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Todos contra Leão. PS pressiona remodelação no Governo e Medina pode assumir Finanças

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António Pedro Santos / Lusa

O primeiro-ministro António Costa (E), durante a reunião extraordinária do Conselho de Ministros

Atualmente, o Orçamento do Estado é a maior preocupação dos partidos, mas o PS já tem outra questão que quer ver ser discutida o mais rapidamente possível: a remodelação do Governo. E o nome de Medina surge como possibilidade para as Finanças.

João Leão, atual ministro das Finanças, tem integrado todo o processo de negociação do Orçamento de Estado para 2022 (OE2022) e a sua posição tem sido questionada dentro do próprio Executivo, segundo revelam algumas fontes.

Na reunião do Conselho de Ministros que aprovou a versão final da proposta de OE2022 que será discutida e votada no Parlamento, essas diferenças ficaram bem marcadas, com uma “rebelião de todos os ministros contra João Leão”, como reporta o Correio da Manhã (CM).

O jornal destaca que Leão se mostrou focado no equilíbrio das contas públicas e no controle da despesa pública e que, por isso mesmo, “queria aumentar apenas os ordenados mais baixos da Função Pública, remetendo a atualização de todos os salários para 2023″.

Mas “todos os outros ministros foram contra esta proposta”, reforça o CM, destacando que foi uma reunião em “clima tenso”.

De resto, a maratona negocial só terminou na manhã de sábado, tendo-se prolongado pela madrugada, com longas horas de negociação.

Mas o desconforto com Leão não surgiu apenas agora e já ficou marcado por palavras recentes de Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas, que deixou críticas ao colega das Finanças.

Medina apontado ao lugar de Leão

Entretanto, as “críticas aumentam no interior do PS” contra Leão com acusações de “insensibilidade” e “incapacidade política”, como apurou o Nascer do Sol junto de fontes socialistas.

“Leão é atacado no PS por cortar na despesa pública, como o seu antecessor e atual governador do Banco de Portugal [Mário Centeno] veio esta semana dizer que é inevitável”, destaca ainda este jornal.

Apesar disso, várias fontes socialistas lamentam os “cortes cegos” e Leão pode, assim, acabar a pagar “as favas da incompreensão de vários sectores do PS”, acrescenta o Nascer do Sol.

Ao longo do seu percurso, Leão tem sido acusado por outros ministros de “vetos de gaveta”, bloqueando o trabalho dos seus colegas que se vão comprometendo com objetivos que as Finanças acabam por travar, como lembra o Público.

Assim, quando o tema da remodelação do Governo ganha cada vez mais força, Leão surge como um dos ministros a ser substituído.

E Fernando Medina, o recém-derrotado presidente da Câmara de Lisboa, é apontado para o cargo de ministro das Finanças pelo Público.

Note-se que Medina foi o responsável das Finanças quando Costa era presidente da Câmara de Lisboa (CML) e teve um bom desempenho no saneamento das contas da autarquia.

“Pressões internas sobem de tom no PS”

O assunto da remodelação do Governo já é incontornável e cada vez mais socialistas, mesmo entre apoiantes do núcleo duro de Costa, defendem mudanças para ganhar força para o ciclo que se iniciou com as últimas legislativas.

O Nascer do Sol constata que as “pressões internas sobem de tom no PS e a renovação do Executivo é considerada cada vez mais urgente“. Assim, o assunto pode avançar já depois da aprovação do OE2022.

O tema tem causado algum burburinho dentro do partido e o ex-ministro da Cultura João Soares assumiu, em entrevista à TSF, que o Governo “precisa de ser remodelado e precisa sobretudo de ser reduzido”.

O Governo é grande demais, há um número de secretários de Estado gigantesco, há sobreposições de competências e há um número de ministros também muito grande. Quanto mais reduzido melhor”, afirmou João Soares.

António Costa já tinha admitido “refrescamentos” e agora o PS está de olhos postos no pós-Orçamento, à espera de mudanças num Governo cuja coesão já viveu melhores dias.

A primeira mulher na Defesa?

Além das Finanças, as pastas da Defesa, Educação, Administração Interna e Cultura são as que têm sofrido mais críticas – sendo que já vão sendo apontados alguns nomes que podem substituir os atuais governantes.

Na Defesa já há um nome na mira que, segundo o Público, é Helena Carreiras. Esta poderá vir a ser a primeira mulher a liderar a pasta, substituindo João Gomes Cravinho que tem estado envolvido em várias polémicas, sendo a mais recente a da exoneração do Chefe de Estado-Maior da Armada, Mendes Calado.

