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Azeredo admite que sabia da farsa de Tancos. “Não tinha o dever funcional” de denunciar

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Mário Cruz / Lusa

O antigo ministro da Defesa Azeredo Lopes assumiu esta segunda-feira ter tido conhecimento de que as armas roubadas dos paióis de Tancos foram encontradas na sequência de uma chamada fabricada.

Segundo apurou a SIC Notícias, o antigo governante admitiu ao juiz Carlos Alexandre que não informou as autoridades porque “não tinha o dever funcional” de o fazer.

Também o Correio da Manhã avançou ao fim da tarde desta segunda-feira que Azeredo Lopes, que se demitiu na sequência do caso, assumiu que a recuperação das armas de Tancos foi uma encenação montada pela Polícia Judiciária Militar (PJM).

Azeredo Lopes não explicou a Carlos Alexandre, que lidera a instrução do processo, se o primeiro-ministro, António Costa, foi ou não informado da investigação paralela da PJM.

Fonte ligada ao processo de Tancos revelou ainda ao Expresso que o juiz Carlos Alexandre foi bastante “duro” com Azeredo Lopes no interrogatório desta segunda-feira, que decorreu no Tribunal de Monsanto. “O juiz fartou-se de mandar indiretas e piadas a Azeredo“, revelou a mesma fonte ao semanário.

Por sua vez, o jornal Público adianta que o antigo governante admitiu ainda em tribunal ter desvalorizado as informações relevantes que lhe foram transmitidas pela PJM.

Segundo a acusação do Ministério Público, a recuperação do armamento furtado dos paióis de Tancos, em junho de 2017, deve-se a um “verdadeiro pacto de silêncio entre Azeredo Lopes e os arguidos da GNR, PJM e que todos criaram sérios obstáculos à descoberta da verdade material”. Azeredo Lopes demitiu-se do cargo a 12 de outubro de 2018.

Nove dos 23 arguidos do processo de Tancos são acusados de planear e executar o furto do material militar e os restantes 14, entre eles Azeredo Lopes, da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento.

O inquérito de Tancos investigou o furto (28 de junho de 2017) e as circunstâncias em que aconteceu a recuperação de grande parte do material militar (18 de outubro de 2017).

ZAP //

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12 Comments

  1. É impressionante como ninguém tem o dever de absolutamente nada neste país nem ninguém nunca tem responsabilidade sobre absolutamente nada!
    Agora digam lá se não é extremamente fácil ser-se politico nestas condições!
    Ganham bem, basta ver todas as ajudas de custo que têm e não têm responsabilidades nenhumas nem deveres nenhuns, melhor emprego não há!
    Só se for o de juiz!

  2. “Não tinha o dever (funcional) de denunciar”, como autoridade maxima da defesa e com conhecimento do facto, teve o dever (funcional) de ocultar uma informação importantíssima, pondo em causa, um eventual risco de ataque a segurança dos Cidadãos .

    • Este ex-ministro tem que ir a julgamento. Só pode ser considerado CONIVENTE COM OS LADRÕES das nossas forças armadas.

  3. Chega de chamarem burros aos portugueses… Porra!!! também quero ser politico de qualquer coisa, junta, camara, assembleia, governo. Qualquer coisa. É mesmo bom. Sabem porquê! Duas razões: Os portugueses não reclamam de nada e os politicos nunca sabem de nada.
    Ministro que não sabe o que é um paiol??? Estão á espera de quê?? Claro que toda a gente sabe que o primeiro tambem sabia. VIVA o juíz Carlos Alexandre, Homem de coragem.
    Srs jornalistas sejam bem mais contundentes nas vossas entrevistas e vão ver que o país começa a entrar nos eixos.

  4. Foi em tempos noticiado que o sr. Major Braźão terá informado alguém que ” até o papagaio-mor do reino” tinha conhecimento da farsa montada para nâo descredibilizar as FA e a PJ Militar. A noticia adiantava ainda que no entender da Procuradoria Geral da República o “papagaio-mor” seria o Presidente da República. Inquirido sobre esse assunto o sr Major terá transferido a qualidade de “papagaio-mor” para um jornalista. Entre papagaios, palhaços e jornalistas se vai entretendo o pópulo.Ok

  5. Se este patego ex-ministro for condenado, como tudo indica, o indiano Costa também não ficará em bons lençois. Ou seja, o PM sabia da jogatana e encobriu o roubo conjuntamente com o ministro.

  6. Cambada de mentirosos que nos governam. Quantas vezes disseram que não sabiam e agora, à evidência dos factos, já admitem que sabiam e este agora desculpa-se dizendo que não tinha o “dever funcional” de denunciar. Coitadinhos destes incompetentes, que exercem cargos de governação e não sabem as suas obrigações.
    A exemplo do código de ética, que foi elaborado, após o do escândalo das viagens ao Euro 2016 (Galpgate), para “ensinar os meninos” que não podiam aceitar as ofertas das viagens, agora será melhor criar um “ano propedêutico” para os futuros governantes, para lhes ensinar os seus deveres e obrigações, pois para os seus direitos eles já têm o curso completo.
    E nestes também se lembrem das posições do 1º ministro, na mesma sintonia do seu ministro e ainda hoje continua a dizer que nada sabia, apesar de lhe ter parecido estranho estar envolvida a GNR de Loulé!!!! Porquê não pediu explicações ou ordenou um inquérito ou até criou uma comissão???
    Basta de atirar areia aos olhos dos portugueses, que não são parvos.

  7. OS governos tem desinvestido fortemente nas Forcas Armadas, quer nas infra- estruturas quer no pessoal ( faltam cerca de 6000 Pracas nos Quadros aprovados). Prejudicaram a disciplina militar adulterando o Regulamento de Disciplina Militar, rebaixaram o estatuto social dos militares e os direitos especiais inerentes a Condicao Militar, mantendo- se evidentemente todos os inumeros deveres, incluindo o sacrificio da propria vida em cumprimento de ordens dos superiores hierarquicos. Quem estuda Historia e geopolitica sabe que as guerras estao longe de acabar. Vejam as alteracoes das fronteiras da Europa nos ultimos 200 anos. A Defesa Nacional devia ser a primeira prioridade de Portugal.

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