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Ana Gomes aponta o dedo a Costa e à esquerda e diz que travou Ventura sozinha

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rtppt / Flickr

Ana Gomes, candidata à Presidência da República

Ana Gomes considera que a sua candidatura conseguiu travar “a progressão da extrema direita” quando os partidos de esquerda se preocuparam apenas com as suas “agendas políticas”. No rescaldo da reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa, critica a “deserção” do PS e acusa António Costa de ser “o principal responsável” por isso.

A candidata independente assume a derrota de não ter conseguido levar a eleição presidencial para “uma segunda volta”. “A responsabilidade é só minha”, diz.

Contudo, Ana Gomes atesta que cumpriu o seu “objectivo central”, o “objectivo patriótico” de “impedir que a ultra-direita ascendesse a uma posição de ser alternativa”.

“Se não estivesse nesta disputa, estaríamos ainda mais a lamentar a progressão da extrema direita”, vincou, frisando que a sua candidatura “contribuiu para tornar estas eleições mais competitivas“.

Uma questão que Ana Gomes aproveita para criticar “os partidos à esquerda”, notando que se preocuparam mais “com as suas próprias agendas políticas” e que, deste modo, “contribuíram para dar a vitória ao candidato da direita democrática“.

Assim, a antiga diplomata defende que a sua candidatura serviu de tampão para um crescimento ainda maior da “extrema direita” de André Ventura.

Costa é “o principal responsável pela deserção do PS”

Na noite eleitoral, também o PS não escapa às críticas de Ana Gomes que acusa o seu partido de “deserção”.

“Lamento a não comparência a estas eleições do meu partido, o PS, que assim ajudou a garantir a vitória do candidato da direita democrática”, salienta a ex-eurodeputada, aconselhando os militantes socialistas a que “ajudem a direcção do PS a reflectir na sua actuação”.

Ana Gomes não tem dúvidas de que António Costa é “o principal responsável por essa deserção” do PS das presidenciais que elegeram Marcelo Rebelo de Sousa para um segundo mandato.

A candidata que ficou em segundo lugar também critica o PS pelo que define como a “diluição das fronteiras entre a esquerda e a direita”, considerando que “não é positiva para a democracia”.

“Nunca me reformarei da política”

Sobre a sua candidatura, Ana Gomes refere que foi “uma missão de serviço público” que diz ter cumprido “num momento de insuportável adversidade pessoal“.

“Nunca me resignei, nem resignarei”, deixando a democracia “à mercê de forças anti-democráticas”, vinca ainda.

“Nunca me reformarei da política”, nota também, frisando que “é um dever de cidadania” e que está “aqui para continuar a intervir”.

 

Susana Valente, ZAP //

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5 Comments

  1. Nunca se resignou aos tachos. Anda lá Herman, pendura a capa de super, que a partir de agora só arranjas tachitos e nós infelizmente vamos ter que te sustentar.

  2. Os resultados eleitorais prestam-se a múltiplas leituras, mas, no caso presente e atendendo aos factos, o que podemos concluir é que a extrema-direita conseguiu uma expressão eleitoral que nunca teve. Não sei se o André Ventura teria mais votos se a Ana Gomes não se tivesse candidatado. Provavelmente, a Marisa Matias, num cenário desses, teria mais votos e seria ela, provavelmente a reivindicar o que a Ana Gomes agora declara. Este crescimento de uma direita, fortemente iliberal, se se confirmar em legislativas vai tornar mais difícil encontrar uma alternativa moderada e satisfatória ao atual governo, o que não me parece nada saudável para o atual regime democrático. A Direita e a Esquerda democráticas têm por isso a enorme responsabilidade de dar uma resposta séria e não demagógica, no terreno e no debate de ideias, a alguns dos problemas assinados pelo Chega.

    • Ora diga lá quais são os partidos que são da direita e da esquerda democrática!
      Não há muitas leituras a fazer dos resultados. Uma delas é que as sondagens falharam redondamente! Nem no próprio dia das eleições acertaram (exceptuando o vencedor, que todos já sabiam). Nem na abstenção acertaram, a RTP disse que seria entre 50 a 55 %!!. Outra conclusão é a derrota do BE! E a outra foram os mais de 496 mil votantes no Chega! Ah, já me esquecia, realmente ainda há mais outra leitura: É que no Porto ainda se mistura política com futebol. Muitos eleitores do Porto julgavam que as eleições eram para a CMTV!!

  3. Muita abstenção. Mas o Eleito foi M.R.de Sousa . Quanto ao facto de A.Gomes ter travado o 2º lugar au A.Ventura, foi uma realidade “esperada”, e ainda bem que foi bem sucedida. Mas temos de ser realistas, muitos dos votos foram prova de descontentamento e não por convicção Politica em A.Gomes e outros Candidatos. De mesmo A.Ventura bem pode cantar de Galo, porque o que obteve hoje não se irá repetir tão facilmente nas futuras Eleições, disso estou Eu convicto. A justiça Social deve ser obtida em conformidade com o Regulamento inscrito na Constituição, mesmo se deve ser revista e adaptada aos Tempos presentes. Isenta de ódio, xenofobia e Ditaduras. Os extremismos (sejam de que cor forem) são a Banir de uma Sociedade que terá que ser mais Democrática e HUMANA!…….Não precisamos de “Venturas” mas sim de Políticos simplesmente HONESTOS e ISENTOS!

    • 4.261.209 de votantes, tendo em conta a pandemia (etc), não me parece muito mau…
      Há cerca de 2 milhões de menores em Portugal e, convém não esquecer que há mais eleitores (10,8 milhões) do que toda a população de Portugal (10,2 milhões)!!

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