A pandemia ia baixar as rendas? 16,6 euros respondem

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Análise ao mercado de arrendamento 5 anos após o primeiro caso da COVID-19 mostra que as rendas ficaram 43% mais caras.

Quando a COVID-19 chegou oficialmente a Portugal, em Março de 2020, num dos vários assuntos que se especularam, começou a ser comentado que os preços das casas iam estabilizar ou mesmo descer.

A crise mundial não era só de saúde, era também muito uma crise económica. E muitos portugueses pensavam – ou queriam – que o novo cenário económico iria travar a subida “louca” dos preços das casas.

Não aconteceu. Os preços das casas continuaram a subir muito, as rendas das casas continuaram a subir muito.

O idealista fez um balanço dos valores das rendas, 5 anos depois do início da pandemia. Neste período, o valor das rendas aumentou 43%.

Na prática, e no final de Março de 2025, cada metro quadrado tinha um preço mediano de 16,6 euros. Uma casa de apenas 50m2 tem uma renda de “apenas” 830 euros; é praticamente um salário mínimo.

Funchal (+93%), Coimbra (+74%) e Vila Real (+73%) são as capitais de distrito onde as rendas das casas mais aumentaram desde a pandemia.

A única cidade onde a renda ficou mais barata é Bragança: queda de 22% nos últimos cinco anos, um valor mediano de 6 euros/m2. É o valor mais baixo das cidades capitais de distrito.

Em valores medianos, Lisboa tem as rendas mais caras: 22 euros/m2. Seguem-se Porto (17,5 euros/m2), Funchal (15,9 euros/m2), Faro (14,2 euros/m2) e Setúbal (12,3 euros/m2).

Há também mais casas para arrendar: 38.184 casas no primeiro trimestre de 2025 – é mais 72% face ao primeiro trimestre de 2020.

Algumas cidades destacam-se nesta subida: Bragança, Vila Real, Viseu, Beja, Porto e Viana do Castelo – em todas, o número de casas disponíveis mais do que duplicou. Lisboa lidera, com mais de 10 000 espaços; segue-se o Porto, com mais de 5.500 imóveis neste mercado.

Mesmo assim, há mais casas no mercado de arrendamento, mas não chega para responder à procura – que aumentou 81%, muito por causa da chegada de centenas de milhares de imigrantes nos últimos anos.

Faro, Ponta Delgada e Funchal são as únicas cidades capitais de distrito que têm menos casas para arrendar do que tinham no início da COVID-19. São cidades onde a procura também aumentou imenso.

Aliás, nenhuma das principais cidades tem agora uma procura mais baixa do que em Março de 2020.

ZAP //

1 Comment

  1. Que estupidez, o que aumenta os preços das rendas é a ilegal, criminosa, e inconstitucional “lei das rendas” elaborada pela ex-Ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, Maria Graça, no Governo do dr. Pedro Coelho, que liberalizou e desregulou as rendas dos imóveis fazendo com que estas atinjam valores que não correspondem à realidade provocando assim e de forma intencional uma crise na habitação bastando revogar essa lei para que as rendas voltem a ter o valor correcto.
    É preciso descongelar as rendas antigas de contratos anteriores a 1990 congeladas pela “lei das rendas” que através deste esquema está a violar a Constituição da República de Portugal (CRP), a promover a desigualdade e descriminação com inquilinos a pagarem rendas de valores exorbitantes que não correspondem à realidade e inquilinos a pagar rendas de valores muito baixos ou irrisórios que também não correspondem à realidade, tratando-se neste último caso de uma compra de votos através dessa “lei das rendas” que congela os valores dos arrendamentos nos contratos anteriores a 1990.
    É igualmente urgente acabar com todo e qualquer subsídio que está a ser dado aos proprietários de imóveis ou inquilinos, os Portugueses não podem andar a sustentar senhorios e a pagar as rendas dos outros, os Portugueses que se encontram em situação de carência económica e social (desemprego, baixos rendimentos, reformas baixas, etc.) têm de ser ajudados pelo Estado através das Câmaras Municipais e Juntas de Freguesias de onde são naturais, deve-lhes ser atribuída casa em bairros sociais e não em imóveis construídos para habitação não carenciada; não se pode também admitir que inquilinos com rendimentos suficientes ou elevados estejam a pagar rendas cujo valor não é actualizado.
    A “lei das rendas” tem patente no seu texto todas as ilegalidades, crime, e inconstitucionalidade, não sendo compreensível que a revogação da mesma ainda não tenha sido efectuada, assim como também não se compreende como é que a dr.ª Maria Graça (ex-Ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território) ainda não foi presente a Tribunal para responder e ser condenada pelo seu acto, não se pode legislar ou mudar uma lei em causa própria ou para viabilizar/servir uma situação em concreto.

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