Por outro lado, há vários meses que o ministro da Defesa está a ser contestado devido à proposta de alteração à Lei Orgânica de Bases da Organização das Forças Armadas (LOBOFA), rejeitada pelos três chefes de Estado-Maior.

Por sua vez, Mariana Vieira da Silva poderá assumir a pasta da Educação, onde Tiago Brandão Rodrigues tem sido muito contestado.

Também a Cultura foi uma das pastas que mais sofreu com a pandemia.

Do drink” de fim de tarde à lotaria do Património, a ministra Graça Fonseca somou às suas polémicas críticas à forma como respondeu aos problemas de um dos setores mais afetados pela crise da covid-19.

Eduardo Cabrita, cuja manutenção é vista como totalmente problemática e já não só pela oposição, também poderá vir a ser uma carta fora do baralho.

No núcleo interno do PS, muitos socialistas acreditam que a queda do PS nos centros urbanos também se deve ao ministro da Administração Interna, objeto de várias polémicas.

Se Cabrita sair de cena, é encarada a hipótese de transitar para outra pasta onde esteja menos exposto.

ZAP //

 

11 Comments

  1. Ah,ah,ah! O Merdina no Governo? E nas Finanças? Afinal o Costa não deixa os amigos ficarem mal! Perdeu para a Câmara da capital? Não há problema, arranja-se já um tacho maior na governança! E é isto que nos governa!

  2. O PR tem segurado este governo de “toda e qualquer forma” mas vai ter de o mandar embora mais cedo ou mais tarde, quanto mais tarde pior!

  3. As notícias veículadas pela imprensa surgem e ,às vezes, não é fácil ficar indiferente.
    Até o João Soares reconhece que o governo é grande demais. Até ele percebe que há sobreposição de funções que atrapalham o normal funcionamento do Estado. Mas não disse que tudo isto acontece, apenas e só, porque o Sr. António Costa, precisa de recompensar todos os que lhe são fieis, oferecendo lugares apenas porque é preciso “pagar facturas”.
    E esta situação altamente prejudicial para o país, mantêm-se à quase seis anos, sem qualquer tipo de preocupação por parte do 1º ministro, pelo excesso de despesa e atravancamento dos serviços do Estado.
    António Costa, funciona como se fosse o patrão do Estado, mas não é patrão de nada.
    Quanto à susbtituição do Ministro das Finanças, apenas direi o seguinte: há segredos que o cidadão comum não entende. Todavia existe uma rábula conhecida de todos que diz o seguinte: “quem se mete com o PS, leva”. Não sei se será o caso, mas deve ser algo parecido, uma vez que o Ministro das Finanças “mexeu” com a sensibilidade dos outros membros do governo e, por isso, “leva”.
    E logo numa altura em que se prepara a distribuição dos dinheiros da bazuca. Coincidências! A suposta entrada de Medina como ministro das Finanças, dará a António Costa uma melhor e mais pessoal supervisão sobre os milhões que estão a cair da árvore das patacas.
    E é por estas e por muitas mais, que o governo não precisa de ser remodelado. Precisa é de ser substiuído. Os portugueses merecem muito mais e muito melhor do que isto.

  4. Ó papá Costa eles não me quiseram . Eu não acreditava que fizessem isto , mas tinha um persentimento que a coisa podia não correr bem, porque eles não gostavam de mim.Agora tens que mandar o leão ou o outro que só o criticam para me pores lá. Eu sei que tenho poucas capacidades , mas tenho que viver de alguma maneira.Eu já te tinha dito que copiaste muito quando andaste a tirar o curso de jotinha e agora só dás raia.Eu até te aconselho fazeres outra coisa . Posso é falar com um amigo e ver o que se pode arranjar. Aquilo que tu queres é mesmo para andares às aranhas.

  5. Lei de Murphy em estado puro.
    O Medina demonstrou ser incompetente enquanto presidente da CM Lisboa. Como não há nada que ele saiba fazer fora da política e como não pode ser “despromovido”, a Lei de Murphy dita que a única solução é promovê-lo a um cargo mais importante…

  6. A culpa não é deles mas nossa?
    São todos iguais e na hora das eleições lá vão os cordeirinhos em fila indiana votar?
    Ó povo do meu País, abram os olhos na hora das eleições e vamos deixá-los todos apeados.

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