Os diagnósticos de cancro do pulmão, um dos mais mortais e mais comuns de todos os cancros e o segundo mais frequente e o que mais mata em Portugal, têm aumentado em não fumadores. Mas o que explica esta má notícia?
De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro, que recorreu a dados de 2022 do Global Cancer Observatory, a culpa é dos altos níveis de poluição no ar.
A agência procurou obter estimativas de quatro principais subtipos de cancro do pulmão — adenocarcinoma, carcinoma de células escamosas, carcinoma de pequenas células e carcinoma de grandes células — por ano, sexo e faixa etária, e calculou proporções específicas de país, sexo e idade e taxas de incidência específicas de sexo e idade por 100 mil pessoas para todos os quatro subtipos, segundo o estudo publicado a 3 de fevereiro na The Lancet Respiratory Medicine.
O grupo encontrou cerca de 200 mil casos associados à exposição à poluição atmosférica. O maior número de adenocarcinomas relacionados a esse tipo de poluição foi encontrado no leste da Ásia, com particular incidência na China.
O cancro do pulmão em não fumadores é a quinta maior causa de morte associada ao cancro em todo o mundo, notam os investigadores. O adenocarcinoma é o mais comum, e afeta mais mulheres do que homens.
Em 2022, estima-se que tenham ocorrido 2 480 675 novos casos de cancro do pulmão em todo o mundo. Dos 1 572 045 novos casos estimados entre os homens, 45,6% eram adenocarcinomas. Entre as mulheres, estima-se que tenham ocorrido 908 630 novos casos de cancro do pulmão em todo o mundo, dos quais 59,7% eram adenocarcinomas.
Como prevenir?
A exposição ao fumo é um fator de risco e, mesmo não sendo fumadores, os indivíduos podem tornar-se fumadores passivos se estiverem constantemente rodeados de fumadores.
Os investigadores recomendam também evitar locais de grande poluição e usar equipamentos de proteção caso tenha de estar perto de indústrias.
Fazer atividades físicas é uma das recomendações, uma vez que fortalece o sistema imunitário e melhora a função pulmonar.
E em Portugal? Vai haver novo programa de rastreio
Um grupo de trabalho vai definir os termos de referência para um futuro rastreio do cancro do pulmão, determinou a Direção-Geral da Saúde (DGS), que considera que os principais esforços devem ser dirigidos aos fumadores e ex-fumadores.
A criação deste grupo de trabalho consta de um despacho do sub-diretor-geral da Saúde, André Peralta Santos, que justificou a medida com a possível necessidade de elaboração de uma norma que determine um futuro programa de rastreio do cancro do pulmão, o segundo mais frequente e o que mais mata em Portugal.
Segundo o despacho, os potenciais benefícios do diagnóstico precoce do cancro do pulmão, através do rastreio por tomografia computorizada de baixa dose, poderão ser cerca de 12,5 anos de vida adicional, mesmo na presença de comorbilidade.
“Na medida em que o tabagismo causa a maioria dos casos de cancro do pulmão em homens e mulheres, os esforços de rastreio devem ser direcionados para fumadores atuais e ex-fumadores”, refere ainda o despacho.
Na prática, o grupo de trabalho composto por sete especialistas, incluindo pneumologistas, oncologistas e radiologistas, entre outros, vai definir a população elegível e população a rastrear, o teste de rastreio primário e o processo de gestão clínica dos seus resultados. Vai ainda definir o número mínimo de pessoas a rastrear para avaliar adequadamente um projeto piloto, assim como fazer uma proposta de indicadores específicos para o rastreio do cancro do pulmão.
Este grupo de trabalho deverá entregar um relatório no prazo de 30 dias.
No final de 2022, o então ministro da Saúde, Manuel Pizarro, anunciou o alargamento do programa de rastreios oncológicos aos cancros do pulmão, da próstata e do estômago, que deveriam arrancar no ano seguinte com projetos-piloto.
O rastreio é um processo de diagnóstico precoce em pessoas que não apresentam sintomas e, em Portugal, existe um programa de despiste para o cancro de mama, colorretal e colo do útero.
ZAP // Lusa
Pk o cancro do pulmão tem mais haver com toda porcaria k respiramos no ar do k com o cigarrilha, mas a desculpa do tabaco serviu para os governos socialistas/ fascistas chularem os fumadores e não fazerem o real rastreio da trampa k sai das chaminés de algumas fábricas sem falar nos maravilhosos ambientadores de spray etc etc
Esqueci me…é tb agradecer aos engenheiros soviéticos pelos milhões de cancros na Europa após chernobyl.
Conclusão: mais valor fumar e morrer com um prazer na vida 🙂