A Vinted (e não só) tem um problema para resolver

Vender roupa em segunda mão tem trazido diversos problemas no mundo online. Dúvidas também atingem a Depop ou a Wallapop.

A venda de roupa online, em segunda mão, tornou-se muito popular nos últimos anos. É um caminho aparentemente fácil, rápido e sustentável.

Tornaram-se populares plataformas como a Vinted, a Depop ou a Wallapop, que têm milhões de utilizadores.

A Vinted destaca-se, com crescimento de 330% nas receitas ao longo dos últimos dois anos, que atingiram 813 milhões de euros em 2024. A Vinted tem 70 milhões de utilizadores e vale cerca de 5 mil milhões de euros.

Não há comissões de venda para a plataforma – um ponto a favor para os consumidores, tendo em contra a concorrente Depop, por exemplo.

Mas esse negócio está a originar muitas dúvidas, muitas críticas. Mais utilizadores, mais problemas, salienta o The Next Big Idea.

É uma espécie de “faroeste digital”: burlas através de Inteligência Artificial (IA), assédio sexual e empresas que querem os dados dos utilizadores para treinar algoritmos.

Há relatos de roupas embaladas em fraldas, artigos diferentes dos anunciados, ou vendedores que desaparecem.

Precisamente focado na Vinted, uma investigação da Science Feedback denunciou as contas que se aproveitam de imagens criadas por IA para vender roupas baratas da Shein e Temu a preços inflacionados.

O The Guardian, citando um estudo da Which?, já avisou que 32% dos compradores neste tipo de plataformas já foram burlados – com destaque para a Depop, com mais de metade (57%) dos casos; quase um quarto dos vendedores contou que também já foi alvo de burla.

Na Vinted, surgiram igualmente relatos de fotografias de perfil que foram aproveitadas para sites pornográficos. A plataforma já está a usar IA para tentar travar esses problemas.

Na Wallapop, há relatos de esquemas de phishing e vendedores fantasma que desaparecem após receber transferências.

A desconfiança tem vindo a aumentar, com receios de que o número de desistentes aumente ao longo dos próximos tempos.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.