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Cidade romana desapareceu há 2000 anos, mas ainda pode ser visitada no fundo do mar

Aenaria: a fascinante história da cidade que desapareceu após uma erupção vulcânica.

Submersa há quase 2000 anos, Aenaria esconde-se hoje em dia em pleno coração do Mediterrâneo, junto à ilha italiana de Ischia.

A antiga cidade romana, que fica na baía de Cartaromana, entre o Castelo Aragonês e os rochedos de Sant’Anna, manteve-se preservada sob a areia e as pradarias de Posidonia oceanica, até ser redescoberta e integrada num projeto de arqueologia subaquática, em 2011.

Fundada no século IV a.C., Aenaria foi uma próspera povoação romana que se destacou pelo seu porto, estaleiros e fundições, mas também por luxuosas villas costeiras decoradas com colunas, estátuas, mosaicos e frescos impressionantes — embora a ocupação humana seja muito mais antiga, com vestígios datados da Idade do Ferro. Entre 130 e 150 d.C., um violento fenómeno vulcânico, acompanhado de tsunamis, obrigou os seus habitantes a partir, e a cidade acabou por ser totalmente engolida pelo mar.

Os Gregos foram dos primeiros a instalar-se em Ischia, por volta do século VIII a.C., fundando a colónia de Pitecusa, comunidade famosa pela produção de cerâmica e pelo comércio marítimo e ponto de ligação entre o mundo grego e a península Itálica.

Durante o período romano, já com um nome associando-o à deusa Aénaria, ligada ao mar e à navegação, foi um núcleo ativo na extração de minerais, sobretudo ferro, e na exploração agrícola. A ilha desempenhou também um papel relevante como entreposto comercial, integrando-se nas rotas marítimas que ligavam Roma às restantes províncias do império.

Hoje, os vestígios de Aenaria encontram-se a cerca de seis metros de profundidade,. Ali, restam as memórias de um tempo em que a humilde Ischia tinha um relevante papel estratégico no Império Romano.

Os achados arqueológicos recuperados ao longo dos séculos podem ser contemplados no Museu Arqueológico de Pithecusae, em Lacco Ameno, de acordo com o Ischia Insider. Mas também é possível ir ao local e até mergulhar para conhecer o sítio em primeira mão, numa viagem de 70 minutos a bordo de barcos com fundo de vidro.

A visita começa numa sala, com um vídeo explicativo de cerca de 20 minutos. Segue-se um breve cruzeiro com vistas privilegiadas sobre Ischia Ponte, o Castelo Aragonês, a Torre de Miguel Ângelo e várias igrejas históricas. Chegados ao local, os visitantes observam, através do fundo transparente da embarcação, estruturas do antigo porto, muralhas e outros elementos arquitetónicos, entrelaçados com campos de posidónia e uma vida marinha vibrante. Para os mais aventureiros, há também a possibilidade de mergulhar e de fazer snorkeling no local.

ZAP //

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