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DGS alarga testagem a contactos de baixo risco. Portugal pode chegar aos 100 mil testes por dia

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Miguel A. Lopes / Lusa

A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta quarta-feira que vai “atualizar as suas orientações” e que vai alargar os testes à covid-19 a todos os contactos de baixo risco e a setores de atividade “com elevada exposição social”. 

Segundo uma nota da Direção-Geral da Saúde (DGS), citada pelo semanário Expresso, prevê-se um “alargamento da utilização de testes laboratoriais a todos os contactos (de alto e de baixo risco)”. Além disso, serão disponibilizados, de uma forma generalizada, testes rápidos de antigénio nas unidades de saúde do Serviço Nacional de Saúde.

Finalmente, a DGS vai implementar ainda rastreios regulares com testes rápidos de antigénio “em contextos particulares como nas escolas e sectores de atividade com elevada exposição social”, como trabalhadores de fábricas e da construção civil.

“Atendendo à situação epidemiológica atual, quer pela emergência das novas variantes de SARS-CoV-2, quer pela diminuição da incidência diária de casos de infeção, a DGS vai atualizar as suas orientações, no sentido de reforçar e alargar as indicações para a realização de testes laboratoriais de forma a antecipar um desconfinamento controlado”, continua a nota.

Esta medida visa ainda “otimizar a capacidade laboratorial do país, gradualmente expandida durante o ano de 2020”.

De acordo com o jornal Público, nos lares, a testagem regular e independente da presença de surtos, começou mais cedo e também está em curso. Desde outubro que são realizados testes PCR periódicos a grupos de funcionários, mas um despacho interministerial de 8 de janeiro prevê o alargamento dos testes aos utentes de “estruturas residenciais para idosos (ERPI), unidades de cuidados continuados integrados da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCI) e outras respostas dedicadas a pessoas idosas e pessoas com deficiência”.

Lino Maia, da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social (CNIS), disse ao Público ter “um acordo com a Cruz Vermelha” e que brigadas vão regularmente aos lares realizar testes.

No caso dos utentes, contudo, a testagem regular ainda não estará em curso. Segundo Lino Maia, a testagem só os abrange quando é detetado um caso positivo.

Também o pessoal docente e não docente das escolas de acolhimento, bem como os estudantes com 15 ou mais anos que frequentam diariamente estes estabelecimentos de ensino, começaram a ser testados na semana passada.

Laboratórios têm capacidade para aumentar testes

Segundo o diretor executivo da Unilabs Portugal, Luís Menezes, ouvido pelo jornal Público, “só um track & tracing rápido e uma testagem rápida dos casos é que evita a propagação das cadeias de transmissão”.

“Mais do que fazer [testes em] massa, é importante que se consiga atempadamente chegar às pessoas que são positivas e verificar qual o contexto”, disse.

Para isso, é preciso reforçar a saúde pública, em que os profissionais de saúde se encontram “assoberbadíssimos”. “Os rastreios nada podem fazer se não houver capacidade [de testagem]. Mas capacidade sem rastreios de nada serve, também.”

A rede de laboratórios Germano de Sousa reconhece a importância de ter uma boa capacidade de testagem. Atualmente, os laboratórios têm capacidade instalada para “chegar facilmente aos 12 mil testes por dia”, um pouco acima dos cerca de 10.400 que receberam nos dias de maior afluência nos últimos dias de janeiro.

Luís Menezes estima que Portugal consiga ter capacidade para fazer entre 100 a 120 mil testes por dia. A Unilabs-Portugal tem capacidade para cerca de 15 mil testes PCR, mas não chegou ainda a utilizá-la nem nos dias mais críticos de janeiro.

Já Germano de Sousa acredita que o país chega “facilmente” aos 80 mil testes “ou mais” por dia, entendendo que é “natural” que se chegue aos 90 mil “se todos os laboratórios acompanharem” a capacidade que os seus têm para aumentar a operação de um dia para o outro.

Maria Campos, ZAP //

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3 Comments

  1. Não acredito.
    Tanta incompetência, desnorte, navegação à vista, aldrabice e mentiras descaradas como aquelas a que temos assistido não devem permitir isso…
    A ver vamos, como o cego.

  2. Não acredito.
    Isto é o descalabro total.
    Ontem o Sr. Almirante dizia até 150.000, hoje a Sra. Temido (será do nome?) diz até 100.000.
    A média até agora foi de cerca de 9.000/dia, como é que vamos multiplicar isto por 10 ou 15? Milagre, tal como na primeira fase.
    Além disso ainda é preciso que existam vacinas.

  3. Custa a acreditar.
    Isto é o descalabro total.
    Ontem o Sr. Almirante dizia até 150.000, hoje a Sra. Temido (será do nome?) diz até 100.000.
    A média até agora foi de cerca de 9.000/dia, como é que vamos multiplicar isto por 10 ou 15? Milagre, tal como na primeira fase.
    Além disso ainda é preciso que existam vacinas.
    Essa do comentário repetido não percebo. Sera por começar da mesma forma que o anterior? Já mudei.

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