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Eutanásia. Partidos compram guerra com Marcelo (entre avisos e recados)

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Mário Cruz / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, durante a tradicional mensagem de Ano Novo, 1 de janeiro de 2022.

O tema da eutanásia volta ao Parlamento, na próxima semana, com a discussão de propostas de PS, Bloco de Esquerda, PAN e Iniciativa Liberal que preveem a despenalização. Adivinha-se, no horizonte, um novo possível braço-de-ferro com o Presidente da República, mas os partidos vão à guerra com Marcelo.

A eutanásia vai voltar à ordem do dia na Assembleia da República, na próxima semana, com os deputados a debaterem as propostas de PS, Bloco de Esquerda (BE), PAN e Iniciativa Liberal (IL), visando a legalização da morte medicamente assistida.

Marcelo já vetou a despenalização da eutanásia por duas vezes e admite-se que possa surgir um terceiro voto, mesmo com a retirada da expressão “doença fatal”, um dos pontos apontados como problemáticos pelo Presidente da República.

Em Novembro de 2021, Marcelo vetou a proposta que incluía que a eutanásia era legal em situação de “sofrimento intolerável com lesão definitiva de gravidade extrema ou doença incurável e fatal”. A última parte da frase, com referência a “fatal”, desaparece na nova proposta. Mas, mesmo assim, Marcelo pode manter as suas reservas.

Apesar dos receios de que isso aconteça, os partidos mantêm as suas propostas e pressionam o Presidente a dar o seu aval àquilo que o Parlamento decidir.

“Já houve um amplo debate na sociedade portuguesa. Esperemos que este veto não venha a perpetuar-se. As pessoas que elegeram esta composição do Parlamento leram os programas e sabiam ao que vinham”, avisa mesmo a líder do PAN, Inês Sousa Real, deputada única do partido, conforme cita o Observador.

No BE, o deputado Pedro Filipe Soares também deixa um recado a Marcelo. “Esperamos que o processo seja célere, também do lado do Presidente da República”, aponta em declarações à mesma publicação.

“A preocupação do PS não é responder ao Presidente, mas ao acórdão do Tribunal Constitucional”, aponta, por seu turno, a deputada do PS Maria Antónia Almeida Santos, também citada pelo Observador, referindo-se ao chumbo por inconstitucionalidade após o pedido de fiscalização preventiva de Marcelo.

Mas é certo que “o PS não pode deixar de defender o que sempre defendeu e se sabe que defende”, avisa ainda o presidente dos socialistas, Carlos César, em declarações ao Observador. Mas o partido “não está nem quer afrontar o Presidente da República”, antes “pelo contrário”, aponta ainda.

PSD dá “liberdade de voto completa” na eutanásia

Num assunto que implica tantas questões morais, o PSD decidiu dar “liberdade de voto completa” aos seus deputados, como revela Rui Rio em declarações divulgadas pela Rádio Renascença.

“Cada um vota como entender”, explica o líder cessante do PSD após um encontro que manteve com o seu sucessor, Luís Montenegro, para preparar a transição de poder no partido.

Essa liberdade aplica-se tanto às iniciativas de PS, BE, PAN e IL que preveem a despenalização da eutanásia, como à proposta do Chega que propõe a realização de um referendo em torno do assunto.

ZAP //

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20 Comments

  1. Faz o que eu digo não faças o que eu faço
    È muito católico Por isso não se divorcia, mas depois vive com uma outra pessoa há dezenas de anos.
    A que se chama isto?

    • O Marcelo vive com outra pessoa.? Quem é ela? Ele nunca aparece com a tal pessoa. E as revistas de cuscuvilhice nunca o apanharam ou publicaram nada sobre isso. Acho que tinhamos o direito de saber , afinal ele é uma figura pública eleita por todos os portugueses. É a nossa rainha de Inglaterra. E da rainha sabe-se tudo……..por isso…..

  2. O Marcelo é muito igrejista. vai andar ali sempre a chumbar a lei por muitas alterações que possam ser feitas para o satisfazer.

  3. Ai Marcelo, Marcelo, essas ideias medievais da Igreja toldam-te o raciocínio. Está mas é caladinho e deixa a humanidade evoluir.

      • Não………mais democrático é perguntar ás pessoas que estão a sofrer. essas é que decidem o que querem fazer com a vida delas. nós não temos o direito de obrigar uma pessoa que está a sofrer que continue a sofrer mais ainda. a decisão é delas, não nossa. a maior parte do povo está muito bem de saúde , por isso não sente os que não estão.

      • não tem nada a ver com esquerdalhada, tem a ver com o que a pessoa quer para ela. a belgica é uma monarquia e não é esquerdalhada.

    • Para uma questão tão complexa, o Ventura tem toda a razão. Pergunte-se ao povo através de referendo. É muito mais democrático.

      • Não………mais democrático é perguntar ás pessoas que estão a sofrer. essas é que decidem o que querem fazer com a vida delas. nós não temos o direito de obrigar uma pessoa que está a sofrer que continue a sofrer mais ainda. a decisão é delas, não nossa. a maior parte do povo está muito bem de saúde , por isso não sente os que não estão.

  4. Tema mais que rebatido !……………Nem Governo , nem T.C , nem Deputados e muito menos o P.R , querem tomar esta decisão . O direito a Euthanasia deve ser puro e simplesmente Referendado e acaba-se com esta “Palhaçada !

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