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Carlos Alexandre quer que MP se pronuncie sobre divulgação das respostas de Costa

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José Sena Goulão / Lusa

O juiz Carlos Alexandre

O juiz Carlos Alexandre, que lidera a fase de instrução do processo de Tancos, pediu ao Ministério Público para se pronunciar sobre a divulgação na página oficial do Governo do depoimento escrito do primeiro-ministro.

Num despacho assinado esta tarde, Carlos Alexandre refere que os autos se encontram em segredo de justiça externo e que, depois de ter tido conhecimento de que foi publicado na página da presidência do Conselho de Ministros uma cópia das respostas do depoimento escrito dado por Costa, que o tribunal recebeu na terça-feira, decidiu notificar o Ministério Público para se pronunciar sobre a divulgação.

O primeiro-ministro entendeu esta quarta-feira proceder à divulgação pública integral das suas respostas às questões colocadas pelo juiz Carlos Alexandre depois de terem sido “postas a circular versões parciais do depoimento”.

“Tendo sido postas a circular versões parciais do depoimento do primeiro-ministro como testemunha arrolada pelo professor doutor José Alberto Azeredo Lopes no chamado ‘Caso de Tancos’, entendeu o primeiro-ministro dever proceder à divulgação pública integral das respostas a todas as questões que lhe foram colocadas e que constam do depoimento já entregue ao Tribunal Central de Instrução Criminal, às 16h22 horas, do dia 4 de fevereiro de 2020”, lê-se numa nota divulgada pelo gabinete do líder do executivo.

O primeiro-ministro respondeu por escrito, como testemunha arrolada pelo ex-ministro da Defesa e Azeredo Lopes, às 100 perguntas formuladas pelo juiz que dirige a fase de instrução do processo sobre o furto e a recuperação das armas dos paióis de Tancos.

Segundo a acusação do Ministério Público, a recuperação do armamento furtado dos paióis de Tancos, em junho de 2017, deve-se a um “verdadeiro pacto de silêncio entre Azeredo Lopes e os arguidos da GNR, PJM e que todos criaram sérios obstáculos à descoberta da verdade material”. Azeredo Lopes demitiu-se do cargo a 12 de outubro de 2018.

Nove dos 23 arguidos do processo de Tancos são acusados de planear e executar o furto do material militar e os restantes 14, entre eles Azeredo Lopes, da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento.

O inquérito de Tancos investigou o furto (28 de junho de 2017) e as circunstâncias em que aconteceu a recuperação de grande parte do material militar (18 de outubro de 2017).

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. o justiceiro de mação quer a exclusividade do negocio da divulgação dos segredos de justiça através da sua representante correio da manha que tem acumulado chorudos lucros à conta dessa pouca vergonha.

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