Toni Albir / EPA

Mariana Mortágua junto dos barcos que partirão de Barcelona para Gazanuma ação humanitária de apoio ao povo palestiniano. À frente dela está a ativista e ex-presidente da Câmara de Barcelona, Ada Colau
Líder do BE denuncia vigilância e “sabotagem burocrática” no segundo dia de viagem no Mediterrâneo. Flotilha fez “apelo urgente” por abertura de um corredor de ajuda no enclave.
Forte vigilância e “sabotagem burocrática”. A flotilha internacional Global Sumud está há dois dias no Mediterrâneo e já começou a denunciar obstáculos na viagem humanitária com destino à Faixa de Gaza, com o objetivo de fazer chegar ajuda humanitária ao povo palestiniano e quebrar o cerco israelita.
A dirigente do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, uma das centenas de pessoas oriundas de 44 países que fazem parte da iniciativa, recorreu às redes sociais para denunciar a “sabotagem burocrática” enfrentada na preparação da missão.
“Saímos de Barcelona e estamos a entrar no segundo dia de viagem para atravessar o mediterrâneo. Ultrapassamos o primeiro obstáculo, que é a sabotagem burocrática da missão. Assim continuaremos, até Gaza”, escreveu no X.
Mais tarde, denunciou também a presença de drones a sobrevoar os barcos, perto de Menorca.
“Há drones a circular perto dos barcos da flotilha que estão a umas poucas milhas náuticas de Menorca. São navios humanitários. Porque nos vigiam?”, questionou a líder bloquista.
A missão conta com a participação do ativista português Miguel Duarte e da atriz Sofia Aparício, que se juntaram a outras figuras internacionais, entre as quais a jovem ativista sueca Greta Thunberg.
A viagem, com início em Barcelona, deverá prolongar-se por cerca de duas semanas, dependendo das condições marítimas e de eventuais bloqueios.
Esta terça-feira, os participantes voltaram a lançar um “apelo urgente” aos governos e organizações internacionais para que protejam a flotilha nesta viagem, e pediram a abertura de um corredor de ajuda no enclave afetado pela investida israelita, que já matou mais de 63 mil palestinianos desde outubro de 2023, de acordo com dados divulgados pelas autoridades do enclave palestiniano.
“Apelamos a todos os governos e instituições internacionais que protejam a flotilha até à sua chegada, segura, a Gaza, garantindo que a sua missão não é bloqueada nem ameaçada. Gostaríamos de salientar que a iniciativa Global Sumud Flotilla é uma iniciativa legal e que, por isso, não pode ser atacada ou bloqueada”, pode ler-se.
“A história irá julgar-nos não pelas nossas palavras, mas pelas nossas ações na proteção da vida humana nos seus momentos de vulnerabilidade”, destacaram ainda.
Ainda assim, o governo português já garantiu que não vai proteger as embarcações em que Mortágua e companhia seguem viagem.
A Global Sumud Flotilla tem recebido manifestações de apoio de ativistas sociais, políticos e outras figuras públicas de renome internacional, como a atriz norte-americana Susan Sarandon e o ator irlandês Liam Cunningham. Para este sábado, dia 6 de setembro, a flotilha convocou uma ação de solidariedade com a Global Sumud Flotilla, a realizar em Lisboa, no Jardim Ribeira das Naus, pelas 12h00.
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