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Um ano depois, independentistas cortam autoestradas e linhas de comboio na Catalunha

Jim Hollander / EPA

Esta segunda-feira, o referendo para a independência da Catalunha comemora um ano. No primeiro aniversário, os ativistas voltaram às ruas e estão, esta segunda-feira, a bloquear autoestradas, estações ferroviárias e linhas de comboio de alta velocidade.

Um ano depois do referendo à independência da Catalunha, declarado ilegal por Madrid, os manifestantes voltaram às ruas. Ativistas independentistas estão desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira a bloquear autoestradas, linhas de caminho de ferro e várias artérias de Barcelona para assinalar o primeiro aniversário do referendo.

“A linha de comboios de alta velocidade foi bloqueada em Girona, 100 quilómetros a nordeste de Barcelona”, anunciou a companhia espanhola de comboios, Renfe. A empresa confirmou ainda cortes de várias autoestradas, entre elas as que ligam a capital catalã a Valência e Madrid.

As televisões espanholas estão a difundir imagens em direto com militantes dos Comités de Defesa da República a ocupar vários locais e a pedirem a independência da Catalunha. Segundo o Público, as manifestações foram convocadas pelos Comités de Defesa da República (CDR) e contam também com a participação de associações estudantis.

Ao longo de todo o dia estão previstas inúmeras ações dos movimentos separatistas para assinalar o 1 de outubro de 2017, exigindo a criação de uma República independente e a libertação do que chamam “presos políticos”.

As várias concentrações previstas para esta segunda-feira surgem depois de, em 11 de setembro, um milhão de pessoas, segundo a polícia municipal, terem participado numa manifestação nas avenidas do centro de Barcelona por ocasião de “A Diada“, o Dia da Catalunha.

Ocorrem também dois dias depois de confrontos entre polícias e independentistas terem feito 24 feridos e dois detidos, nas ruas de Barcelona.

Os independentistas reclamam há muito tempo um referendo regional sobre a independência da Catalunha, em moldes semelhantes aos que foram realizados no Quebeque, no Canadá, ou na Escócia, Reino Unido.

No entanto, a Constituição de Espanha apenas permite uma consulta eleitoral que ponha em causa a unidade do país se for realizada a nível nacional.

O Governo regional liderado por Carles Puigdemont, apoiado desde 2015 por uma maioria parlamentar de partidos separatistas, organizou e realizou um referendo em 1 de outubro do ano passado, que foi considerado ilegal pelo Tribunal Constitucional espanhol.

O processo de independência foi interrompido em 27 de outubro de 2017, quando o Governo central espanhol decidiu intervir na Comunidade Autónoma. As eleições regionais, que se realizaram em 21 de dezembro, voltaram a ser ganhas pelos partidos separatistas.

Nove dirigentes independentistas estão presos à espera de julgamento por delitos de rebelião, sedição e/ou peculato pelo seu envolvimento na tentativa separatista falhada. Os independentistas consideram que os detidos em prisões espanholas pelo seu envolvimento na tentativa de autodeterminação são “presos políticos”.

O principal líder independentista, o ex-presidente da Generalitat Carles Puigdemont vive exilado na Bélgica, depois de a Justiça espanhola não ter conseguido a sua extradição da Alemanha, para ser julgado por crime de rebelião.

ZAP //

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