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Testes da vacina da Astrazeneca e Oxford suspensos. Voluntário teve reação adversa grave

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A farmacêutica AstraZeneca suspendeu os testes da fase final da vacina que está a desenvolver contra a covid-19, em parceria com a Universidade de Oxford, após uma suspeita de reação adversa séria num participante do estudo.

A informação foi avançada na noite de terça-feira pelo site de informação especializado em saúde Stat News e depois confirmada pela própria farmacêutica, num comunicado enviado ao canal televisivo norte-americano CNN.

“Como parte dos testes globais controlados e randomizados em andamento da vacina de Oxford contra o coronavírus, o nosso processo de revisão padrão desencadeou uma pausa na vacinação para permitir a revisão dos dados de segurança”, indicou a companhia em comunicado.

A AstraZeneca frisou que se trata de “uma ação de rotina, que deve acontecer sempre que houver uma doença potencialmente inexplicada num dos ensaios, enquanto ela é investigada”, de forma a garantir que é mantida “a integridade dos ensaios”.

“Em testes de larga escala, as doenças acontecem por acaso, mas devem ser revistas de forma independente para que sejam verificadas com cuidado. Estamos a trabalhar para acelerar a revisão de um único evento para minimizar qualquer impacto potencial no cronograma do teste. Estamos comprometidos com a segurança de nossos participantes e os mais altos padrões de conduta nos nossos testes”, concluiu o comunicado.

Dessa forma, os estudos em estágio final da vacina estão suspensos enquanto a empresa investiga se um relatório de um paciente com um efeito colateral sério está relacionado com o produto em desenvolvimento.

Um porta-voz da AstraZeneca confirmou que a pausa nas vacinações abrange os testes nos Estados Unidos e em outros países.

No mês passado, a AstraZeneca começou a recrutar 30 mil pessoas nos Estados Unidos para o seu maior estudo da vacina, que também está a ser testada em milhares de pessoas no Reino Unido, Brasil ou na África do Sul.

O Governo brasileiro já acertou um protocolo de intenções que prevê a disponibilização de 30 milhões de doses dessa vacina até ao final do ano e está a concluir as negociações para o pagamento e assinatura de um acordo final que incluirá também a transferência de tecnologia para produção nacional, que deverá ser conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A informação da suspensão da vacina surge no mesmo dia em que a AstraZeneca e oito outros fabricantes de medicamentos assinaram um compromisso, prometendo manter os mais altos padrões éticos e científicos no desenvolvimento das suas vacinas, e que não procurariam obter a aprovação governamental prematura para nenhuma vacina contra o novo coronavírus.

Esta é também a vacina que se espera que chegue a Portugal caso seja eficaz. Em agosto, o Infarmed disse que a primeira remessa de 690 mil vacinas podia chegar já em dezembro. Ao todo, o país esperará 6,9 milhões de vacinas caso esta seja bem sucedida.

Além da AstraZeneca, Portugal está a ultimar outros cinco contratos: o consórcio Pfizer/BioNTech, as norte-americanas Moderna e Johnson&Johnson, o laboratório francês Sanofi e a britânica GSK e a CureVac.

Para toda a União Europeia vão ser disponibilizadas 300 milhões, o mesmo número de unidades desta promissora vacina que os Estados Unidos também já garantiram.

Brasil começa vacinação em janeiro de 2021

O ministro interino da Saúde brasileiro, Eduardo Pazuello, disse esta terça-feira que o país dará início à vacinação da população contra a covid-19 em janeiro do próximo ano.

A informação foi dada durante uma entrevista feita por uma youtuber brasileira de 10 anos que, a convite do Presidente, Jair Bolsonaro, questionou vários ministros do atual executivo. A criança, chamada Esther, questionou Pazuello que haverá vacina para a covid-19 disponível para todos os brasileiros.

“Esse é o plano. Estamos a fazer os contratos com quem está a fazer a vacina e a previsão é que essa vacina chegue para nós a partir de janeiro. Em janeiro do ano que vem, começaremos a vacinar todo o mundo”, respondeu o ministro interino da Saúde, o militar Eduardo Pazuello.

