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Um milhão de infetados por Covid-19. Diretora-geral da Saúde foi “um pouco precipitada”

No seu espaço de comentário habitual na SIC, este domingo, Luís Marques Mendes falou da decisão “precipitada” de Graça Freitas em falar do cenário de um milhão de infetados, disse que Orlando Nascimento se deveria demitir e do chumbo de Vitalino Canas.

“A diretora-geral de Saúde [Graça Freitas] tem feito globalmente um bom trabalho, com honestidade, transparência mas foi precipitada ao falar ao Expresso no cenário de um milhão de infetados em Portugal”, disse  Marques Mendes. “Divulgar números tão exagerados pode levar a uma atitude alarmista”.

Para o comentador, a função da DGS é “informar e alertar, não é causar pânico e medo”.

Marques Mendes disse ainda que, no caso do novo coronavírus, “já há histeria a mais”. “Devemos evitar o pânico e praticar a prudência. Nem desvalorizar nem dramatizar. Como disse um médico italiano, o medo é um vírus e a informação é a vacina”.

“Sabemos que há um risco, sabemos o que fazer, sabemos quais as precauções a tomar. O medo não resolve problema nenhum. Não é o fim do mundo, nem perto disso. Temos de confiar nas instituições de saúde e fazer, o mais possível, a vida normal“, acrescentou.

Por outro lado, na economia, há razões para preocupação. “Vamos ter um abrandamento inevitável da economia mundial e europeia. Isso vê-se pela perturbação nas bolsas, no turismo, no consumo e nas exportações”. Há outro risco que se junta a este: a crise dos refugiados.

Orlando Nascimento deve demitir-se

Marques Mendes pediu a demissão do presidente do Tribunal da Relação, Orlando Nascimento, pelo caso “gravíssimo” de alegadas irregularidades na distribuição de processos, além da autorização a Vaz Neves para utilizar o Salão Nobre do tribunal para um julgamento privado, pelo qual recebeu 280 mil euros.

“O anterior presidente do Tribunal da Relação já foi constituído arguido esta semana por suspeitas de corrupção e de abuso de poder, e eu acho que o atual presidente, envolvido também nesta matéria, tem de demitir-se”, frisou, acrescentando que “ou então desmente categoricamente com provas, coisa que não o fez”.

O comentador justificou esta posição salientando que, independentemente das responsabilidades criminais que o atual presidente possa vir a ter, “ele não é exemplo”. Marques Mendes disse que não pode estar a dirigir um tribunal “alguém que dá exemplo de um comportamento censurável, absolutamente intolerável como este”, e realçou que “isto é muito grave para a imagem da Justiça”.

Chumbo de Vitalino Canas para o Tribunal Constitucional

Sobre o chumbo de Vitalino Canas para o Tribunal Constitucional, Marques Mendes diz que o PS “andou sempre mal” em tentar nomear um homem que é “essencialmente um político”, um “mistério” que Marques Mendes diz não saber decifrar.

Durante o processo, com a “contestação enorme” que houve, o PS não deveria ter mantido nome. Depois da votação, o PS continuou mal, com Ana Catarina Mendes a ter declarações “inaceitáveis” sobre as “forças de bloqueio”.

O PS “comporta-se como se fosse o dono disto tudo”, quando nem sequer tem maioria parlamentar, diz Luís Marques Mendes.

Aeroporto do Montijo: “É uma loucura”

Marques Mendes comentou o caso do aeroporto do Montijo, um caso que considera ser “uma loucura”. “O novo aeroporto é urgentíssimo. O turismo que o diga” e a solução Portela + 1 está decidida desde 2015. No Governo Passos Coelho houve um grupo de trabalho que estudou quatro hipóteses possíveis (Beja, Sintra, Alverca e Montijo) e concluiu que a melhor solução era o Montijo.

A hipótese Alcochete foi posta de lado há anos porque é seis ou oito vezes mais caro e tem tantos ou mais problemas ambientais que o Montijo.

“Em função de tudo disto é uma loucura completa voltar à estaca zero”, diz Marques Mendes, acrescentando que há outra “loucura” que é um governo que está em funções há mais de quatro anos e “só agora descobriu que há uma lei que pode bloquear a construção do aeroporto”.

Porque é que o Governo não pensou nisto antes? Por que é que não acautelou a situação? Porque é que não negociou atempadamente com os autarcas?”, pergunta.

“Só resta ao Governo um caminho – deixar-se de arrogâncias, dialogar com os municípios que contestam o Montijo e negociar medidas compensatórias dos seus problemas” e “se, no final, algum município se mantiver intransigente, fazendo braço de ferro, então, sim, fará sentido mudar a lei”. “O interesse nacional não pode ficar refém de uma teimosia local“, afirma Marques Mendes, que diz que o PSD tem de se lembrar que esta solução já vem do tempo de Passos Coelho.

Marques Mendes disse ainda que “o Governo está a desgastar-se a um ritmo brutal, enorme”. “O primeiro-ministro e o núcleo político do Governo deviam parar para pensar”, depois de vários casos que têm atormentado a governação, desde a negociação orçamental até aos casos mais recentes.

ZAP //

 

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