@dsns_telegram / State Emergency Service of Ukraine

O ataque ao gabinete de ministros da Ucrânia, um amplo complexo governamental no coração de Kiev, foi o primeiro deste tipo na guerra.
O ataque russo deste domingo sobre Kiev, o maior desde a invasão da Ucrânia pelas tropas russas, provocou a morte a duas pessoas e causou um incêndio num edifício onde se encontram os gabinetes dos ministros da Ucrânia. Foi a primeira vez que a Rússia atacou um edifício governamental em Kiev.
Um ataque em massa com drones e mísseis russos contra a capital da Ucrânia matou pelo menos duas pessoas e feriu 18, informaram hoje as autoridades ucranianas.
Entre os mortos estava uma criança de 1 ano, cujo corpo foi retirado dos escombros pelas equipas de resgate, disse o chefe da administração municipal de Kiev, Tymur Tkachenko.
Os serviços de emergência disseram na plataforma de mensagens Telegram que “18 pessoas sofreram ferimentos na capital, como resultado deste ataque maciço”.
“Estes assassinatos nesta altura, quando a verdadeira diplomacia já podia ter começado há muito tempo, são um crime deliberado e um prolongamento da guerra”, disse Zelensky numa mensagem no Telegram.
Um incêndio deflagrou no último andar de um edifício administrativo em Pechersk, no coração de Kiev, onde se encontram gabinetes governamentais. Este foi o primeiro ataque a atingir gabinetes ministeriais, diz o The Moscow Times.
De acordo com jornalistas da agência de notícias Associated Press, uma coluna de fumo subia do telhado do edifício. Não é claro até ao momento se o fumo foi o resultado do impacto de um bombardeamento direto, o que marcaria uma escalada nos ataques aéreos russos.
Um repórter da AFP viu helicópteros a atirar baldes de água sobre o telhado enquanto os serviços de emergência acorriam ao local.
Destroços de drones russos atingiram edifícios residenciais de quatro andares nos distritos de Sviatoshynskyi e Darnytskyi, em Kiev, de acordo com o presidente da câmara, Vytaly Klitschko.
A Rússia, que nega ter atacado civis na Ucrânia, disse ter atingido uma fábrica e um centro logístico em Kiev. Segundo o Ministério da Defesa russo, que desmente explicitamente a responsabilidade pelo ataque ao edifício governamental, “nenhum ataque foi realizado a outros alvos dentro dos limites de Kiev”.
Até à data, a Rússia evitou atingir edifícios governamentais no centro da capital da Ucrânia.
Segundo a força aérea ucraniana, entre o final do sábado e o início do domingo, a Rússia disparou pelo menos 810 drones e 13 mísseis contra a Ucrânia, no que é agora o maior número de sempre de projéteis usados num só ataque.
A Força Aérea terá conseguido abater e neutralizar 747 drones e 4 mísseis, mas houve nove impactos de mísseis e 56 ataques com drones em 37 locais de todo o país, tendo os detritos das armas caído em oito áreas.
O ataque deste domingo é o segundo ataque em massa com drones e mísseis russos a atingir a capital ucraniana num período de duas semanas.
O bombardeamento ocorre depois de 26 países europeus se terem oferecido para constituir uma “força de segurança” na Ucrânia, caso seja atingdo um acordo de paz, e alguns disseram mesmo estar dispostos a enviar tropas para o terreno.
Na região de Sumy, no nordeste do país, perto da fronteira, um ataque russo lançado durante a madrugada fez um morto e vários feridos, incluindo uma criança de nove anos, informou o governador militar regional, Oleg Grygorov, no Telegram.
As autoridades das regiões de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia, e Kryviy Rig, no leste, de onde é natural o presidente Volodymyr Zelensky, também registaram bombardeamentos que resultaram em feridos.
No sábado, Zelensky rejeitou a proposta do homólogo russo, Vladimir Putin, para um encontro presencial em Moscovo, afirmando que Putin “pode ir a Kiev” se quiser realmente construir pontes e negociar o fim da guerra.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a II Guerra Mundial.
Ao fim de mais de três anos da invasão russa da Ucrânia, as propostas para um acordo de paz entre Moscovo e Kiev têm fracassado, apesar das iniciativas do Presidente norte-americano, Donald Trump, para aproximar as partes.
O líder russo, Vladimir Putin, exige que a Ucrânia ceda territórios e renuncie ao apoio ocidental e à adesão à NATO, condições que Kiev considera inaceitáveis, reivindicando pelo seu lado um cessar-fogo imediato como ponto de partida para um acordo de paz, a ser salvaguardado por garantias de segurança.
ZAP // Lusa
Guerra na Ucrânia
-
7 Setembro, 2025 Maior ataque russo desde o início da Guerra atinge edifício do Governo da Ucrânia
-
1 Setembro, 2025 Putin culpa o Ocidente por desencadear a guerra na Ucrânia