É “estranho”: Espanha (também) nega ataque com drone a embarcação com bandeira portuguesa

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Mohamed Messara / EPA

Flotilha chega à Tunísia

Governo de Espanha indica que o alegado ataque à embarcação, designada ‘Family’, “não teve nada a ver com um drone”, sendo “um facto estranho que é preciso investigar”.

O Governo espanhol reiterou esta terça-feira o apoio diplomático à flotilha que pretende alcançar Gaza e afirmou que o alegado ataque a um dos barcos “não teve nada a ver com um drone“, sendo “um facto estranho, que é preciso investigar”.

“A informação de que disponho neste momento, o que informam as autoridades tunisinas, é que não tem nada a ver com um drone, mas que se trata de algum outro tipo de acidente ou incidente”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) de Espanha, Jose Manuel Albares.

“Em qualquer caso, há um facto estranho, para lhe colocar neste momento uma etiqueta diplomática, com a informação que tenho nas mãos, que é preciso investigar”, acrescentou Albares.

O ministro reiterou que os espanhóis a bordo da Global Sumud Flotilla, entre eles a ex-presidente da câmara de Barcelona Ada Colau, têm “toda a proteção consular, mas também toda a proteção diplomática” de Espanha.

A bordo do barco onde ocorreu uma explosão na última madrugada estavam quatro espanhóis e todos estão bem, disse ainda Albares, que considerou que o desejável era que não tivesse de haver flotilhas a tentar romper “um bloqueio humanitário” ao território palestiniano de Gaza e que a ajuda entrasse de forma massiva por via terrestre.

A Global Sumud Flotilla disse que “um dos principais barcos” que a integram, com bandeira portuguesa, que transportava membros do Comité Diretivo da organização, “foi atingido por um drone” em Tunes, capital da Tunísia.

“O barco navegava sob bandeira portuguesa e todos os passageiros e tripulantes estão bem. Está em curso uma investigação e, assim que houver mais informações disponíveis, estas serão divulgadas imediatamente”, acrescentou a Global Sumud Flotilla, através das redes sociais.

“O barco principal da flotilha (Family) foi atacado aparentemente por um drone no porto de Tunes“, denunciou igualmente a relatora especial das Nações Unidas para a Cisjordânia e Gaza, Francesca Albanese, numa de várias publicações na rede social X.

“Os atos de agressão destinados a intimidar e a inviabilizar a nossa missão não nos dissuadirão. A missão pacífica de quebrar o cerco a Gaza e de se solidarizar com o seu povo continua com determinação e resolução”, acrescenta Albanese.

A relatora disse ainda que “outros dois navios estão a caminho de Tunes e precisam de proteção urgente”.

Esta não é a primeira vez que ativistas de uma flotilha com destino a Gaza afirmam ter sido atacados por drones. Um navio chamado Conscience que se encontrava a caminho do enclave palestiniano também terá sido atacado ao largo da costa de Malta em maio de 2025, recorda o The Jerusalem Post.

Não é claro quão danificado ficou o Family, uma das maiores embarcações da flotilha. Não é um veleiro, mas sim um iate de recreio. Existem várias outras embarcações de grande porte sem vela no grupo, embora muitos dos barcos da flotilha sejam veleiros.

Integram a flotilha três portugueses: a deputada e dirigente do Bloco de Esquerda Marian Mortágua, o ativista português Miguel Duarte e a atriz Sofia Aparício.

A Global Sumud Flotilla, que pretende ser “a maior missão humanitária da história” com o território palestiniano de Gaza, saiu inicialmente de Barcelona.

‘Sumud’ é uma palavra árabe que significa resiliência.

ZAP // Lusa

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