Líder de rede internacional de tráfico de droga recebeu mais de 5600 euros da Segurança Social

O traficante usava contentores onde misturava a droga com mercadoria normal para movimentar cocaína entre Portugal, Espanha e o Brasil.

O Ministério Público (MP) acusou Carlos “Nini”, de 51 anos, de chefiar uma rede internacional de tráfico de droga. O alegado traficante recebeu ainda, entre 2020 e 2023, mais de 5600 euros em pensões da Segurança Social.

Paralelamente ao apoio estatal, o arguido é suspeito de movimentar quantidades avultadas de cocaína, heroína e canábis, acumulando um património incongruente de cerca de 250 mil euros. Está atualmente em prisão preventiva, acusado de tráfico de droga, ameaça agravada, detenção de arma proibida e branqueamento de capitais.

Segundo a investigação, o esquema montado por “Nini” tinha ramificações no Brasil e em Espanha e funcionava através da importação de droga em contentores marítimos misturada com mercadoria legítima. O arguido utilizava rastreadores eletrónicos para seguir os carregamentos e comunicava em código: “peça” designava droga, “dimdim” era dinheiro e “balão” servia para referir aviões.

Apesar da sofisticação, vários planos fracassaram. Em 2022, mais de 20 quilos de cocaína foram-lhe roubados, gerando confrontos que culminaram num tiroteio em que foi baleado numa perna. Já em 2024, importou 90 quilos de cocaína escondidos em caixas de bananas vindas do Equador. O carregamento apodreceu antes de chegar ao porto de Leixões e a Polícia Judiciária, que já acompanhava a rede, deteve os envolvidos quando tentavam desalfandegar o contentor, relata o Correio da Manhã.

Num outro episódio, em 2023, o arguido tentou importar 40 quilos de cocaína avaliados em mais de 800 mil euros, mas perdeu todo o carregamento. Esperava lucrar 120 mil euros, mas não chegou a receber nada.

O MP apurou ainda que “Nini” contou com o apoio de pelo menos três reclusos do estabelecimento prisional de Paços de Ferreira. Munidos de telemóveis, estes colaboravam nas operações a partir da prisão. Também a ex-mulher do arguido participou no esquema, apesar de formalmente estarem divorciados — uma separação que, segundo a acusação, não passou de uma fachada para ocultar a partilha de património e atividades ilícitas.

ZAP //

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