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China fecha Wuhan. Há um risco “moderado” de o vírus chegar à Europa

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Com o número de casos de pessoas infetadas com o coronavírus a aumentar exponencialmente nos últimos dias, a China pararam os transportes em Wuhan,  cidade onde surgiu o surto.

As autoridades de saúde da China aumentaram para 616 o número de pessoas infetadas com o novo tipo de coronavírus, que já causou pelo menos 25 mortos. Até ao momento, os serviços de saúde chineses acompanham 5.897 pessoas que mantiveram contacto próximo com pacientes infetados e, dessas, 4.928 estão em observação.

Já há três cidades no país em isolamento: Wuhan, o epicentro do surto, Huanggang, a cerca de 70 quilómetros de distância e Ezhou. As cidades foram fechadas aos transportes e os seus habitantes fecharam-se em casa em quarentena.

De acordo com o Diário de Notícias, o Centro Europeu de Controlo de Doenças (CECD) considerou moderada a probabilidade de a nova pneumonia chegar ao espaço europeu. O CECD frisou ainda a necessidade de os serviços de saúde dos respetivos países aplicarem medidas de prevenção e controlo adequadas à situação.

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, afirmou que “não há casos suspeitos em Portugal” de infeções com o coronavírus, não existindo uma situação de alarme, mas por precaução está “com mais atenção” aos sete casos exportados fora da China. Além disso, Portugal já fez acionar os dispositivos de saúde pública devido ao coronavírus e tem em alerta o Hospital de São João, no Porto, o Curry Cabral e Estefânia, em Lisboa.

O Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) volta a reunir-se esta quinta-feira em Genebra, na Suíça, para decidir se declara emergência de saúde pública internacional devido ao surto.

A emergência de saúde pública internacional supõe a adoção de medidas preventivas a nível mundial e foi declarada para as epidemias da gripe H1N1, em 2009, dos vírus Zika, em 2016, Ébola, que atingiu uma parte da África Ocidental, de 2014 a 2016, e a República Democrática do Congo, desde 2018, e pólio, em 2014.

Macau cancela festividades de Ano Novo Chinês

As autoridades de Macau identificaram esta quinta-feira uma segunda pessoa infetada com o novo tipo de coronavírus, um homem de 66 anos, que, à semelhança do primeiro caso, uma mulher de 52 anos, é também oriundo de Wuhan, China. Atualmente em regime de isolamento, ambos os casos são considerados pacientes de alto risco.

O chefe do Governo de Macau disse ainda que o território encomendou 20 milhões de máscaras individuais de proteção no estrangeiro porque o produto está esgotado em alguns pontos na China devido ao vírus de Wuhan.

Macau cancelou ainda todas as celebrações do Ano Novo Chinês. Em Macau, que este ano recebeu quase 40 milhões de turistas e é um destino muito procurado pelos chineses no Ano Lunar, estavam programadas duas sessões da Parada de Celebração do Ano do Rato, um evento comemorativo do Festival da Primavera no primeiro dia das festividades, na sexta-feira, nas Ruínas de S. Paulo e no Largo do Senado, bem como um desfile do dragão gigante dourado.

O surto surge numa altura em que milhões de chineses viajam, por ocasião do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao Natal nos países ocidentais. Segundo o ministério dos Transportes chinês, dever-se-ão registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias.

Os casos alimentaram receios sobre uma potencial epidemia, semelhante à da pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong. As autoridades de saúde anunciaram medidas para conter a doença, incluindo desinfeção dos sistemas de ventilação de aeroportos, estações e centros comerciais.

A Comissão Nacional de Saúde da China tinha já alertado que este novo tipo de coronavírus, uma espécie de vírus que causa infeções respiratórias em seres humanos e animais, “pode sofrer mutações e espalhar-se mais facilmente”. De acordo com a Comissão Nacional de Saúde da China, o período de incubação do vírus pode estender-se até 14 dias.

Fora da China, foram confirmados casos do novo coronavírus entre viajantes chineses na Coreia do Sul, Japão, Tailândia, Taiwan, Macau e EUA, todos também oriundos de Wuhan. A Coreia do Norte vai encerrar temporariamente as fronteiras para se proteger do novo coronavírus.

A ansiedade em torno da doença aumentou depois de um especialista do Governo chinês ter assumido que o novo tipo de coronavírus, uma espécie de vírus que causa infeções respiratórias em seres humanos e animais, é transmissível entre seres humanos. Até à data, as autoridades diziam que não havia evidências nesse sentido.

Segundo investigadores britânicos, o número de pessoas infetadas com o vírus ultrapassa provavelmente o milhar de casos e é muito superior àquele avançado pelas autoridades locais.

ZAP // Lusa

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