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Ministro da Defesa alvo da chacota dos militares e debaixo do fogo dos políticos

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Paulo Vaz Henriques / Portugal.gov.pt

O Ministro da Defesa, Azeredo Lopes

O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, está a ser fortemente contestado depois de ter dito que “pode não ter havido furto nenhum” em Tancos – palavras vistas como uma atribuição de responsabilidades e de suspeições sobre o Exército.

“No limite, pode não ter havido furto nenhum“, pois “não existe prova visual, nem testemunhal, nem confissão”, disse Azeredo Lopes em entrevista ao Diário de Notícias, publicada neste domingo, 10 de Setembro.

“Por absurdo podemos admitir que o material já não existisse e que tivesse sido anunciado… e isso não pode acontecer”, acrescentou o ministro da Defesa.

Estas palavras não caíram bem entre os partidos políticos da oposição, nem tão pouco no seio do Exército, conforme apurou o jornal Expresso que avança que o ministro “está a ser alvo de chacota entre os militares”.

Um militar no activo não identificado refere ao semanário que “o ministro perdeu uma boa oportunidade para estar calado“, enquanto o major-general na reserva Carlos Branco o acusa de ter falado como numa “conversa de café”.

“Um ministro, com as responsabilidades que tem, não pode levantar meras hipóteses, tem que dar explicações, sob pena de parecer que quis apenas chamar para si o palco mediático”, salienta o major-general no Expresso.

CDS chama o ministro ao Parlamento

O CDS-PP já formalizou um requerimento para a audição do ministro na comissão parlamentar de Defesa, pretendendo que clarifique as suas declarações e preste todos os esclarecimentos sobre as averiguações do desaparecimento das armas de Tancos.

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, foi mais longe e pediu a demissão de Azeredo Lopes por considerar que a sua postura “não é admissível” e que “não tem a mínima noção do que é exercer o cargo que ocupa”. A dirigente centrista notou que as “dúvidas” lançadas pelo ministro “só depreciam a instituição militar” e “o colocam quase como um comum cidadão, como se nada soubesse e nada devesse saber”.

Não podemos ter o Governo a dizer que não sabe se existiu ou não roubo em Tancos”, diz, por seu turno, a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, defendendo também a audição no Parlamento.

O PCP defendeu igualmente mais explicações do ministro no parlamento, considerando contudo irrelevantes as “suposições” do governante sobre o que aconteceu.

Para os comunistas o que é relevante saber numa próxima ida do ministro à comissão é “o ponto das eventuais averiguações que existem a nível interno”, se “havia indícios de vulnerabilidades”, se “houve negligência” e “se as medidas já determinadas estão a ser tomadas”.

“Surpreendentes e incompreensíveis”

Contactado pela Lusa, o coordenador dos deputados do PSD na comissão, Pedro Roque, admitiu essa possibilidade de audição, remetendo para a reunião uma posição definitiva sobre o assunto.

Na sua rubrica de comentário na RTP1, o social-democrata Morais Sarmento afiançou, neste domingo, que “não se pode pedir a demissão do ministro da Defesa sem se saber porquê e para quê”, embora realçando que as palavras de Azeredo Lopes são “surpreendentes e incompreensíveis”.

A audição do ministro tinha sido pedida pelo PSD, antes das férias parlamentares, sobre as Forças Nacionais Destacadas, relações com a NATO e sobre a Política Europeia de Segurança e Defesa.

ZAP // Lusa

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22 Comments

  1. Concordo por inteiro com o Ministro. O famigerado furto nunca seria possível, não só porque já não existiam as armas à altura mas porque também já não existia Ministério nem Ministro.

  2. Há alguns anos, no consulado de Guterres instalou-se uma polémica de verão, bem à portuguesa, por causa dos touros de morte de Barrancos. Parecia o fim do mundo. Mas a montanha pariu um rato. O ministro acabou por se demitir…e a tradição arreigada lá permanece, e bem. Afinal, as boas consciências acalmaram-se e a polémica desapareceu. Não mais se falou nos touros de Barrancos, na lei, na exceção. O problema era realmente o ministro.
    No caso de Tancos, algo de semelhante se passa. Ainda não percebi bem esta telenovela, mas não será a demissão do ministro da Defesa a fazer aparecer a material supostamente roubado. Coloco, no entanto duas questões:
    – Quem são os responsáveis pela guarda do material em falta?
    – Que diligências foram tomadas pela PJ, militar ou civil, para averiguar o que se passou?
    E já agora, mais uma. Porque se não calou o ministro, uma vez que não sabe de nada?

    • Sr. Fernando Sousa, a sua última questão, com a qual encerra o seu comentário, aplica-se na perfeição não só ao ministro como a qualquer pessoa que preza o bom-senso… Comparar os touros de morte ao “mistério” de Tancos é absolutamente ridículo! Vamos separar as coisas, touros de morte é um ato de crueldade deprimente que se esconde nas malhas da tradição e desaparecimento de armas de um paiol é um infeliz evento que pouco dignifica o exército português. O único ponto em comum é que ambos são atos criminosos perpetrados à revelia de entidades passivas e incompetentes.

      • Crueldade deprimente? touros de morte até nem gosto, mas isso não quer dizer que seja uma crueldade, por acaso já visitou um matadouro de leitões ou cabritos???
        Nunca se deve falar daquilo que se desconhece, aí sim veria o que é crueldade.
        A té mesmo nos matadouros dos bovinos adultos há casos em que ainda estão vivos quando começam a esfolá-los
        E por ultimo um touro não é um humano, como tantas vezes o querem fazer crer.

