/

Onde estão as provas? Sócrates acha que PS devia ter perguntado

3

António Cotrim / Lusa

O ex-primeiro-ministro José Sócrates

Naquela que foi a primeira entrevista do antigo primeiro-ministro depois de ter sido detido em Novembro do ano passado, José Sócrates acusa o Ministério Público de lançar um “operação de terror” contra a sua família, pela forma como o processo foi conduzido desde o início.

O ex-primeiro-ministro lamentou, em entrevista à TVI cuja primeira parte foi emitida na noite desta segunda-feira, a falta de apoio do PS, e defendeu que, após seis meses em prisão preventiva, o partido “que estava a ser prejudicado” devia ter perguntado pelas provas do seu processo.

“Ao fim de seis meses, eu realmente o que contava não é que o PS interviesse no processo, mas que o PS dissesse: Desculpem, mas não será o momento de apresentarem as provas? Acham que isto não passou já a mais? Não acham que o PS está a ser prejudicado por isto?”, interroga-se José Sócrates, quando confrontado com a posição do PS de separar a justiça e a política.

A antigo primeiro-ministro acusa a procuradora geral da República, Maria José Morgado, de ser “a principal responsável pelo comportamento do Ministério Público” no processo Operação Marquês que, segundo Sócrates, serviu para “prejudicar o PS” nas eleições legislativas.

Sócrates prevê que o procurador Rosário Teixeira, responsável pelo processo, não chegará a deduzir acusação contra si: o processo terá “motivações políticas, e as suas consequências já se fizeram sentir”.

Tais consequências “fizeram-se sentir no momento em que o PS perdeu as eleições legislativas de Outubro”, disse Sócrates, tornando-se a primeira figura socialista a admitir publicamente a derrota do partido nas eleições.

Para José Sócrates, “as decisões que foram tomadas neste caso deixam a suspeição de que as consequências foram obtidas”.

“O que o Ministério Público fez foi uma campanha brutal de difamação contra mim“, acusa o ex-primeiro-ministro, para quem foram “falsas, injustas, mas também absurdas” as acusações, formuladas em “fugas selecionadas do processo”, que estavam em segredo de justiça.

Já não precisam de apresentar a acusação, já não precisam de apresentar a prova e já não precisam sequer de fazer julgamento, porque o julgamento já foi feito nos jornais. É essa a impressão que dá”, afirma o ex-secretário-geral do PS.

A segunda parte da entrevista será transmitida esta terça-feira à noite.

ZAP

3 Comments

  1. Por acaso alguém sabe se há algum tipo de relação entre a direcção de informação da TVI e a figura pública, ex-1º ministro José Sócrates, para além do eventual interesse jornalístico?

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.