Já o chefe de Estado, Jair Bolsonaro, voltou esta terça-feira a defender a não obrigatoriedade da vacina contra o novo coronavírus no Brasil, assim que estiver disponível.

“Não podemos injetar qualquer coisa nas pessoas e muito menos obrigar. Eu falei, inclusive, que ninguém vai ser obrigado a tomar vacina, e o mundo caiu na minha cabeça. A vacina é uma coisa que, no meu entender, você faz a campanha e busca uma solução. Você não pode amarrar o cidadão e dar a vacina nele. Eu acho que não pode ser assim”, afirmou o Presidente, numa reunião com médicos defensores do uso da hidroxicloroquina no tratamento precoce da covid-19.

No passado, Bolsonaro já tinha dito que “ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina”.

Contudo, em fevereiro deste ano, segundo a imprensa local, Bolsonaro sancionou uma lei que permite a adoção de uma série de medidas face a emergência de Saúde, entre elas a “determinação de realização compulsória de vacinação e outras medidas profiláticas”.

Com cerca de 212 milhões de habitantes e um elevado número de casos de infeção pelo novo coronavírus, o país sul-americano é considerado um laboratório ideal para testar várias potenciais vacinas, com farmacêuticas a procurarem agora verificar a sua eficácia e segurança.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de mortos (mais de 4,1 milhões de casos e 126.960 óbitos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 893.524 mortos e infetou mais de 27,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China. Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

ZAP // Lusa

18 Comments

  1. E que tal dizer qual foi o efeito?
    É que isto de uma forma ou de outra vai avançar com grande pressão…
    A seguir quem tiver reacções adversas graves vai-lhes ser dito que foi o acaso!
    Os jornalistas podiam fazer o favor de perguntar?

    • Os Jornalistas não sabem, não lhes foi dito. Isto porque os médicos sabem a reacção (o problema) mas não sabem porque. Temos de esperar os resultados das análises por parte dos médicos investigadores.
      O que foi suspenso foram as vacinações. Os estudos continuam. Aqui sim os Jornalistas falharam em explicar. Temos mesmo de esperar, breve eles comunicam.

  2. Eu compreendo a curiosidade, mas se concluírem que nada teve a ver com a vacina não vale a pena divulgar senão quer se queira quer não toda a gente vai pensar que é uma efeito secundário de facto. Isto é delicado e muito importante. Que este processo não seja atrasado pela estupidez humana.

    • Eles SABEM que teve a ver com um dos componentes da vacina, por isso divulgaram (diz na noticia em cima). Chama-se a isso transparência de investigação. TODA a gente sabe e todos têm conhecimento do que se vai passando.

  3. Todas as vacinas e medicamentos podem ter efeitos secundários. Alguns efeitos serão mais imediatos e outros apenas sentidos após um consumo regular da substância durante algum período de tempo. Neste caso, e tratando-se de uma vacina, que se espera seja tomada pontualmente poderá haver essencialmente efeitos mais imediatos, dado que não será de esperar a ocorrência de situações resultantes do consumo prolongado no tempo.
    Chegados a este ponto, convém referir que nem todos podemos tomar todas as vacinas e medicamentos. Qualquer fármaco traz as contraindicações e potenciais efeitos secundários. Há inúmeras situações de alergia do próprio organismo à substância química; pode igualmente haver incompatibilidades com outras medicações; noutras situações, a existência de doenças no indivíduo ou a sua situação de vida (gravidez, idade,…) poderão obstar à administração de algum fármaco.
    Eventualmente, nem todos poderão estar “aptos” a tomar esta vacina. Nesta fase de testes ficarão identificadas as situações de efeitos secundários e quais as situações em que a sua administração é desaconselhada ou mesmo proibida. Obviamente que estamos perante um processo que deveria demorar anos a desenvolver e que se espera que consiga produzir os mesmos resultados numa versão “condensada” de meses. Muito provavelmente não será possível identificar tão rigorosamente como seria possível no “normal” processo de desenvolvimento de uma vacina, os efeitos secundários mas é bom que exista uma cultura de responsabilidade e que as diferentes entidades envolvidas nesta corrida pela vacina partilhem abertamente (de acordo com as exigências da comunidade científica e da OMS) os resultados obtidos a cada momento, ao contrário de outros que, aparentemente, já descobriram a vacina e já estão a administrá-la, em ninguém conhecer quaisquer resultados da fase de testes.

