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GNR teve “Piloto” na mira, mas não disparou

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(dr)

Pedro Dias, assassino de Aguiar da Beira

O suspeito dos crimes de Aguiar da Beira está em fuga há duas semanas e a Polícia Judiciária admite que lhe perdeu o rasto, embora aposte na ideia de que continua na zona de Vila Real. Entretanto, sabe-se que um GNR teve oportunidade de abater “Piloto” poucas horas depois dos crimes.

O Correio da Manhã avança que um GNR teve uma arma apontada a Pedro Dias, o homem de 44 anos que é suspeito de ter morto duas pessoas em Aguiar da Beira, no passado dia 11 de Outubro.

Este incidente terá ocorrido durante uma operação militar, cerca de três horas depois dos crimes, conforme avança o CM. O militar da GNR terá apontado a arma ao suspeito “a dois metros” de distância, mas não disparou, garante o diário.

Esta nova informação surge numa altura em que uma fonte da polícia não identificada diz ao Expresso que as autoridades devem estar prevenidas para o que se chama de “suicídio pela polícia”.

A ideia generalizada é de que “Piloto”, como é também conhecido o suspeito, não se vai entregar sem resistência, conforme apurou o semanário junto de fontes da investigação.

O director da PJ, Almeida Rodrigues, admite ao Expresso que há receios de “um dramático confronto final” entre o suspeito e as autoridades, reconhecendo que estamos perante um perfil psicológico “que inspira cuidados”, fruto dos sinais de “sociopatia, frieza e calculismo”.

“Procurar uma agulha num palheiro”

Almeida Rodrigues constata que o caso é “complexo” e lembra que, se Pedro Dias continua escondido na zona de Vila Real, como se acredita, estamos a falar de um “meio muito aberto e com muitos esconderijos”.

É como “procurar uma agulha num palheiro”, afiança ao Expresso uma fonte identificada como “alto responsável da investigação”.

A PJ acredita que o suspeito esteja numa área de cerca de 40 quilómetros, em Vila Real, “pouco povoada, com muitas zonas florestais e caminhos difíceis”, sublinha o director-adjunto da PJ, Pedro do Carmo, numa entrevista à RTP.

Mas este elemento assume que “não é possível assegurar com toda a certeza” que Pedro Dias já não esteja noutra zona do país ou até no estrangeiro. Na semana passada, já houve suspeitas de que teria fugido para Espanha.

O Correio da Manhã afiança que a polícia esteve quase a apanhar Pedro Dias em Constantim, uma aldeia de Vila Real, mas o homem conseguiu escapar.

A última pista que aponta para “Piloto” foi o roubo de um jipe, numa quinta de turismo rural em Celeirós do Douro, Sabrosa, na segunda-feira de madrugada. Mas não há confirmação de que tenha sido mesmo ele o autor do furto e pode ser simplesmente uma pista falsa.

A PJ admite entretanto, que Pedro Dias pode estar a ser ajudado por terceiros na sua fuga, conforme disse Pedro do Carmo à RTP, revelando ainda que foram encontrados “indícios” da passagem do suspeito por “várias habitações”, onde poderá ter pernoitado e ter tido acesso à televisão e logo, ficando a par das operações de busca das autoridades.

Suspeito teve tempo para despistar a polícia

O Jornal de Notícias apurou entretanto que, depois de ter alegadamente cometido os homicídios, “Piloto” teve tempo de despistar as autoridades.

O GNR Carlos Caetano, que morreu alegadamente vítima de um disparo de Pedro Dias, teria um caderno onde escrevia as matrículas suspeitas com que se deparava.

“Piloto” terá forçado o militar António Ferreira, o outro GNR envolvido na operação onde sucederam os crimes, a comunicar estas matrículas suspeitas à central, avança o JN, o que acabou por despistar as autoridades.

Só depois disso é que “Piloto” terá disparado contra António Ferreira, com o intuito de se livrar de “uma testemunha comprometedora”, frisa o JN. Mas o militar sobreviveu para contar estes dados.

O jornal também sustenta que Pedro Dias perguntou ao GNR sobrevivente quantos agentes estariam no posto de Aguiar da Beira porque, alegadamente, desejaria ““apagar” indícios da sua implicação no homicídio e ir ao posto matar o GNR que, antes, via rádio, avisara os colegas” no âmbito da sua fuga.

Mas António Ferreira “mentiu-lhe” e disse-lhe que estavam no posto “cinco guardas”, e não apenas um, como era verdade, e que o local teria “um sistema de video-vigilância”, relata o JN.

SV, ZAP

4 Comments

  1. Alegadamente isto, alegadamente aquilo. Paninhos quentes para quê? Há dúvidas de quem ele é ou do que fez? Se fosse nos EUA já tinha levado um balázio, mas as leis de Portugal protegem os bandidos e os agentes das nossas forças de segurança quase preferem levar do que dar tiros.

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