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A aviação vai demorar anos a voltar ao nível anterior, diz líder da Boeing

O tráfego aéreo mundial vai demorar anos a regressar ao nível de antes da pandemia de covid-19, previu esta segunda-feira o líder da Boeing, David Calhoun, apontando um período de dois a três anos.

David Calhoun, que falava numa reunião da Boeing, da qual é líder, anunciou que serão necessários três a cinco anos para que os dividendos da Boeing sejam restaurados, com o grupo aeronáutico a ser bastante atingido pelas consequências económicas da crise causada pela pandemia de covid-19. Estas dificuldades acrescem aos problemas que o grupo tem enfrentado com o aparelho 737 MAX.

“Esta crise sanitária é diferente de tudo o que conhecemos antes”, afirmou Calhoun, acrescentando que haverá um período de “vários anos” antes de se atingir os níveis anteriores à pandemia.

Calhoun traçou um quadro sombrio quanto às perspetivas do setor aéreo em geral e da Boeing em particular. “Sabemos que teremos que pedir dinheiro emprestado nos próximos seis meses”, afirmou.

Antes desta crise, a Boeing já enfrentava dificuldades devido à paragem dos aviões 737 MAX, impedidos de voar há mais de um ano devido a dois acidentes que causaram 346 mortos.

Na quarta-feira, a Boeing deverá apresentar os seus resultados trimestrais antes da abertura de Wall Street. Desde o início do ano, as ações da empresa já registaram uma desvalorização de mais de 60% na praça nova-iorquina.

A IATA disse, na semana passada, que qualquer regra criada para minimizar o contágio nos aviões acabaria temporariamente com o modelo de viagens aéreas baratas, forçando as transportadoras a aumentar os preços em 50% ou a falir.

O CEO da Ryanair já afirmou que os seus aviões não vão voltar a voar se a companhia aérea low cost for obrigada a deixar o lugar do meio vazio para cumprir regras de distanciamento social.

ZAP // Lusa

 

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