Flotilha de ajuda a Gaza regressa a Barcelona. Viagem adiada devido a “ventos fortes”

Toni Albir / EPA

Fortes ventos mediterrânicos obrigaram a flotilha com destino a Gaza que transportava ajuda humanitária e centenas de ativistas pró-palestinianos, entre os quais a ambientalista Greta Thunberg e a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a regressar a Barcelona.

A flotilha com cerca de 20 embarcações que partiu no domingo da cidade espanhola teve que regressar ao porto de Barcelona devido a condições meteorológicas adversas, anunciaram esta segunda-feira os organizadores da expedição.

A viagem tem o objetivo de “abrir um corredor humanitário e pôr fim ao genocídio em curso contra o povo palestiniano” no contexto da guerra entre Israel e o Hamas, afirma a ONG Global Sumud Flotilla. Sumud é o termo árabe para “resiliência”.

Devido a condições meteorológicas inseguras, realizámos uma prova de mar e regressámos depois ao porto para permitir que a tempestade passasse”, disse a organização em comunicado citado pelo The Local, que não especifica a hora exata a que os barcos regressaram a Barcelona.

“Isto significou adiar a nossa partida para evitar complicações com as embarcações mais pequenas”, acrescenta o comunicado, que refere terem-se feito sentir rajadas que ultrapassaram os 55 km/h.

“Tomámos esta decisão para dar prioridade à segurança e ao bem-estar de todos os participantes e para salvaguardar o êxito da nossa missão”, salienta a organização.

A imprensa espanhola noticia que os organizadores se reuniriam ainda esta segunda-feira para decidir se retomavam a expedição.

Entre os ativistas, vindos de dezenas de países, encontram-se a ativista sueca Greta Thunberg, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, o ativista Miguel Duarte e a atriz Sofia Aparício.

A floyilha leva ainda a Gaza os atores Liam Cunningham (Irlanda) e Eduard Fernández (Espanha), bem como deputados europeus e figuras públicas, incluindo a ex-presidente da Câmara de Barcelona, Ada Colau.

A flotilha deverá chegar a Gaza em meados de setembro e segue-se a duas tentativas anteriores de entrega de ajuda ao território palestiniano devastado, bloqueadas por Israel em junho e julho.

As Nações Unidas declararam situação de fome em Gaza, alertando que 500 mil pessoas enfrentam condições “catastróficas”.

A guerra foi desencadeada pelo ataque transfronteiriço sem precedentes da organização terrorista palestiniana Hamas contra Israel, a 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.219 pessoas, maioritariamente civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais.

Os terroristas palestinianos capturaram ainda 251 reféns, dos quais 47 permanecem em Gaza, incluindo 25 que, segundo o exército israelita, já terão morrido.

A ofensiva de retaliação israelita já causou pelo menos 63.459 mortos palestinianos, sobretudo civis, de acordo com números do ministério da Saúde controlado pelo Hamas em Gaza, que a ONU considera fiáveis.

ZAP //

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