/

China contra-ataca e alega que o coronavírus “nasceu” nos EUA

14

Thomas Peter / EPA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o presidente da China, Xi Jinping

A guerra de propaganda entre os EUA e a China continua, com acusações mútuas por causa do coronavírus. A China avança agora a teoria de que o vírus teve origem num laboratório militar nos EUA e que é isso que explica os números trágicos do país, com mais de 90 mil mortes.

Numa altura em que crescem os apelos para uma investigação internacional independente para apurar as origens do novo coronavírus, com a China a insistir que não vai permitir quaisquer intromissões estrangeiras no seu país, há mais uma teoria da conspiração em cima da mesa.

Desta feita, a China avança que o vírus teve origem num laboratório militar norte-americano e que é isso que explica os números trágicos da pandemia nos EUA, onde já foi ultrapassada a barreira das 90 mil mortes.

Num artigo publicado na revista Quishi, propriedade do Partido Comunista da China, e que é citado por vários órgãos internacionais, o Governo chinês alega que “clarificar a fonte e a rota de transmissão do novo coronavírus é essencial” para combater a pandemia.

Atente-se que a China insiste em não permitir investigações internacionais em Wuhan, para permitir apurar as origens do coronavírus. E até já ameaçou boicotar o turismo e produtos da Austrália, caso o país insista nessa ideia.

O Governo chinês tem sacudido água do capote, no âmbito da gestão e das origens da pandemia, apostando numa guerra de propaganda tendo como alvo preferencial os EUA, fazendo jus ao princípio do “lobo combatente”.

Mistério do encerramento do laboratório de Fort Detrick

A nova teoria da conspiração da China aponta o dedo ao Laboratório Biológico de Fort Detrick, em Maryland, que acolheu o Instituto Médico de Pesquisa de Doenças Infecciosas do Exército dos EUA. E até cita um estudo publicado em Abril, sobre as variações do coronavírus, que alega que o vírus que explodiu em Março nos EUA “não veio do estrangeiro”. Esse artigo já foi, contudo, rebatido por vários cientistas.

Mas isso não demove a China de insistir na ideia, questionando as razões que terão motivado o encerramento do Laboratório de Fort Detrick e lançando dúvidas sobre se estaria a investigar os coronavírus. Deste modo, lança o rastilho de que pode ter havido uma fuga do vírus do laboratório.

O Laboratório Biológico de Fort Detrick foi encerrado em Agosto do ano passado depois de o Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças ter encontrado falhas de bio-segurança no local.

O jornal The New York Times noticiou que o encerramento se deveu ao facto de o Laboratório ter “sistemas insuficientes” para “descontaminar as águas residuais”. Mas não houve quaisquer rumores de que tenha havido “fugas” de vírus ou materiais passíveis de causar doenças.

Esta nova teoria da conspiração é uma versão da tese de que o exército dos EUA teria levado o vírus para Wuhan no âmbito dos Jogos Mundiais Militares.

Por seu turno, a administração de Donald Trump tem impulsionado a teoria de que houve uma fuga do coronavírus do Instituto de Virologia de Wuhan, um laboratório que tem suscitado algumas dúvidas em termos da sua segurança.

Entretanto, o consultor da Casa Branca Peter Navarro acusou a China de esconder o vírus durante dois meses e de enviar “centenas de milhares de chineses em aviões para Milão, Nova Iorque e o resto do mundo para semeá-lo“.

Já o Governo chinês tenta afastar o vírus o mais possível de Wuhan, notando o caso confirmado de covid-19 em França, em Dezembro de 2019, e frisando que o homem infectado não teria ligações à China e nenhum historial de viagens para o país antes de ter dado positivo.

O que a China não refere é que a mulher desse francês trabalhava num supermercado próximo do Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, e que pode, assim, ter tido contacto com passageiros que tenham estado na China.

Além disso, um novo estudo científico avança que o novo coronavírus já circulava em Wuhan, sem que se tenha percebido, em Outubro de 2019.

