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Pneumonia viral na China já fez seis vítimas mortais

Bin-Cai/Flickr

Subiu para seis o número de mortos na China devido ao vírus de pneumonia que está a assolar o País. Esta terça-feira registaram-se 77 novos casos da misteriosa doença com origem na cidade Wuhan, elevando para 291 o número total de pacientes.

Um homem de 89 anos morreu no domingo infetado com o coronavírus, em Wuhan, cidade no centro da China, onde o surto começou e que já infetou mais de 200 pessoas, informaram esta terça-feira as autoridades locais. De acordo com o comunicado emitido pela comissão de saúde de Wuhan, citado pela agência France-Presse, o homem morreu depois de ter apresentado dificuldades em respirar.

A Comissão Nacional de Saúde do país asiático atualizou esta terça-feira o número total de infetados confirmados, enquanto 922 pacientes estão sob observação, numa altura em que milhões de chineses começam a viajar, por ocasião do Ano Novo Lunar.

O mesmo coronavírus foi detetado nas cidades chinesas de Pequim e Shenzhen, em três pessoas que tinham estado recentemente em Wuhan, mas também na Tailândia, no Japão e na Coreia do Sul.

O novo coronavírus é semelhante ao que provoca a Síndrome Respiratória Aguda Grave, mais conhecida como pneumonia atípica, que infetou os primeiros doentes no sul da China em 2002 e se espalhou a mais de 20 países, matando quase 800 pessoas, e a Síndrome Respiratória do Médio Oriente, que foi identificada pela primeira vez em 2012 na Arábia Saudita, estendendo-se a 27 países e que levou à morte de mais de 850 pessoas.

Segundo investigadores britânicos, o número de pessoas infetadas com o vírus ultrapassa provavelmente o milhar de casos e é muito superior àquele avançado pelas autoridades locais. Segundo o investigador Zhong Nanshan, especialista em doenças respiratórias da Comissão Nacional de Saúde chinesa, o coronavírus transmite-se por contágio humano.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) convocou para quarta-feira uma reunião de peritos para avaliar se o surto de coronavírus na China constitui uma emergência de saúde pública internacional, anunciou esta terça-feira a instituição em comunicado.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, convocou o Comité de Emergência da organização para que avalie esta possibilidade e as recomendações a seguir se for declarada a emergência de saúde pública internacional, aplicável às epidemias mais graves.

A reunião foi agendada depois de conhecido um aumento significativo de casos de infeção respiratória (pneumonia) por um novo coronavírus (um grupo de vírus), que ultrapassam os 200, incluindo três mortes, a maioria na cidade chinesa de Wuhan.

A OMS admite que um animal é “a fonte primária mais provável” de contágio, havendo “uma transmissão limitada de humano para humano por contacto próximo”.

A emergência de saúde pública internacional foi declarada para as epidemias da gripe suína, em 2009, do vírus Zika, em 2016, e do vírus Ébola, que atingiu uma parte da África Ocidental, de 2014 a 2016, e a República Democrática do Congo, desde 2018.
China e países próximos tomam precauções

China e os países próximos estão a tomar precauções à medida que milhões de chineses começam a viajar, por altura das férias do Ano Novo Lunar, ameaçando alargar uma nova pneumonia oriunda do centro do país.

O Presidente chinês, Xi Jinping, instruiu os departamentos do Governo na segunda-feira a divulgar prontamente informações sobre o vírus e aprofundar a cooperação internacional. Na rede social chinesa Weibo, o Twitter chinês, vários internautas difundiram conselhos de prevenção, incluindo como usar máscaras e lavar as mãos. Algumas pessoas disseram ter cancelado os seus planos de viagem e que vão ficar por casa durante as férias do Ano Novo Lunar.

Segundo o ministério chinês dos Transportes, a China deve registar um total de três mil milhões de viagens internas durante os próximos 40 dias.

ZAP // Lusa

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