Chega vai falar com Montenegro: a ministra da Administração Interna tem de sair. “Atingiu o limite”

Luís Forra / Lusa

“Já devíamos ter ativado mecanismo europeu”, diz Ventura. Carneiro quer que Montenegro “convoque rapidamente” a Comissão Nacional de Proteção Civil.

Para o Chega, as ações da ministra da Administração Interna face aos incêndios não estão a satisfazer e a governante deve deixar já o seu cargo.

André Ventura disse neste domingo que Maria Lúcia Amaral e o próprio primeiro-ministro, Luís Montenegro, deveriam ter aparecido no terreno.

Na semana passada, o presidente da República justificou a sua ausência e a ausência de Montenegro: “É por respeito ao que ficou definido desde 2017 quanto à intervenção do poder político” nos locais de incêndio, recordou Marcelo Rebelo de Sousa.

Há oito anos, um dos relatórios técnicos recomendou que os responsáveis políticos não fossem para os locais de incêndio, nem para os centros de comando de combate a incêndios – seriam mais um elemento de perturbação e dispersão.

O presidente do Chega criticou também a ausência de respostas de Maria Lúcia Amaral, que pouco antes tinha deixado a sala onde estava com os jornalistas, quando estes iam começar a fazer perguntas.

Na SIC Notícias, Ventura mostrou que não está de acordo com José Luís Carneiro – o líder do PS pediu ao primeiro-ministro que “convoque rapidamente” a Comissão Nacional de Proteção Civil. Porque Montenegro “não se pode eclipsar”, disse Carneiro.

Mas essa comissão “não vai resolver nada”, alega André Ventura: “O que se deve fazer é deixar que o Governo governe e possa tentar arranjar soluções para os problemas que o executivo, que é quem lidera a administração do Estado, pode fazer”.

O deputado destaca que os afetados deveriam sentir os responsáveis políticos “ali ao lado”. E considera que Portugal deveria ter ativado mais cedo o Mecanismo Europeu de Proteção Civil. “E não o fizemos”.

No que diz respeito a Maria Lúcia Amaral, a tolerância do Chega terminou: “Atingimos o limite do que se pode aceitar de uma Ministra da Administração Interna”.

“Por muito menos se afastaram outros ministros. Se o primeiro-ministro não compreende que não pode ter uma ministra que ignora o que está a acontecer, deixa os autarcas sozinhos, marimbando-se para o sofrimento das pessoas, digo-lhe: o Chega atingiu o seu limite”, frisou.

Por isso, o seu partido “vai chamar a Assembleia da República de urgência e vai pedir ao primeiro-ministro que demita a ministra da Administração Interna“.

ZAP //

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