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OE2022: PCP já reuniu com o Governo, mas chuta discussões para pós-autárquicas. BE resgata propostas

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Mário Cruz / Lusa

O primeiro-ministro, António Costa

O Governo já começa a apalpar terreno à esquerda para as negociações do Orçamento do Estado para 2022. O executivo reuniu com o PCP, mas o partido diz que só negoceia após as autárquicas. BE reformula pedidos antigos.

O Governo já começou a primeira ronda de negociações à esquerda sobre o OE2022. No entanto, as expectativas dos partidos são diferentes.

O Bloco de Esquerda já definiu um caderno de encargos concreto, mas com pouca esperança nos resultados. Já o PCP evita revelar as suas prioridades, arrastando a discussão mais concreta para depois das autárquicas. Ainda assim, escreve o Observador, a primeira reunião com os comunistas ocorreu na quarta-feira.

Ao site de notícias online, João Oliveira, líder parlamentar do PCP, sublinha que “a discussão de forma mais concentrada só irá acontecer depois das autárquicas. Até lá é difícil encontrar um momento para isso, nem acho que seja desejável falar de tudo ao mesmo tempo“.

O comunista frisa, no entanto, que esta posição não significa que não haja mais reuniões até setembro, altura em que se irão realizar as autárquicas. Ainda assim, os comunistas garantem que entre o plano local e o plano nacional não há misturas.

O mesmo dizem dos dossiês de leis laborais e Orçamento: um não depende do outro, até porque as posições habituais do PS sobre Trabalho iriam inibir qualquer hipótese de acordo à partida, refere.

Sobre as questões relacionadas com o trabalho, no dia do debate do Estado da Nação, António Costa até tentou estender uma mão ao PCP, incluindo quando recordou o projeto contra a precariedade do PCP que o PS viabilizou há semanas numa votação inicial.

Contudo, os comunistas não se mostram convencidos: “Não deu garantia nenhuma de que a aprovação na generalidade corresponda a uma intenção de fazer aprovar o projeto do PCP e remeteu para a proposta que apresentou na concertação social, manifestamente longe do que defendemos”, explica João Oliveira.

Ainda assim, o político destaca que este ponto de discórdia não é necessariamente um sinal de afastamento entre um possível consenso para o Orçamento.

Por sua vez, e no que diz respeito ao OE2022, o Bloco de Esquerda – que tem reunião marcada para os próximos dias – mostra-se mais exigente.

O partido anota a “hostilidade” transmitida da parte do PS e ironiza. “Estamos disponíveis para ser surpreendidos”, afirma um dirigente. Porém, a perspetiva com que o partido vai para a mesa de negociações não é brilhante.

Esta é uma ideia que já ficou assente durante o discurso de Catarina Martins durante o debate sobre o Estado da Nação.

Agora, nas reuniões que se seguem, os bloquistas pretendem voltar à carga com as mesmas exigências do ano passado, dando grande foco a assuntos como a alteração das leis laborais.

De acordo com o Observador, o BE vai voltar a colocar em cima da mesa propostas que o ano passado não foram para a frente. Como é o caso do fim do alargamento do período experimental, o aumento da indemnização em casos de despedimento ou o fim da caducidade da contratação coletiva.

Desta ronda de negociações, que se estão a realizar no período pré-férias, farão ainda parte o PEV e o PAN, que têm reuniões marcadas com o Executivo para segunda-feira.

ZAP //

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2 Comments

  1. Lá vêm os rebuçados anuais ao PCP e BE. E o país lá vai continuando adiado. Mas, atenção, que esses rebuçados não são entregues logo, após o favor. Serão entregues, mas não todos e, durante um certo período de tempo.

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