No meio do mar de especulações e de críticas à China, pela forma como lidou com a pandemia desde o primeiro momento, o presidente Xi Jinping insiste que o país actuou com “abertura, transparência e responsabilidade”.

No seu discurso na assembleia da Organização Mundial de Saúde, nesta segunda-feira, reforçou a ideia de que Pequim não vai permitir uma investigação internacional na China, algo que cada vez mais países defendem. Xi Jinping apelou a uma “revisão abrangente da resposta global à covid-19″, mas só depois de a pandemia “ter sido controlada”.

China regista sete novos casos nas últimas 24 horas

A China diagnosticou, nas últimas 24 horas, sete novos casos de infecção pelo novo coronavírus, incluindo três de contágio local, informaram as autoridades do país asiático. Dois foram em Jilin, no nordeste do país, e o outro na cidade de Xangai, a “capital” financeira.

Jilin, que faz fronteira com Rússia e Coreia do Norte, diagnosticou dezenas de casos nas últimas semanas, pelo que as autoridades passaram a restringir as deslocações para fora da província.

Os outros quatro novos casos foram diagnosticados em viajantes oriundos do exterior, na Mongólia Interior, no extremo norte do país.

Desde há uma semana que o número diário de novas infecções na China permanece abaixo de dez.

As autoridades de saúde informaram ainda que, nas últimas 24 horas, 11 pacientes receberam alta, pelo que o número de pessoas infectadas activas no país asiático se fixou em 82, entre os quais 8 estão em estado grave.

Desde o início da pandemia, a China registou 82.954 infectados e 4.634 mortos devido à covid-19.

A pandemia do novo coronavírus já matou 316.333 pessoas a nível global e infectou mais de 4,7 milhões em todo o mundo desde Dezembro passado, segundo um balanço da agência AFP, às 19 horas desta segunda-feira e segundo dados oficiais dos países.

ZAP // Lusa

14 Comments

  1. Curioso, esse palerma do “XiXiPinga”, quer apurar responsabilidades sobre a origem do COVID-19, mas não permite qualquer investigação no seu País. Líder’s Mundiais não abram bem os olhos não, se ainda só é presidente daquele país, onde a ditadura, o imperialismo, atentados aos direitos humanos, proibição de liberdade de expressão, censura, etc, chagando mesmo ao ponto de colocar “cães robôs” a controlar a população, vejam o que ele fará, se acaso consiga obter a liderança mundial, seja qual for a via.
    Acho que chegou a hora da União Por um Mundo Livre e Democrático, aliás basta ter a noção, que se eu hipoteticamente fosse um cidadão chinês, e que por qualquer motivo conseguisse fazer este comentário, o que seria extremamente difícil, quando premisse a última tecla, já a minha cabeça estaria a rolar no chão…..e eu não me considero dramático, mas sim realista.

  2. Água do pacote ou do capote?
    Admira-me os chineses ainda não terem aparecido a pedir uma investigação independente ao que aconteceu no lar de Springfield, EUA, em julho passado…

    O vírus estava na China antes ou muito antes de Dezembro, e em parte do resto do mundo também…

  3. O virus nasceu na china com o financiamento da china e dos eua, ponto parágrafo!
    Sejam adultos e responsáveis assumam de uma vez a merda que fizeram!
    Já não há pachorra para andar a aturar mentira atrás de mentira!

  4. A China transmite vírus desde sempre. Galinhas, patos, porcos, agora morcegos e pangolins. Como muitos outros produtos que fabricam aos milhões, seus vírus também são numerosíssimos e se espalham por todo o planeta. Insinuar que o laboratório da cidade de Wuhuan não tem nada a ver com a pandemia, ao mesmo tempo impedir qualquer investigação a respeito e ainda acusar os Estados Unidos é o mesmo que chamar a humanidade toda de idiota. Pois se os governos dos demais têm medo de tomar providências contra a China devido ao arsenal atômico dos orientais, os cidadãos de todo o mundo deveriam boicotar severamente os artigos chineses e ao mesmo tempo deixar de fazer turismo naquele país (a menos que queiram ser as próximas vítimas do novo vírus que logo surgirá).

