O vírus que se manifestou em grandes cidades chinesas é transmissível entre humanos, anunciou, esta segunda-feira, um especialista do Governo chinês em doenças infecciosas.
O investigador Zhong Nanshan, especialista em doenças respiratórias da Comissão Nacional de Saúde chinesa, declarou à televisão estatal CCTV que a transmissão do vírus por contágio humano está provada.
A transmissão entre humanos do coronavírus que provoca pneumonias poderá levá-lo a espalhar-se mais rapidamente e por uma área maior. O surto terá começado num mercado na cidade de Wuhan, no centro da China.
Nanshan afirmou que duas pessoas infetadas em Guangdong, no sul, não estiveram na cidade de Wuhan, mas familiares dos doentes estiveram.
As autoridades de saúde em Wuhan confirmaram que há 198 pessoas infetadas, registando-se até agora três casos fatais da pneumonia viral provocada pelo coronavírus.
O vírus foi detetado em cinco pessoas em Pequim e em 14 na província de Guangdong, segundo a CCTV, que deu conta de outros sete casos suspeitos a serem acompanhados, incluindo nas províncias de Sichuan e Yunnan e na cidade de Xangai.
O surto pôs em alerta outros países, uma vez que nesta altura do ano viajam milhões de chineses para as celebrações do ano novo lunar, e já foram identificados casos na Tailândia, Japão e Coreia do Sul.
Pelo menos seis países asiáticos e três aeroportos nos Estados Unidos começaram a monitorizar passageiros que chegam do centro da China. Vídeos colocados na Internet mostram técnicos vestidos com fatos de proteção a tirar a temperatura de passageiros que chegam ao Aeroporto Internacional de Macau vindos de Wuhan.
Segundo investigadores britânicos, o número de pessoas infetadas com o vírus ultrapassa provavelmente o milhar de casos e é muito superior àquele avançado pelas autoridades locais.
Os coronavírus causam doenças que podem ir da constipação à pneumonia atípica, que infetou os primeiros doentes no sul da China em 2002 e se espalhou a mais de vinte países, matando quase 800 pessoas.
Em declarações à televisão estatal, o Presidente chinês, Xi Jinping, afirma que neste momento a prioridade é conter o surto e salvar vidas. “A vida e saúde das pessoas devem ser a grande prioridade e a disseminação do surto tem de ser controlado”, afirmou o chefe de Estado, citado pelo jornal Público.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
-
20 Outubro, 2024 Descobertas mais provas de que a COVID longa é uma lesão cerebral
-
6 Outubro, 2024 A COVID-19 pode proteger-nos… da gripe