Novo míssil Flamingo da Ucrânia coloca toda a Rússia europeia ao alcance de Kiev

Fire Point

Enquanto os aliados da Ucrânia se debatem sobre como lhe fornecer garantias de segurança, Kiev avança com a sua própria forma de manter a Rússia à distância — um novo míssil de cruzeiro capaz de atingir toda a Rússia europeia, com uma ogiva massiva que pesa mais de uma tonelada.

Um míssil que pode voar 3000 km não precisa de ter um nome assustador, diz a CEO da empresa de defesa ucraniana Fire Point, que desenvolveu o míssil ucraniano Flamingo FP5: “a eficácia importa mais do que ter um nome intimidatório”.

O novo míssil de cruzeiro, o projeto de defesa mais ambicioso até agora da Ucrânia, é uma arma produzida domesticamente capaz de transportar uma ogiva massiva de 1150 quilogramas através de todo o território da Rússia europeia.

O míssil representa uma escalada significativa na capacidade da Ucrânia de contra-atacar alvos russos, enquanto os aliados do país continuam a debater garantias de segurança.

O Flamingo, recentemente apresentado numa entrevista pela diretora executiva da Fire Point, Iryna Terekh, foi criado em menos de nove meses — desde o estudo conceptual até aos testes no campo de batalha.

O nome pouco convencional do míssil e a ponta da ogiva originalmente rosa refletem o que Terekh chama de “piada interna da empresa” sobre as contribuições das mulheres para a indústria de armamento tradicionalmente dominada pelos homens.

Embora os modelos de produção tenham adotado cores de camuflagem militar, o toque feminino permanece parte da identidade da arma.

Segundo o Politico, a Rússia já tem conhecimento da nova arma. A agência noticiosa estatal TASS publicou artigos a tentar minimizar a ameaça colocada pelo novo míssil, e questionando as capacidades técnicas da Ucrânia.

No entanto, Terekh observa que os esforços russos para suprimir a publicidade em torno de missões ucranianas bem-sucedidas indicam uma preocupação genuína com a eficácia da arma.

O Flamingo está agora a entrar em produção em série, estando previsto que sejam fabricados cerca de 200 mísseis por mês.

O timing coincide com mudanças aparentes na política americana sob a presidência de Donald Trump, que recentemente publicou nas redes sociais que ganhar guerras requer atacar o país invasor, com uma analogia a equipas desportivas que precisam tanto de capacidades defensivas como ofensivas.

O potencial devastador do míssil reside na sua capacidade massiva da sua ogiva. Enquanto os drones transportam pequenas cargas explosivas, insuficientes para danificar permanentemente alvos importantes como refinarias e centrais elétricas, a ogiva de 1150 kg do Flamingo poderia causar danos catastróficos.

Em comparação, o ataque da Ucrânia em junho a uma refinaria de petróleo russa, com um míssil de cruzeiro Neptune que levava uma ogiva de 150 kg, criou incêndios que arderam durante três dias.

ZAP //

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