Reino Unido alerta para a tendência perigosa das cirurgias estéticas para alongar pernas. Pode ser “extremamente dolorosa”.
O fenómeno não é novo. Já tínhamos partilhado, em 2022, que há uma cirurgia estética radical a ganhar popularidade entre os homens: alongamento de pernas. Para ficarem mais altos.
São sobretudo homens que procuram essa operação. Querem ficar (um pouco) mais altos para aumentar a sua confiança – ou para aumentar a probabilidade de encontrarem a namorada que querem.
O Euronews explica que o primeiro passo é uma osteotomia: o cirurgião serra o osso da perna, dividindo-o em duas partes. Todos os dias, e numa questão de milímetros, as secções são afastadas por um dispositivo de alongamento – normalmente uma estrutura metálica externa fixada através da pele e no osso.
Os doentes têm de rodar pequenos parafusos várias vezes por dia; os ossos são assim forçados a separar-se. Ao longo de meses, o corpo tenta curar-se a si próprio, fazendo crescer novo osso para colmatar o espaço alongado.
Tudo para ficar, no máximo, 8 centímetros mais alto.
Os perigos
Quase três anos depois, a “moda” mantém-se. Aliás, a tendência até tem crescido – e os perigos também crescem.
Recentemente, o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido avisou que esta cirurgia pode originar incapacidade para toda a vida.
Ao longo de uma recuperação extremamente lenta e dolorosa, em alguns casos, os doentes passam semanas imobilizados; depois há meses de fisioterapia diária para alongar os músculos e reaprender a andar.
Muitos dos doentes também passam por infeções, problemas de cicatrização óssea, rigidez articular ou lesões nervosas.
“A cirurgia de alongamento das pernas não é uma solução rápida – é um procedimento sério e invasivo que pode ser benéfico para os pacientes quando há uma necessidade clínica genuína, mas acarreta riscos significativos e requer discussões informadas entre o paciente e o cirurgião”, alertou Tim Briggs, diretor nacional do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido.
Tim Briggs acrescentou que o tratamento, que se prolonga por meses, pode ser “extremamente doloroso”, reforçando que a pessoa pode ficar com infeção, danos nos nervos, coágulos sanguíneos e até incapacidade permanente.
“Qualquer pessoa que considere esta cirurgia por razões estéticas no estrangeiro deve pensar muito cuidadosamente sobre a longa recuperação e os riscos, e eu desaconselho-a, a menos que esteja bem informada sobre o local onde está a procurar tratamento”, avisou.
Fazer uma cirurgia destas, no Reino Unido, pode chegar aos 277 mil euros.