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Atrasos deixam mais de 1 milhão sem vacinas até fim de março. 3.ª fase só deve começar em junho

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Vasco Célio / Lusa

A falha nas entregas de vacinas contra a covid-19 vai atrasar a vacinação de um milhão de portugueses. A meta inicial não vai poder ser cumprida e o processo em massa deverá concentrar-se nos três meses de Verão, o que vai dificultar o trabalho do Governo.

António Costa informou esta quinta-feira, em conferência de imprensa, que estava contratualizada a entrega de 4,4 milhões de vacinas contra o novo coronavírus no primeiro trimestre, mas que Portugal só receberá 1.980.000 nesse período.

Uma vez que são necessárias duas doses de cada uma das três vacinas atualmente autorizadas (BioNTech/Pfizer, Moderna e AstraZeneca/Oxford), tal só permitirá vacinar por completo 1 milhão de pessoas.

Esta notícia indica que o processo de vacinação em Portugal vai ter alguns atrasos. No anúncio do plano de vacinação, feito no início de dezembro passado, referia-se que nos primeiros três meses do ano estava prevista a entrega de mais de 4 milhões de doses, o que permitiria inocular mais de 2 milhões de pessoas até final de março.

Contudo, duas semanas mais tarde, o então coordenador da task force criada pelo Governo para gerir o plano de vacinação, Francisco Ramos, admitia que as doses que iríamos receber no primeiro trimestre dificilmente ultrapassariam os 2,5 milhões, recorda o Público.

O fim da primeira fase de vacinação, que inicialmente previa a vacinação de 950 mil pessoas entre profissionais de saúde, residentes em lares e respetivos funcionários e pessoas com mais de 50 anos com determinadas patologias, só deve terminar em abril.

Em final de janeiro, a task force anunciou que nesta fase iriam ser integradas as pessoas a partir dos 80 anos, mesmo sem doenças, um grupo estimado de 670 mil cidadãos que começou a ser vacinado no início deste mês, com exceção dos que viviam em lares, que foram vacinados antes. A prioridade foi, contudo, para os idosos a partir dos 80 anos com doenças associadas.

Neste momento, a expectativa é que ainda antes do final de junho seja possível começar a vacinar a restante população, que, numa primeira etapa, não deve integrar crianças nem as mais de 750 mil pessoas que já estiveram infetadas com o novo coronavírus.

Sendo assim, é possível que se concentre nos meses de Verão a vacinação de mais de 4 milhões de pessoas, um desafio complexo já que obrigará a administrar em três meses pelo menos 8 milhões de doses.

Neste cenário, será necessário vacinar em média cerca de 87 mil pessoas por dia, incluindo fins-de-semana, uma capacidade que excede a do Serviço Nacional de Saúde.

Tal deverá obrigar a criar estruturas de vacinação rápida, como drive-thrus ou pavilhões desportivos. E, se tal não for suficiente, a vacinação poderá ser alargada às farmácias.

Por outro lado, e apesar dos atrasos nas entregas de vacinas, Portugal destaca-se na testagem. É o 17.º país do mundo que mais testes fez por cada mil pessoas, com uma média de 738 despistes realizados também por cada mil pessoas, segundo dados da Our World In Data.

A DGS anunciou esta quarta-feira que iria reforçar ainda mais a sua capacidade de realização de testes laboratoriais de despiste da covid-19, de forma a estender a testagem a todos as pessoas que estiveram em contacto com alguém infetado.

Portugal encontra-se já entre os 20 países de todo o mundo que mais testes realizaram em proporção da sua população.

Ana Isabel Moura, ZAP //

2 Comments

  1. O que interessa é vacinar os velhos com mais de 80 anos que são prioritários…. O que é isto? Se for pessoal que esteja em lares, ainda se admite.
    Então e o pessoal que está na linha da frente? Forças Armadas, PSP, GNR, etc?
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    Em Portugal claro que “sobra sempre uma dose” e vai para o político, que por sorte estava naquele momento no Hospital.
    .
    Portugal horizontal

  2. Esta do atraso das vacinas, até já me interrogo se a mentira também será contagiosa, com tanta mentira vinda de Bruxelas tenho receio que os políticos portugueses que por lá passeiam já tenham contagiado os restantes europeus.

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