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Santuário “apanhado de surpresa”. Ministra pede que não se confundam “celebrantes com peregrinos”

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Paulo Cunha / Lusa

O Santuário de Fátima foi “apanhado de surpresa pelas declarações do Governo” sobre as celebrações religiosas de 12 e 13 de maio, disse fonte do Santuário, este domingo, à agência Lusa.

O Santuário foi apanhado de surpresa pelas declarações do Governo” e “está a reunir todos os elementos para tomar uma posição” sobre as celebrações religiosas de 12 e 13 de maio em Fátima, afirmou uma fonte do gabinete de comunicação da instituição.

O Conselho Nacional do Santuário de Fátima vai agora reunir-se para “tomar uma posição sobre as celebrações”, adiantou à agência Lusa a mesma fonte, sem indicar qualquer data.

A ministra da Saúde, Marta Temido, disse, este sábado, que as celebrações do 13 de maio, em Fátima, são “uma possibilidade”, desde que sejam uma opção dos organizadores e cumpridas as regras sanitárias.

“Se essa for a opção de quem organiza as celebrações, de organizar uma celebração do 13 de maio onde possam estar várias pessoas, desde que sejam respeitadas as regras sanitárias, isso é uma possibilidade”, disse a governante, numa entrevista à SIC.

“Cada organizador tem de fazer juízo de valor sobre os riscos que vai correr. O estado de emergência, o estado de calamidade, não é uma emergência totalitária, é uma emergência sanitária”, disse ainda a ministra.

Entretanto, na habitual conferência de imprensa sobre o boletim epidemiológico da covid-19, a ministra manifestou a vontade de ser “muitíssimo clara” relativamente ao que disse ontem.

“Todos sabem que a Igreja Católica já há muito decidiu, e com grande prudência, que este ano não haveria peregrinos no Santuário de Fátima. Por decisão da Diocese de Leiria-Fátima as celebrações iriam ter lugar dentro da Basílica e seriam transmitidas televisivamente”, começou por dizer.

“Em articulação com as autoridades eclesiásticas iremos utilizar os mecanismos que uma das últimas resoluções de Conselho de Ministros preveem que, no seu artigo 18.º, explicita que os membros do Governo responsáveis pelas áreas da Administração Interna e da Saúde podem, conjuntamente, autorizar a realização de determinadas celebrações ou eventos”, continuou.

“Aquilo que é preciso deixar muito claro a este propósito é que o Ministério da Saúde o que ontem pretendeu explicitar é que há uma diferença entre peregrinos e celebrantes. E aquilo que a Igreja Católica já definiu muito concretamente foi a sua intenção de que, num contexto de prudência e de especial cautela, este ano as celebrações acontecessem num quadro específico”.

“Nós estamos obviamente totalmente disponíveis para apoiar a Igreja Católica ajudando à definição daquilo que sejam as regras específicas para essas celebrações, mas não se confundam celebrantes com peregrinos. Da mesma forma que noutros contextos nenhum evento aconteceu da exata forma como tinha acontecido antes. Penso que estará clara a ideia de que não há aqui nenhuma situação diferente daquela que estava prevista e prudentemente definida pela nossa Igreja”, concluiu.

No dia 6 de abril, o Santuário de Fátima anunciou que a Peregrinação Internacional Aniversária de maio seria este ano celebrada sem a presença física de peregrinos, devido à pandemia de covid-19, mas que se mantêm as principais celebrações.

Este sábado, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) também anunciou o regresso das missas comunitárias a 30 de maio, tendo destacado, porém, que a data “depende ainda da avaliação que o Governo se propõe fazer da situação, nesta primeira etapa do desconfinamento”.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. Entre “celebrantes e peregrinos no meu ver a diferença é ténue. Considero de um certo modo, que os fieis são igualmente “celebrantes”, logo que participam na Liturgia. Não sou praticante de nenhuma Religião, mas este tipo de comunicado, presta realmente a uma total confusão. Aposto que muitos “Piedosos”, vão enfiar as sapatilhas e porem-se a caminho do evento !..se tal acontecer não me vai surpreender !

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