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Medicação e antibióticos não resultam muito bem. Cirurgia pode mesmo ser o mais indicado, aponta novo estudo.

A cirurgia pode ser mais eficaz do que os antibióticos no tratamento da rinosinusite crónica, uma condição que provoca obstrução nasal persistente, corrimento e redução do sentido do olfato que afeta cerca de 9% da população mundial e ocorre quando as cavidades produtoras de muco – os seios nasais – se inflamam.

Os sintomas típicos incluem nariz entupido ou a escorrer, dor facial e perda de olfato, que se prolongam por mais de 12 semanas. A causa é frequentemente desconhecida, podendo estar associada a infeções virais ou alterações no microbioma nasal.

O tratamento inicial consiste em sprays nasais anti-inflamatórios e lavagens diárias com solução salina. Quando os sintomas persistem, os médicos recorrem frequentemente a um ciclo de três meses de claritromicina, um antibiótico usado mais pelas suas propriedades anti-inflamatórias do que pelo efeito antibacteriano.

Como último recurso, é possível recorrer à cirurgia para alargar os seios nasais e remover pólipos nasais benignos, que surgem e agravam os sintomas em cerca de 5% dos casos. Mas até agora, não existiam estudos que comparassem diretamente a cirurgia com os antibióticos, adianta o New Scientist.

Para colmatar esta lacuna, de acordo com um estudo recentemente publicado no The Lancet, foram recrutados mais de 500 adultos com rinosinusite crónica.  Os participantes classificaram a gravidade de 22 sintomas, incluindo dor facial e corrimento nasal, numa escala média de 55 em 110. Foram depois distribuídos aleatoriamente para tomar claritromicina durante três meses, pílulas placebo ou submeter-se a cirurgia nasal. Todos continuaram a usar sprays e a fazer lavagens nasais.

Seis meses depois, os participantes que tomaram claritromicina ou placebo registaram uma redução de cerca de 10 pontos na gravidade dos sintomas, um alívio moderado que se acredita ser resultado dos sprays e das lavagens nasais.

Em contraste, o grupo submetido a cirurgia apresentou uma melhoria média de cerca de 30 pontos, sugerindo que este método proporciona um benefício maior.

Existe, contudo, uma ressalva importante: cerca de 80% dos participantes apresentavam pólipos nasais, possivelmente devido à pandemia de COVID-19, uma vez que a infeção pelo coronavírus pode desencadear inflamação que leva à formação destes pólipos. São necessários mais estudos para confirmar se os resultados se aplicam a pessoas sem pólipos, que apresentam outro tipo de inflamação.

ZAP //

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