Panama Papers. Alemanha com ordens de detenção para Mossack e Fonseca

Um tribunal de Colónia emitiu ordens de detenção contra Jürgen Mossack e Ramón Fonseca por fraude fiscal e associação criminal no caso dos Papéis do Panamá, uma investigação internacional por branqueamento de dinheiro, anunciaram esta segunda-feira os media alemães.

De acordo com o Süddeutsche Zeitung, as autoridades alemãs esperam que Mossack, que tem família na Alemanha, enfrente voluntariamente um processo judicial e que, como parte de um acordo e devido à sua idade (72 anos), possa evitar uma sentença mais longa.

O diário estima que também poderá livrar-se de um processo penal nos Estados Unidos, já que, se Mossack for julgado na Alemanha, as autoridades norte-americanas provavelmente não voltariam a julgá-lo sobre os mesmos crimes.

Por sua vez, os canais NDR e WDR acrescentam que as autoridades alemãs aparentemente reuniram provas suficientes para emitir ordens de detenção contra os fundadores da empresa do Panamá.

No entanto, recordam que a justiça alemã, em princípio, terá dificuldade em deter se não se entregarem voluntariamente, uma vez que tanto Mossack como Fonseca têm passaporte do Panamá e este país não extradita os seus cidadãos.

Os três meios de comunicação social alemães acrescentam que ainda neste mês, registaram-se buscas num domicílio localizado na Land de Hesse (centro) relacionadas com uma investigação sobre um parten de Mossack que vive na Alemanha e tem interesses numa empresa registada no Panamá através do escritório de Mossack-Fonseca e que não tunha declarado às autoridades fiscais alemãs.

Os Papéis do Panamá resultam de uma fuga de documentos do escritório de advogados panamense Mossack-Fonseca ao citado diário alemão e ao Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação.

Estes documentos revelaram a ocultação de propriedades de empresas, ativos, lucros, evasão fiscal de chefes de Estado e de Governo, líderes da política mundial, pessoas políticamente expostas e personalidades das finanças, negócios, desporto e artes.

Em abril de 2016, centenas de meios de comunicação tiveram acesso à base de dados da empresa Mossack-Fonseca e revelaram que personalidades de todo o mundo contrataram os seus serviços para criar sociedades offshore e alegadamente fugir aos impostos.

// Lusa

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