        • Não se justifica um ato de crueldade com outro ato de crueldade. Não é por existirem maus matadouros que se podem torturar animais até à morte nos coliseus da atualidade. É verdade, um touro não é um humano. Nasce, vive, sofre e morre como um humano, mas tem razão, não é um humano. Nem poderia ser! Afinal, o ser humano é o único animal do planeta que mata por diversão os restantes matam para sobreviver. Dito isto, pergunto-lhe qual dos animais lhe parece mais humano ?

  3. Os meus cumprimentos á policia judiciária militar, que tanta competência tem mostrado no rápido deslindar deste gamanço das armas.

  4. Isso é quase como uma pessoa morrer, e existem indícios de crime, mas como “não existe prova visual, nem testemunhal, nem confissão”, tal como afirma o ministro, então não há criminoso e no absurdo não há morto .

  5. Só quem não tem dois dedos de testa consegue achar que aquilo que o Ministro referiu é um disparate.
    Esse é o problema de ser ouvida apenas uma parte de uma entrevista, com uma expressão que está fora do contexto, para quem apenas a ouve isoladamente.
    Aliás, logo no dia seguinte um general, não percebi quem, repetiu praticamente o mesmo.
    Essencialmente o que dizem é básico: se não há um controlo eficaz e eficiente das armas e munições em paióis e casas de armas não se sabe o que aconteceu, quando e como e por quem. Portanto, querem implementar inventário em tempo real, e sistemas de vigilância e segurança que assegurem que isto não volte a acontecer.

    Passem bem,

  6. Sr. Fernando Sousa, a sua última questão, com a qual encerra o seu comentário, aplica-se na perfeição não só ao ministro como a qualquer pessoa que preza o bom-senso… Comparar os touros de morte ao “mistério” de Tancos é absolutamente ridículo! Vamos separar as coisas, touros de morte é um ato de crueldade deprimente que se esconde nas malhas da tradição e desaparecimento de armas de um paiol é um infeliz evento que pouco dignifica o exército português. O único ponto em comum é que ambos são atos criminosos perpetrados à revelia de entidades passivas e incompetentes.

  7. Chacota, porquê???!!! O Ministro disse e muito bem que naquele momento pode não ter havido qualquer furto! Só alguém imbuído de má-fé poderá fazer pouco das palavras sensatas do Ministro.

  8. Quem tenha cumprido o serviço militar e sobretudo se no Ultramar e se com responsabilidades na gestão de material de guerra sabe muito bem como estas coisas são susceptíveis de acontecer. Pois concordo com o ministro, pode muito bem não ter havido roubo nenhum e o armamento ter desaparecido. Se abona ou não em favor da instituição militar, na minha opinião, não abona. E a instituição não se sai bem da fotografia, argumente ou não com todas as limitações de ordem económico-financeira. Se é caso para a destituição do ministro, não me parece, pois não é ele o verdadeiro responsável(eis). Tem(têm) que ser procurado(s) a nível operacional e não político. Talvez tivesse sido preferível que o ministro se tivesse abstido de fazer estas considerações em público. Evitava que sobretudo a oposição de direita o criticasse a si e ao governo de que faz parte. E aproveitasse o ensejo para, uma vez mais, tentar provocar uma tempestade num copo de água.

  9. Quanto ao título da notícia parece-me insultuoso e descabido. Alvo de chacota, como? Por parte dos militares? Mas afinal quem são os responsáveis? Os responsáveis operacionais?

  10. Corrijo e completo o meu comentário anterior: refiro explicitamente alguns tipos de equipamento e não armamento (armas e munições).

  11. O PSD na falta de melhor e na falta das suas propostas alternativas que não existem mesmo, dedica-se à tradiciouall má língua das comadres lusitanas! Um paiol gerido a moda que nós bem conhecemos dá panos para mangas. Com alguma pompa Pode-se chamar a isto Política Tradicional!

  12. Já há 43 anos havia material que ia desaparecendo de quartéis e que só mais tarde é que se tornava conhecido! Porque não em Tancos?!

  13. Este ministro não deve pensar bem no que diz. Então se não houve furto as armas desertaram??? O meu pai tem 72 anos e quando esteve na tropa teve de fazer inventários segundo diz. O que mudou desde essa altura?

    • Tu é que, claramente, não pensas “bem” no que escreves!…
      E, quando o teu pai andou na tropa, era o ministro que fazia o inventario ou que guardava as armas?!
      Pois!…

  14. Continuo sem entender como se deixa passar incólume um ministro corrupto como Paulo Portas e um boneco que nada fez como o Aguiar Branco. Os senhores generais deviam preocupar-se em arrumar a SUA casa.

    • Mas o Aguiar Branco fez alguma coisa; aliás, foi a única coisa que fez como ministro da Defesa:
      Não deixou os estaleiros de Viana trabalhar e depois “ofereceu-os” (com matéria-.prima, encomendas, e mão de obra especializada!) aos amigos da Martifer!!

      • Eu até digo mais, a culpa de os ENVC estarem na falência a dar prejuízos já antes de ele ter chegado ao governo é do Aguiar Branco! E mais! Foi ele próprio que esteve a meter os rebites no motor do barco que rendia uns largos milhões e que o cliente se recusou a pagar porque não atingia metade da velocidade que tinha sido contratada. E mais! O Aguiar Branco fez isso tudo para dar os ENVC de mão beijada ao seu amigo da Martifer, o famoso ex-xerife Jorge “quem se mete com o PS, leva” Coelho. Só não sei se o fez por amizade, ou com medo de “levar”.

        • Pois… os ENVC já estavam falidos há muito, mas depois do “excelente” contributo do Aguiar Branco, o resultado foi “brilhante” (para Marfier, claro)!!!
          E, eu comentei o perdido dele como ministro da Defesa, não antes (nem depois!…
          Percebido?

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