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“Marcelo lavou as mãos como Pilatos”. Presidente criticado por “não fazer nada” no caso da Relação de Lisboa

Etienne Laurent / EPA

Paulo Rangel e Francisco Assis falaram, no programa “Casa Comum” da Renascença, do caso no Tribunal da Relação de Lisboa, da epidemia global de coronavírus e da nova crise de refugiados na União Europeia.

Em declarações no programa da Renascença, Paulo Rangel, eurodeputado do PSD, defendeu que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “esteve mal ao não fazer nada” face às suspeitas de abuso de poder no sorteio de processos no Tribunal da Relação de Lisboa.

Em causa está a alegada manipulação de processos no Tribunal da Relação de Lisboa pelo ex-presidente da instância, Vaz das Neves, e o seu sucessor, Orlando Nascimento, que renunciou ao cargo no início da semana face às suspeitas.

Marcelo lavou as mãos como Pôncio Pilatos. Esta é uma matéria constitucional de primeira linha e ele esteve mal ao não fazer nada”, disse o social-democrata.

Apesar de garantir que tem “uma enorme confiança na Justiça portuguesa”, Rangel disse em tom crítico que “este é um caso com reação tardia que contribui para a demagogia sobre a Justiça”.

Já o ex-eurodeputado socialista Francisco Assis é menos crítico. “Admito que se tenha resguardado para esperar pela reação do aparelho judicial“, refere Assis, sem deixar de sublinhar que estamos perante “um dos casos mais graves na Justiça em Portugal” de que tem memória. “É um tudo gravíssimo, tem de ser totalmente elucidado, não pode subsistir qualquer dúvida.”

Os dois políticos debateram ainda a situação na fronteira da Turquia com a Grécia no rescaldo de renovados ataques do regime sírio à província de Idlib, que estão a gerar um novo êxodo de refugiados; e a epidemia de coronavírus, que esta quinta-feira levou o Governo italiano a ordenar o encerramento de milhares de escolas por todo o país durante as próxima duas semanas e que já infetou pelo menos oito pessoas em Portugal.

ZAP //

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