  4. A Russia tem uma vacina que, de acordo com a Britânica The Lancet, parece segura e eficaz. Pois Portugal, e os tontos da União Europeia, em vez de esperarem para ver se esta eficácia se confirma, foram a correr encomendar milhões da vacina cujos ensaios foram agora suspensos por causa de feitos secundários perigosos. Qual é a ideia? Obrigarem os portugueses a tomarem uma vacina que não é de confiança, ou comprarem aos russos a vacina que funciona? Eu, por mim, já sei o que vou fazer: vou encomendar a vacina russa para mim e para os meus familiares, assim que tal seja possível.

    • Lá está a irracionalidade do povo a vir à tona. Não comente o que desconhece. A vacina russa nem sequer teve os ensaios necessários e exigidos pelas autoridades de saúde de qualquer estado minimamente decente. E nada foi partilhado com a comunidade científica internacional de forma a ser escrutinável.
      O senso comum é de facto perigoso. E pela internet, infelizmente, é só senso comum.
      Se vai gastar dinheiro nisso, eu posso vender-lhe uma vacina que ainda hoje à noite preparei lá em casa com um pouco de farinha e uns grãos de sal.

  5. Eu devo ser muito idiota mas sempre me foi informado que uma vacina serve para proteger da doença, aplicando pequenas doses do vírus para que se criem anticorpos que utilizamos para combater a doença, mas isto sou eu que sou muito mal informado.
    Também sempre ouvi dizer que as vacinas não podem ser aplicadas quando a pessoa está infectada com a doença, provavelmente ouvi mal.
    As doenças combatem-se com medicamentos, pelo que penso saber, e ainda não ouvi nada que se tivessem a desenvolver medicamentos dedicados, mas eu oiço mal, só tenho-me apercebido é que os medicamentos sugeridos por algumas entidades têm sido rejeitados pela OMS.
    Eu, que sou um idiota, penso que há aqui uma história mal contada…

    • O Zé anda é muito baralhado. Quando falamos em vacina, falamos em prevenção. Quando falamos em medicamentos, falamos em tratamento. Neste caso estamos perante o desenvolvimento de uma vacina. Se a pessoa tiver anticorpos, não será necessário o medicamento, admitindo que a vacina é eficaz e cria anticorpos suficientes no organismo por um período de tempo considerável, capazes de combater o agente em causa.
      A corrida em questão é pela vacina. Quanto aos medicamentos existem alguns que aparentam produzir alguns resultados (sobretudo nos estados mais graves) mas que já existiam e não foram desenvolvidos propositadamente para a COVID19.
      O desenvolvimento de uma vacina demora muitos anos. Neste caso, e admitindo-se a urgência geral, estão a procurar realizar um processo de desenvolvimento acelerado, mas que ainda assim tem de cumprir com as diferentes fases. E foi precisamente numa destas fases que ocorreu um pequeno revés. No entanto, não se sabe ao certo se a situação identificada foi o resultado direto da vacina, se foi resultado isolado da vacina, se haveria uma predisposição por parte do indivíduo…
      A vacina até poderá evoluir exatamente nos mesmos moldes se porventura se vier a concluir que não foi fruto direto da administração da vacina, ou se o foi devido à conjugação com um outro elemento ou se ainda o indivíduo apresentava um determinado quadro (outras enfermidades, alergias…) que poderá fazer com que a vacina avance mas seja contraindicada em determinadas situações.
      Nesta altura convém ter bom sendo, abstermo-nos de comentários incendiários e deixar isto para quem sabe. E, acredite, esta gente sabe o que faz. Mas, estamos a procurar fazer num ano aquilo que por vezes demora uma ou mais décadas.
      Vamos com calma e até lá vamo-nos protegendo e adotar comportamentos corretos no âmbito da atual pandemia.

