Duas pessoas morreram e três ficaram feridas, na sequência do tiroteio desta terça-feira em Aguiar da Beira, no distrito da Guarda. A GNR montou uma operação policial mas o suspeito continua desaparecido.
Tudo aconteceu na madrugada desta terça-feira, quando dois guardas da GNR estavam a patrulhar a zona de um hotel em construção nas Termas da Cavaca, em Aguiar da Beira, distrito da Guarda.
Os dois consideraram suspeita a presença de uma carrinha no local, pensando tratar-se de assaltantes de cobre, mandando-a então parar para identificar os sujeitos.
Enquanto faziam a identificação, o condutor da carrinha disparou sobre um dos agentes da GNR, Carlos Caetano, a primeira vítima mortal deste tiroteio.
O corpo foi colocado na bagageira do veículo da GNR, no qual seguiu o suspeito. O outro agente, António Ferreira, foi amarrado a uma árvore e encontra-se em estado grave.
O suspeito fugiu até à estrada nacional 229, onde baleou um casal e fugiu com o seu automóvel. O homem morreu e a mulher encontra-se em estado crítico.
Ao início da noite, a imprensa chegou mesmo a circular a notícia de que a mulher tinha morrido, mas o hospital veio corrigir essa informação.
Segundo a agência Lusa, a mulher sofreu um traumatismo cranioencefálico grave e encontra-se na unidade de cuidados intensivos depois de ter sido submetida a uma intervenção cirúrgica.
As autoridades lançaram então uma caça ao homem e o principal suspeito chegou a ser intercetado no Candal, em Viseu, onde baleou mais um agente da GNR que, entretanto, já teve alta hospitalar.
De acordo com a imprensa, o homem chama-se Pedro Dias, tem 44 anos e é piloto de aviação de cargas. Esteve emigrado na África do Sul, já é conhecido das autoridades por outros roubos e é considerado “perigoso”.
A GNR montou um cerco na zona de São Pedro do Sul durante a noite, pedindo aos habitantes de Candal, Póvoa das Leiras e Coelheira que não saíssem de casa.
Apesar das condições climatéricas adversas, estiveram no local cerca de 250 militares da GNR e vários elementos da Polícia Judiciária. O suspeito continua a monte.
Caça ao homem continua
Hoje, a GNR informou os residentes onde decorrem as buscas que podem retomar as suas atividades mas pede para que se mantenham atentos.
Segundo o major Pedro Gonçalves, do Comando Territorial da GNR da Guarda, as buscas decorrem “com maior incidência junto à localidade de Candal, o último local onde o suspeito foi visto”.
“[Nas últimas horas] direcionámos mais a ação no terreno junto das populações para impedir que o suspeito se direcionasse para alguma casa e para garantir a segurança das populações e dar-lhe segurança psicológica com a nossa presença”, disse.
“Não se sabe se [o suspeito] pode ter progredido ou se se abrigou face às condições climatéricas adversas”, explicou.
Em casos suspeitos ou caso saibam alguma informação, as autoridades apelaram para serem alertadas de imediato, através do número de telefone 232 467 940 ou do número de emergência 112.
ZAP / Lusa
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Boa tarde,
Só espero que este aparato todo não venha a ser como o do “Palito”.
O pobre coitado era visto em todo o lado, ia a casa, comprava pão ao padeiro, etc…
Só a GNR é que não o conseguia ver 🙂
E agora se algum elemento da GNR der um tipo no homem será que esse GNR é preso tal, será que também tem que pagar à família uma indemnização tal como foi o caso da família de ciganos que teve direito a uma indemnização por levarem o filho para um assalto.
E o GNR será que não disparou 1.º só com o receito de ser condenado e acabou morto…
Penso ser importante reflectir nisto…
Se a justiça não mudar a sério neste país durante pouco tempo será muito difícil viver por cá, cabe aos partidos refletirem sobre o que se está a passar e se acham justo que um indivíduo que mata três pessoas e deixa mais um ou dois em estado grave deve apanhar simplesmente 25 anos de prisão que raramente os cumprem, é caso para dizer que o crime compensa.