  5. Pois os chinocas agora atiram a bola para campo alheio e claro, para quem não tem papas na língua devido à sua dimensão, poder e diga-se também, maneira de ser do seu presidente, não atacam os europeus porque esses são submissos e portanto não arriscam estes dar opinião, optando por comer e calar; a Rússia por seu lado também parece perder fôlego perante o poderio do vizinho chinês e lá pensarão que o melhor é ficarem calados. Portanto vai-se alimentando esta troca de miminhos entre chineses e americanos e desta forma o tempo vai passando e os chineses fazendo do contrata-ataque aos americanos o seu melhor campo de defesa.

  6. Já agora, os chineses também podem dizer que os americanos foram os causadores da Pandemia de 1918/9, uma das mais mortais da história da Humanidade que matou mais de 50 milhões de pessoas no Mundo e infectou 500 milhões. A doença foi observada pela primeira vez no condado de Haskell, Kansas, em Janeiro de 1918, levando o médico local Loring Miner a avisar o Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos. Em 4 de Março do mesmo ano, o cozinheiro Albert Gitchell, do condado de Haskell, relatou estar doente em Fort Riley, uma instalação militar dos Estados Unidos que na época treinava tropas norte-americanas durante a Primeira Guerra Mundial, fazendo dele a primeira vítima da gripe que se tornou pandémica. Em 11 de Março de 1918, o vírus chegou ao Queens, Nova Iorque e a falta de medidas preventivas, tal como agora com o Covid-19, foi fortemente criticada na altura pela calamidade que ali aconteceu. Estou a falar da chamada “Gripe Espanhola” que não teve em Espanha suas origens e sim nos EUA, mas a imprensa espanhola era a única que falava do assunto e por isso ficou sendo conhecida desse modo. Portugal foi muito atingido por essa Pandemia que ficou mais conhecida por “Pneumònica”.

    • Excelente observação !…..Neste caso de nenhum dos dois Estados quererem reconhecer a Paternidade, só resta fazer um teste ADN a criança e aos dois protagonistas.

    • Deixe der ser mentiroso! “Faltou-lhe” dizer que essa epidemia, não começou nos EUA, mas na China! Detalhes não é? A origem geográfica dessa gripe é debatida até hoje, embora hipóteses tenham sugerido a China, a Europa e até o estado do Kansas nos EUA. O professor de biologia evolutiva Michael Worobey encontrou evidências contrárias à hipótese da doença ter se originado no Kansas, por outro lado, em 1993, Claude Hannoun, o principal especialista em gripe espanhola do Instituto Pasteur, indicou que o vírus terá vindo da China, entretanto, sofreu uma mutação nos Estados Unidos, perto de Boston, e daí espalhou-se pelo mundo, e nos campos de batalha da Europa. Por sua vez, em 2014, o historiador Mark Humphries descobriu que foram mobilizados cerca de 96.000 trabalhadores chineses para ajudarem detrás das linhas britânicas e francesas e que terão sido esses trabalhadores a fonte da pandemia. Humphrie. Baseou os seus estudos por registos descobertos recentemente. O historiador descobriu que uma doença respiratória atingiu o norte da China em Novembro de 1917. Estudos que foram posteriormente realizados em tecidos e relatórios médicos liderados pelo professor de biologia evolutiva Doutor Michael Worobey encontrou provas de que trabalhadores chineses, apesar de não terem contribuído directamente para a pandemia, eram portadores da doença na Europa, tendo o vírus sofrido uma mutação. O facto é que todos os dados apontam para a China, origem de todas as maiores pestes que assolaram o mundo, desde sempre, estudfe-as que verá aonde elas todas tiveram origem! Há quem defenda que, a par de uma grande seca nas estepes, essa terá sido uma das razões para os Bárbaros invadissem o Império Romano do Ocidente contribuindo decisivamente para o seu declínio. Informe-se antes de vir para aqui falar com tantas certezas!

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.