O empresário Vasco Pereira Coutinho, com negócios no sector imobiliário, terá colocado as suas poupanças numa offshore identificada nos Panama Papers, a Goldeneye – assim mesmo, como no filme de James Bond. A investigação aos documentos revela ainda os nomes da decoradora Graça Viterbo, dos irmãos Barroca do Grupo Lena e de mais elementos do Grupo Espírito Santo.
A investigação levada a cabo pela TVI e pelo Expresso, no âmbito do consórcio internacional de jornalistas que investiga os documentos do Panamá, detectou uma “teia de estruturas offshore” pertencente a Vasco Pereira Coutinho, empresário que é dono do Grupo Temple, responsável por alguns dos principais projectos imobiliários de Lisboa e com investimentos em vários países do mundo, neste sector.
A TVI reforça que a offshore Goldeneye Finance Services, criada em 2009, nas Ilhas Virgens Britânicas, é o “centro nevrálgico de uma parte do império” do empresário milionário.
Esta empresa seria a detentora da Try-Vin Holdings, com sede em Malta, proprietária por seu turno da Valco Holdings, nas Ilhas Virgens Britânicas, e de 90% da empresa portuguesa Cidade do Porto – Investimentos Imobiliários.
Os documentos do Panamá revelam que terá sido a partir da Valco que o empresário investiu 180 mil dólares na aquisição de 50% da empresa Prominvest, responsável por um projecto de habitação, escritórios e comércio avaliado em 175 milhões de euros, em Angola.
Terá sido também através dela que emprestou 530 mil euros à Cidade do Porto, sociedade gerida por dois filhos de Vasco Pereira Coutinho.
O empresário, que é amigo de Ricardo Salgado e irmão de João Pereira Coutinho, o dono da SAG, não respondeu às perguntas do Expresso e da TVI sobre estes dados.
Decoradora Graça Viterbo, irmãos Barroca e mais elementos do GES
Entretanto, sabe-se que há mais elementos do Conselho Superior do Grupo Espírito Santo (GES), além de Ricardo Salgado, com offshores no Panamá e em outros paraísos fiscais. O Expresso cita os nomes de António Ricciardi, Manuel Fernando Espírito Santo e Mário Mosqueira do Amaral, frisando que as offshores que detinham visavam ocultar a titularidade de património em Portugal e abrir contas bancárias na Suíça.
Os irmãos do Grupo Lena, António Barroca e Joaquim Barroca (este último arguido na Operação Marquês), que eram proprietários da Udun Investments, Ltd., com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, e que foi dissolvida em Maio de 2014, são também citados no caso.
Filipe de Botton e Alexandre Relvas, accionistas do site de informação Observador, são outros dos nomes envolvidos por terem vendido uma sociedade de direito português, a Eurobarcelona, a uma offshore do GES.
A decoradora Graça Viterbo e o seu marido, Miguel Vieira da Rocha, também terão criado uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, a Seashore Holding, Ltd., que terá servido para ajudar a internacionalizar a sua empresa de design de interiores, segundo alegam.
Outro nome que surge no processo é o de Luís Caprichoso, que foi um dos elementos principais do ex-BPN (Banco Português de Negócios), e que teve participação na offshore Multiarea Consultancy Limited, nas Bahamas, entre 1999 e 2001.
ZAP
Mais um titulo de “excelente” qualidade…
No titulo, a empresa chama-se James Bond, já na noticia, o seu nome é afinal: Goldeneye Finance Services…
Enfim…
Caro Ele,
A empresa não se chama “James Bond”. Está no título entre aspas.
É uma alusão ao facto de o nome da empresa, GoldenEye, ser o de um famoso vilão dos filmes de James Bond.