“É realmente uma reversão dos deterioramentos da memória devida à idade. Trata-se de algo muito mais profundo do que simplesmente retrair ou prevenir os sintomas“.
A manipulação de uma proteína específica, FTL1, pode restaurar funções cerebrais e reverter memórias perdidas, de acordo com um estudo publicado na revista Nature Aging revela este mês.
O foco da investigação foi o hipocampo, região central para a memória e aprendizagem, que é particularmente vulnerável ao envelhecimento. Os cientistas notaram que a proteína FTL1 se acumula nessa região com o passar do tempo, coincidindo com uma drástica redução de conexões neuronais e capacidade de recordar.
Experiências em ratos mostraram que níveis elevados de FTL1 em animais jovens provocavam défices cognitivos semelhantes aos de ratos mais velhos, incluindo perda de ramificação neuronal e falhas em testes de memória.
Ao inverter a situação, ao reduzir a quantidade de FTL1 em ratos idosos, as conexões neuronais recuperaram-se, e os animais atingiram resultados em testes de memória comparáveis aos de exemplares jovens, explicam os investigadores ao El Confidencial.
Testes laboratoriais mostraram que estimular o metabolismo celular podia prevenir estes efeitos.
Os cientistas confirmaram ainda que a perda de memória não se deve à morte neuronal, mas sim à deterioração das sinapses e do metabolismo energético, ambos passíveis de recuperação.
Embora os resultados tenham sido obtidos apenas em ratos machos, os investigadores estão otimistas em relação à aplicação futura em humanos e em modelos femininos. A equipa já começou a estudar fármacos que possam bloquear a FTL1 e devolver a juventude mental a cérebros envelhecidos.