Na terça-feira, decorreu uma reunião à porta fechada que juntou o núcleo de especialistas da Direção-Geral de Saúde e do Instituto Ricardo Jorge com a elite política e os parceiros sociais. Alguns ficaram “otimistas”, outros cautelosos.
O Observador avança que os especialistas da DGS foram os primeiros a pedir cautela na análise da curva e admitiram que o número real de infetados em Portugal pode ser “superior a 9.500” – em vez dos estimados seis mil, número conhecido oficialmente a essa hora. Até terça-feira às 11h, havia 7.443 pessoas infetadas.
A razão desta diferença prende-se com a discrepância entre o aparecimento de sintomas e a realização do teste. Há, “naturalmente”, um atraso entre os números que são publicados nos boletins diários da DGS – os números reais de casos diagnosticados – e os eventuais casos de infeção que possam ainda não ter sido diagnosticados.
A estimativa é que possa haver mais 40% de casos reais que ainda não foram testados. A média de atraso no diagnóstico da doença está nos “cinco dias”, prevendo-se que venha a diminuir com o avançar da fase de mitigação.
Apesar de estar previsto um reforço intensivo nos locais considerados mais críticos, como os lares e as prisões, esta divergência temporal é considerada normal e incontornável no grosso da população.
Pico “pode já ter ocorrido” (mas pode ser só em maio)
Marcelo Rebelo de Sousa questionou os especialistas sobre a evolução da curva e sobre se mantinham a perspetiva de ter o tal planalto que prolonga o “pico” do surto para maio ou se poderia ser em abril.
“O pico pode ser já na primeira quinzena de abril, como pode estar a ocorrer neste momento, como pode até já ter ocorrido“, respondeu o epidemiologista Manuel do Carmo Gomes, lembrando que as previsões são sempre arriscadas.
Segundo o jornal online, tudo depende da evolução do índice R0, que já esteve nos 2,35. Atualmente, estáabaixo dos 2 e, se continuar a tendência de evolução dos últimos dias, pode chegar a menos de 1 nas primeiras semanas de abril, o que significaria que o pico já podia ter ocorrido.
Os especialistas alertam que o facto dos últimos dois dias terem sido bons não significa que a tendência se mantenha. Assim, os especialistas dividem-se: o pico tanto pode ser em maio, como na segunda semana de abril, como já pode ter passado.
Entre os diferentes modelos e cenários apresentados, o pior dos cenários prevê um crescimento exponencial de 30% a 40% dos casos. A curva portuguesa, que parece começar a aplanar, está, neste momento, abaixo da de Itália e de Espanha. Além disso, a velocidade de contágio está a diminuir. No entanto, se olharmos para o número de novos casos por cada 100 mil habitantes, a curva portuguesa continua mais acelerada do que a de Espanha e Itália.
Costa não descarta reabertura de escolas
Sobre a abertura das escolas, Costa admitiu ser uma situação complicada, lembrando que está em causa o acesso dos estudantes à universidade e que esta situação cria implicações na vida das pessoas.
O primeiro-ministro lembrou que dia 9 é dia de tomar decisões e pediu ao núcleo de peritos para, até ao dia 7 de abril, lhe fornecerem toda a informação possível. Costa alertou para a dificuldade da decisão, mas não revelou se estava inclinado a manter as escolas fechadas ou a reabri-las.
A hipótese de haver uma reabertura “gradual” também não está descartada.
Em cima da mesa esteve ainda a possibilidade de um regresso gradual à normalidade na vida social e económica do país. Por exemplo, a Suécia reabriu gradualmente algumas escolas para permitir que os pais regressassem ao trabalho. A hipótese não está descartada.
No final da reunião, Marcelo Rebelo de Sousa onfirmou que o estado de emergência vai ser prolongado por mais 15 dias. Resta saber se as medidas restritivas vão ser agravadas ou apenas mantidas.
Se reabrirem as escolas então vamos todos voltar ao antigamente. De que vale quarentena e cuidados especiais se depois os miúdos levam tudo para casa?!
Um trimestre na vida de um jovem não é nada. E do modo como os programas estão elaborados, sobretudo no primeiro ciclo, em que os anos letivos em grande medida são revisão e aprofundamento do ano anterior, penso que seria de não reabrir as escolas este ano, fazendo-se o 3º trimestre a partir de casa (internet, televisão… para que serve o canal 2 ou outros em cabo) e provas de conhecimento baseadas em trabalhos, resolução de problemas, pesquisas na internet…
A reabertura de escolas só pode ser a mentira de 1 de Abril, seria muito mau se isso for verdade.
Acho muito cedo abertura de escolas
Mas o governo é que sabe.
Compreendo as medidas de segurança mas há famílias inteiras a passar fome por causa desta situação. O que as pessoas vão comer? Como vão sobreviver?
É claro que o Pico ainda não foi atingido.
As últimas variações de crescimento de infectados foi respectivamente de
21,13 – 15,32 – 7,48 – 16,15 e hoje de 10,86
A TrendLine (tendência) tem vindo a baixar, mas só quando as variações de crescimento atingirem Zero ou valor negativo, poderemos falar em atingir o pico, ou a parte superior do planalto.
Supondo que durante 3 dias não há infectados, a percentagem de crescimento é zero, e aí podemos ter atingido o pico.
Isso pode acontecer a meio de abril. Bem como para a Itália e Espanha. Nunca para os USA que estão numa progressão acelerada.
E as turmas com 25 e 30 alunos dividem-se em 3 para ser respeitada a distância de segurança? Contratam-se mais professores para esses grupos?? Ai ai … É preciso pensar…