existentes, está outra vez muito calor, a humidade é baixa” e isso provoca “ainda uma situação de risco” de incêndio.

“Parece contraditório, porque estou aqui hoje para cumprir uma tarefa de recuperação, de reanimação do território e, ao mesmo tempo, ainda temos diante de nós uma ameaça, de perigo, e do qual todos devemos ter consciência”, alertou.

Montenegro anunciou que “só da região Norte, já foram pagas 143” candidaturas, das 371 avaliadas, no âmbito dos apoios às pessoas afetadas pelos incêndios com prejuízos até 10 mil euros.

“Dos incêndios do mês de agosto, só na região Norte, já recebemos 774 candidaturas. Já avaliámos 371 e já pagámos 143 apoios destes 371 que foram avaliados, isto, feito em duas semanas”, realçou Luís Montenegro.

ZAP // Lusa

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