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Nem os ricos escapam à crise. Clientes da Lamborghini estão à espera que as tarifas passem

// Oliver Mark / Wikipedia

Stefan Winkelmann na fábrica da Lamborghini em Sant’Agata Bolognese, Modena

Alguns milionários e bilionários estão à espera de tarifas mais favoráveis, diz o CEO da Lamborghini, Stephan Winkelmann. Por algum motivo são milionários ou bilionários.

As tarifas impostas por Donald Trump à generalidade das áreas da economia na maior parte dos países do Mundo estão a impedir até os compradores mais ricos de adquirir os seus habituais brinquedos.

É o caso dos clientes da Lamborghini, que estão a adiar compras numa altura de incerteza sobre as tarifas e como elas vão afetar os preços dos automóveis, disse à CNBC o CEO da icónica marca de supercarros, Stephan Winkelmann.

“Por algum motivo eles são milionários ou bilionários; sabem o que estão a fazer e porquê estão a fazer as coisas”, explica o executivo.

Desde que o presidente Trump lançou novas tarifas, os fabricantes de automóveis europeus têm estado a pagar 27,5 % sobre as exportações para os EUA. Negociações recentes diminuíram as tarifas para 15 % para certas mercadorias, mas não está claro se e quando isso incluirá automóveis.

“Alguns estão à espera, porque querem ter a certeza de qual a taxa final que vai estar em vigor”, explica Winkelmann. Segundo o diretor geral marca italiana de supercarros, os Lamborghini não podem ser produzidos nos EUA, já que a marca tem um pressuposto essencial: a etiqueta “feito em Itália”.

O preço de um Lamborghini novo começa nos 200.000 euros para o SUV Urus, o modelo mais barato da empresa, e pode chegar a mais de 500.000 euros para um modelo de luxo.

Os EUA e a União Europeia deram o primeiro passo para formalizar o seu acordo comercial na quinta-feira, divulgando um quadro que eventualmente abre caminho para um acordo juridicamente vinculativo, explica o Quartz.

Por agora, os fabricantes de automóveis europeus terão de lidar com uma taxa mais alta de 27,5 %. Esta é uma taxa de importação que não será reduzida até que a UE baixe algumas tarifas sobre bens industriais e agrícolas dos EUA.

Até junho, cerca de 22 % dos custos das tarifas tinham sido passados para os consumidores americanos, segundo uma análise da Goldman Sachs citada pela Bloomberg. No entanto, esse valor subirá para 67 % se as tarifas seguirem o mesmo curso dos anos anteriores.

Muitos americanos já estão a ver preços mais altos nos supermercados. Licores e bebidas espirituosas, produtos de padaria, café, peixe e cerveja são as cinco principais importações alimentares que estarão sujeitas a aumentos de preços.

O aumento de custos surge numa altura em que a taxa de desemprego nos EUA atingiu 4,2 %, o nível mais alto desde outubro de 2021.

ZAP //

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