      • Obrigado pelo esclarecimento, já entendi que é um dos cientistas que tanto trabalha para evitar o alastrar da pandemia, mas não entendeu o meu comentário.
        Em suma, é assim:
        – A vacina pode ser aplicada a quem está doente por contracção do covid19? Resposta Não. Assim deixa de lado todos os que estão infectados.
        – Os que estão infectados têm algum medicamento específico para curar a doença? Resposta Não, os medicamentos que existem para outras enfermidades e poderiam ser utilizados nestes casos são rejeitados pela OMS. Os infectados que estão confinados em casa utilizam “aspirina” que até parece estar a dar bom resultado.

        Não entendi como viu incendiário no meu comentário, apenas quis chamar a atenção para o desenvolvimento de um medicamento que resulte para combater este vírus, para ajudar todos aqueles que estão infectados e para quem a vacina de nada servirá, estranhando que a comunidade científica não tenha enveredado também pelo caminho de desenvolvimento de um medicamento.
        Mas isto sou eu que sou um idiota e não percebo nada de ciência.

      • José Raul, há muita coisa mal contada sim. existem medicamentos, chama-se hidroxicloroquina + zinco + azitromicina a serem administrados LOGO NO INíCIO DA INFEÇÂO, mas como o Trump falou bem dele e os media de esquerda o odeiam e, para além disso, são medicamentos muito baratos, logo, a OMS não os recomenda. Politiquices…
        Já agora, pesquisem no Pubmed “Transverse myelitis and vaccines: a multi-analysis “. A mielite transversa, isto é um efeito secundário grave de certas vacinas. Eles andam a contar a história à maneira deles, por forma a safarem a vacina de má fama… já naõ se safam disso.

      • Concordo consigo, é mais ou menos o que eu disse também. Há outros medicamentos, mas também foram rejeitados pela OMS, vá-se lá saber porquê.
        Quando falei na aspirina foi propositado, tenho conhecimento de alguns casos em que doentes com outras patologias muito graves, inclusivamente acamados, em que o médico lhes diz que não precisam de ter medo do covid19, que o seu estado de saúde obriga a tomarem fluidificadores do sangue, um caso é a aspirina, e essa característica impede trombos e, por conseguinte, o desenvolvimento do vírus.
        A minha crítica prende-se com a grande “ganância” no desenvolvimento de uma vacina quando nem sequer se fala em desenvolver ou adaptar um medicamento que ajudaria aqueles que estão infectados e, por esse motivo, estão fora do âmbito da vacinação.
        O que eu sinto, e é apenas a minha opinião, é que estamos a ser ludibriados por estes políticos que promovem a pandemia do medo, basta comparar com outras políticas como a da Suécia.
        Às vezes eu também tenho “macaquinhos no sótão”, é uma característica absurda minha, como também ser “incendiário”.

      • Compreendo exatamente como se sente, pois também eu tenho a mesma opinião.
        No fim, tudo se resume a uma coisa, por mais que nos custe a aceitar, nesta indústria farmacêutica: Ganância , que por sua vez, anda de mãos dados com os políticos. E quanto mais pesquisa, mais se abre a caixa de pandora.
        Desde o início, que a finalidade é VACINA. Já o Bill Gates (um eugenicista que publicamente afirmou querer a redução da população através das vacinas!pesquisem e tirem as vossas próprias conclusões), muito “profeticamente” tinha exposto tudo aquilo que deveria ser feito (pesquise Event 201).
        Objetivo final? Controlo Total. Eles bem querem caminhar para lá, basta analisar todas as liberdades que já fomos perdendo e as que podemos perder daqui para a frente.
        A “teoria da conspiração” vai-se tornando facto a pouco e pouco.

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