Cada vez mais não fumadores têm cancro de pulmão. Número de mulheres é “assustador”

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ZAP // Engin Akyurt / Pixabay; wellsie82 / Depositphotos

Vão morrer mais mulheres de cancro do pulmão do que da mama, do ovário e do colo do útero juntos, diz uma oncologista.  Uma em cada cinco dessas mulheres será alguém que nunca tocou num cigarro ao longo da vida.

O número de pessoas com menos de 50 anos a serem diagnosticadas com cancro está a aumentar em todo o mundo.

Esta tendência é especialmente evidente no cancro do pulmão, uma das formas mais letais de cancro,  que está a crescer a um ritmo alarmante entre pessoas que não fumam.

Segundo uma reportagem recente do The Canadian Press, quase um quarto dos pacientes com cancro do pulmão no Canadá não fuma.

Esse número tem vindo a subir há quase uma década e poderá ser ainda mais elevado, uma vez que os rastreios de cancro do pulmão normalmente se concentram em fumadores, deixando os não fumadores fora do radar da deteção precoce.

“Receber um diagnóstico de cancro foi um grande choque. E depois, receber um diagnóstico de cancro do pulmão foi ainda mais desconcertante para mim”, diz Katie Hulan, programadora de 37 anos, à agência de notícias canadiana. Embora não fume, foi diagnosticada com cancro do pulmão em estágio 4 no fim de 2020.

A história de Katie é emblemática de outra tendência preocupante: o facto de mais mulheres não fumadoras estarem a desenvolver cancro do pulmão do que homens, e os investigadores ainda não sabem porquê.

Vão morrer mais mulheres de cancro do pulmão do que da mama, do ovário e do colo do útero juntos”, diz Rosalyn Juergens, oncologista médica na Universidade McMaster, no Canadá. “Uma em cada cinco dessas mulheres será alguém que nunca tocou num cigarro ao longo da vida”.

No Canadá, a exposição ao radão, um gás invisível que emana do solo, é a principal causa de cancro do pulmão entre não fumadores. Espera-se que a exposição ao radão aumente drasticamente nos próximos anos, à medida que o permafrost do norte do país derrete devido ao aumento contínuo das temperaturas globais, libertando o gás radioativo para a atmosfera.

No resto do mundo, as partículas resultantes da poluição do ar estão cada vez mais associadas ao crescente número de casos de cancro do pulmão entre pessoas que não fumam.

Segundo um estudo publicado en fevereiro na The Lancet Respiratory Medicine, o maior número de adenocarcinomas relacionados com poluição do ar foi encontrado no leste da Ásia, com particular incidência na China.

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1 Comment

  1. Há sempre um bode expiatório para as consequências das acções de grande grupos económicos. No caso do cancro dos pulmões, é o tabaco e o derretimento do permafrost. Tudo vale para esconder os verdadeiros culpados.

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